Mais da metade da população brasileira (58,7%) está em insegurança alimentar, ou seja, 6 em cada 10 famílias enfrentam dificuldades para comer. São 135,2 milhões de brasileiros que não têm comida garantida todo dia. Nem em quantidade, nem em qualidade. Entre eles, 33,1 milhões passam fome pra valer. O problema é mais grave no Norte e no Nordeste, e na zona rural. De 2020 para 2022 aumentou em +14 milhões o número de brasileiros que enfrentam esse flagelo. E é mais grave em lares chefiados por mulheres. Dobrou o número de famílias com crianças menores de 10 anos que não têm o que comer, ou seja, a fome ameaça o presente e o futuro deles. 65% das famílias comandadas por pessoas pretas ou pardas têm dificuldade de botar comida no prato (Fonte: Rede Penssan).
- o país voltou
ao patamar de 30 anos atrás! O CONSEA (Conselho de Segurança Alimentar), que
permitia a participação da sociedade na elaboração de políticas públicas contra
a fome, foi extinto no primeiro dia do atual governo. A solução não vem da
sociedade civil, que quando ajuda só amenina, apaga o incêndio, o bombeiro
diante do problema que o governo não está solucionando.
- é uma situação
contraditória e vergonhosa, o país ser um dos maiores produtores de alimentos
do mundo e não conseguir erradicar a fome.
- os governos estaduais e prefeituras têm programas de restaurantes comunitários que fortalecem as merendas escolares e outras estratégias que estão focadas na luta contra a fome. Este país sabe como fazer. É preciso fortalecer os programas de transferência de renda e fazer o dinheiro chegar em quem mais precisa, e criar oportunidades de trabalho para essas famílias.
A desigualdade no país aumenta e a renda do brasileiro é a menor em 10 anos.
- a renda média
por pessoas nos domicílios do Brasil teve a maior queda desde o início da série
histórica e atingiu o menor valor em 10 anos. A desigualdade também aumentou.
- A renda média domiciliar é de R$ 1.353,00 no ano de 2021. Menos dinheiro entrando em casa, e a pobreza cada vez mais próxima.
- Há um abismo nos
rendimentos entre quem mora no Norte e no Nordeste e as outras regiões do
Brasil. Em 2021, o grupo
formado pelo 1% mais rico ganhou em média +38,4 vezes mais do que a metade mais
pobre da população.
- O índice que
mede a concentração de renda (Índice de Gini) subiu. A inflação tem grande
parcela de culpa nessa queda generalizada de renda real, mas ela não explica a
desigualdade, que tem bastante a ver com a forma como as pessoas conseguiram
obter renda de maneira diferente ao longo da distribuição de renda. As pessoas
mais pobres perderam o acesso a programas sociais e ficaram desprotegidas.
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