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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

O que é a verdade?

Cada um pode falar o que quiser sobre qualquer assunto ou acontecimento? Cada um tem o direito de chamar seu enunciado de “ah, é a minha versão”? Nem a filosofia saberia mais dizer o que é a verdade porque cada um tem a sua?

Não! O mundo não é um conjunto de narrativas enquanto meras narrativas. Quem acredita que é assim é o jornalismo da Rede Globo que acha que a história não tem verdade. Essa gente focada com a câmera na cara e o texto editado e costurado com reportagens pré-definidas por uma equipe de redação, acha que a história é como o jornalismo: sempre temos de contar duas ou mais versões de um episódio. Abre-se aí o caminho pouco sábio de que história é uma ficção qualquer e que jornalismo se faz por meio de ajuntamentos de versões.

Sabe quem gosta do relativismo? Bolsonaro. Bolsonaro ouviu dizer que a história tem versões. Que a história para todos é como um armário de muitos figurinos – cada um escolhe o seu. Essa direita neoliberal alimenta a ideia de que tudo é apenas uma versão “feita por qualquer um”, argumentando que somos livres e sua opinião pode ser contestada pela minha. Tomam a ideia de opinião como qualquer frase inventada, sem critérios. Não vale!

E não vale porque o conhecimento objetivo, dentro de graus, pode ser alcançado. Conhecimento é crença verdadeira bem justificada. Ou seja, crença verdadeira é algo objetivo. E a crença ganha objetividade por ser um enunciado que se desprende do enunciador. É por isso que existem os historiadores não de partidos, mas os historiadores profissionais. Eles constroem a informação historiográfica, com vários métodos de averiguação tão certeiros que, permitem que outros façam o mesmo caminho e cheguem nos mesmos resultados.

Isso significa que não existem tantas versões assim! Desse modo, quanto às versões, a historiografia não possui tantas quantas alguém aleatoriamente queira ou gostaria. Mesmo historiadores, de diversas correntes, chegaram a construir a mesma historiografia.

 A própria mãe de todas as disciplinas reconhece a unidade na diversidade. Ou seja, NÃO, você não pode sair por aí falando qualquer coisa! Essa ideia de que cada um pode falar o que quiser sobre qualquer assunto ou acontecimento é um caminho pouco sábio e contra o conhecimento. Cada enunciado não vale como uma versão. Sim, a filosofia ainda sabe dizer o que é a verdade!

Enfim, a verdade existe? SIM! Bolsonaro não é historiador!

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