Inclusão x Escolas Especiais...
Mais de +17 milhões de
brasileiros têm algum tipo de deficiência (8,4% da população com 2 anos ou
mais). Em 2019, eram 67,6% dessa população com 18 anos ou mais que não possuíam
instrução ou não completaram o ensino fundamental.
Enquanto isso, há uma ameaça à Educação Inclusiva no Brasil. A nova “Política Nacional de Educação Especial”, assinada por Bolsonaro no ano passado, pode tornar mais difícil a convivência (amizade e integração) de alunos com e sem deficiência. O Decreto inclui escolas especiais como uma opção para a educação de alunos com deficiência. Esse Decreto estimula a criação e a matrícula em escolas especializadas para pessoas com deficiência, ou seja, traz exclusão disfarçada de proteção para aqueles que defendem que as escolas especiais são uma realidade e uma necessidade, cabendo a escolha ser da família.
Essa ideia de cada um no seu quadrado segrega as pessoas com deficiência, que já sofrem com a exclusão e a falta de acessibilidade na vida cotidiana. Sem fundamento pedagógico e nem crença na conquista da independência dessas pessoas, prevalece outra vez a limitada visão assistencialista. Isso é muito negativo, pois o que faz sentido pedagógico é todos poderem aprender juntos, com equipes bem capacitadas e apoio à escola.
É preciso não só acreditar na inclusão nas escolas comuns como investir para que isso de fato aconteça. Afinal, apenas 5,8% dos professores da rede pública do Brasil têm algum tipo de especialização em Educação Especial. Inclusão tem que acontecer com responsabilidade e políticas públicas. Isso já vinha avançando desde 2008, mas agora impacta nessas novas ideias de separação e retrocesso.
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