Cada um pode falar o que quiser sobre qualquer assunto ou acontecimento? Cada um tem o direito de chamar seu enunciado de “ah, é a minha versão”? Nem a filosofia saberia mais dizer o que é a verdade porque cada um tem a sua?
Não! O mundo não é um conjunto de narrativas enquanto meras narrativas. Quem acredita que é assim é o jornalismo da Rede Globo que acha que a história não tem verdade. Essa gente focada com a câmera na cara e o texto editado e costurado com reportagens pré-definidas por uma equipe de redação, acha que a história é como o jornalismo: sempre temos de contar duas ou mais versões de um episódio. Abre-se aí o caminho pouco sábio de que história é uma ficção qualquer e que jornalismo se faz por meio de ajuntamentos de versões.
Sabe quem gosta do relativismo? Bolsonaro. Bolsonaro ouviu dizer que a história tem versões. Que a história para todos é como um armário de muitos figurinos – cada um escolhe o seu. Essa direita neoliberal alimenta a ideia de que tudo é apenas uma versão “feita por qualquer um”, argumentando que somos livres e sua opinião pode ser contestada pela minha. Tomam a ideia de opinião como qualquer frase inventada, sem critérios. Não vale!
E não vale porque o conhecimento objetivo, dentro de graus, pode ser alcançado. Conhecimento é crença verdadeira bem justificada. Ou seja, crença verdadeira é algo objetivo. E a crença ganha objetividade por ser um enunciado que se desprende do enunciador. É por isso que existem os historiadores não de partidos, mas os historiadores profissionais. Eles constroem a informação historiográfica, com vários métodos de averiguação tão certeiros que, permitem que outros façam o mesmo caminho e cheguem nos mesmos resultados.
Isso significa que não existem tantas
versões assim! Desse modo, quanto às versões, a historiografia não possui
tantas quantas alguém aleatoriamente queira ou gostaria. Mesmo historiadores,
de diversas correntes, chegaram a construir a mesma historiografia.
Enfim, a verdade existe? SIM! Bolsonaro não é historiador!
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