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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sexta-feira, 29 de abril de 2022

Enredo para quebrar preconceitos: todas as faces do orixá Exu!

 A sacada da escola de samba Acadêmicos da Grande Rio (RJ) foi desconstruir a ideologia cristã sobre o orixá, devolvendo a Exu seu Axé e sua energia vital. Como?
 

1. Segundo as cosmogonias iorubás, Exu foi criado por Olorum com uma série de potências, inclusive a de dar movimento a deuses e homens e de fazer a mediação entre eles.

2. Exu é o princípio dinâmico, símbolo de mudança, da comunicação, da liberdade.

3. A rua, a esquina e a encruzilhada são seus templos. É o que cobra e dá. É o que abre os caminhos. “Nunca foi sorte, sempre foi Exu”.

4. Exu é a energia que dinamiza as trocas, povoando mercados e feiras. Esses intercâmbios, não possuem o sentido da acumulação capitalista, mas estão apoiados na ideia de sociabilidade.

5. Mercado e terreiro estão juntos porque Exu transborda a dicotomia entre espaços sagrados e profanos.

6. Associado a símbolos de virilidade, potência, fecundidade – e criação. Nas noites de Exu, povoadas de malandros, damas da noite, tranca-ruas, marias padilhas, zés pelintras, as pombagiras levam homens e mulheres ao delírio, à embriaguez e aos jogos de sedução. Por isso no desfile aparecem oferendas de fartos alimentos e cachaça, que o Exu da comissão de frente comia e bebia com gosto.

7. O carteado, os botequins, os cabarés, a embriaguez, o desvario, os anéis, os batons, os dados, as taças… Todos esses personagens e ícones dos prazeres terrenos foram exaltados no carnaval da Grande Rio… porque Exu é carnaval. Um dos seus títulos é Odará, o Senhor da Felicidade.

8. Exu expressa as contradições humanas; adquire incontáveis corpos e nomes – Exu é a boca que tudo come, e na composição o Carnaval deglute a si mesmo.

9. Ainda compõe a energia de Exu a “linha do lixo”, pois ele circula por espaços associados ao que é rejeitado pela sociedade. A Grande Rio teve uma seção celebrando os marginalizados, os silenciados, os descartados, os “loucos”, os narradores cujas visões desafiam as certezas. Exu é diversidade que desafia qualquer pretensão de razão unificada.

10. A reinvenção é possível pela resistência, catalisada por Exu, porque resistência – e eis aí mais um paradoxo – é movimento de transformação do mundo. E assim uma alegoria é destinada ao Exu-liberdade, ao Exu-luta, que não se deixa amordaçar ou aprisionar por amarras. Se ganhasse uma representação seria “Zumbi dos Palmares”.

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