Bolsonaro, o capitão ufanista do agronegócio, chegou inspirado no governo militar. Sua ida marca a passagem da extrema direita no poder, baseada no discurso anticomunista e centrada nos temas culturais: Deus, Pátria e Família. Elementos morais.
Essa experiência traumática nos mostrou que há espaço para a extrema direita e que teremos de conviver com ela como uma força considerável. Então temos que nos perguntar: qual é o combustível que incendeia a extrema direita aqui no Brasil? Para se ter uma ideia, lá na França são os fluxos migratórios (porque são vistos como ameaças ao emprego e ao modo de vida local).
Lula, e todos nós, precisamos evitar tudo aquilo que alimenta a extrema direita, pois eles ficarão à espreita, esperando os erros do governo como fermento para seu crescimento. Seria então o campo dos costumes? Ou é o campo econômico (o mercado vive de olho, e se a economia não encontrar espaço privado para ser neoliberal os magnatas têm finanças e manhas para jogar uns contra os outros e, contra-atacará)? Ou os dois juntos?
A miséria antes de tudo é uma decisão política – não é destino. A desigualdade não nasce em árvore; ela é cevada com afinco pelas elites e corporações. Simples assim: o governo preferiu zerar imposto de importação do suplemento whey e não mexer na alíquota de produtos da cesta básica para depois dizer que o brasileiro não passa fome. Ora, o imposto que as igrejas evangélicas não pagam, a aposentadoria privilegiada dos militares, a alíquota menor para o airbag dos motoqueiros, etc. Tudo faz falta para comprar merenda escolar, não?
Enfim, a chuvarada vai passar, mas ainda viveremos num clima de tempestade
perfeita. Logo, necessitamos de intensos estudos sobre como começa, o que come,
onde a serpente bota os ovos e qual o antídoto para movimentos tão raivosos. Solidariedade
e compaixão, raridades!
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