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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

segunda-feira, 8 de março de 2021

A coragem de morrer.

 Por que as pessoas estão perdendo o medo de morrer de Covid-19? 

“Somos um exército gigantesco, mas sem armas e munição”.


Estamos no pico da pandemia no país, com hospitais superlotados, com recorde de casos e de mortes diárias, mostrando imagens e relatos de pessoas intubadas, padecendo em UTI’s ou na fila de espera, contêiner de corpos, enterros coletivos em cemitérios, sobreviventes com sequelas neurológicas e uma cepa de vírus mais perigosa circulando...
 
No entanto, muitas pessoas se comportam naturalmente, como se não existisse mais coronavírus nem pandemia. Por quê? Aí vai o básico do básico da psicologia humana:
 

1.      *Mercado Financeiro e mídia:* o Mercado Financeiro jogou o coronavírus no Estado de Direito. Agora viramos manchete diária na mídia golpista – impressa, digital e televisiva. E agora, a Democracia dará conta das consequências ou baixa a Ditadura? Ex: basta assistir aos noticiários e ler as reportagens com visão crítica, chegaremos ao foco da questão.
 
2.      *Cérebro habituado:* nossa mente nos confunde...
A) tendemos a nos habituar com um estímulo que se repete. Com exceção da própria dor, o cérebro consegue se acostumar com tudo, inclusive a dor alheia. *Ex:*  a repetição de fotos e vídeos sobre o mesmo fenômeno fazem perder o impacto ao longo dos meses, não é mesmo Rede Globo?
B)    Outra, nosso cérebro vê “pontos positivos em fazer a coisa errada” e “pontos negativos em fazer a coisa certa”. *Ex:* Se saio para a balada fico feliz, mas se fico em casa me deprimo.
 
3.      *Repressão do medo:* quando o medo é grande demais, tendemos a reprimi-lo. Ex: A avaliação de risco benefício é algo que temos praticamente inato no ser humano. O normal é: uma reação de pavor inicial, seguida de uma reavaliação dos riscos.
 
4.      *Cultura familiar:* vamos acreditando no que os conhecidos ou os vizinhos falam porque temos muita afinidade emocional com eles, e então passamos a nos comportar com base nessas “crenças simplistas de saúde”. Soma-se a isso a “cultura do individualismo”: só levamos a sério coisas graves quando elas afetam os nossos. Uso de máscara não é questão de liberdade individual nesse contexto, é postura necessária de bom senso.
 
*Ex:* Um parente próximo, como pai ou mãe, teve a doença e se recuperou, isso pode me levar a pensar que tudo que se vê por aí é sensacionalismo demais.
 
5.      *Déficit educacional:* O que é um vírus? Como ele pode se espalhar? Não tivemos um protocolo nacional firme e coordenado para a Pandemia, mas uma resposta anárquica e fragmentada, sem informações científicas e negacionismos, verdades e fake News misturadas com piadinhas infames. Ex: de quem mais poderia vir esclarecimentos, como as nossas autoridades, provocaram deliberadamente confusões: "Gripezinha"; "Mimimi!"; "Chorão"...
 
6.      *Cansaço:* a quarentena estendeu mais do que esperávamos. Pensávamos apenas em semanas ou poucos meses em casa, mas avançou. Isso deixa as pessoas menos tolerantes ao isolamento, mais atrapalhadas nas análises, mais fragilizadas na esperança e menos reconhecedoras nessa nova situação. É muito grande o impacto da pandemia na saúde mental. Planejar e monitorar tarefas requer muita energia do ponto de vista neurobiológico. E fazer isso o dia todo, por tanto tempo, é muito exaustivo. O cérebro humano não está preparado para esse tipo de uso tão prolongado.

Ex: Primeiro notamos o desgaste físico e psicológico em profissionais de saúde, depois nos pacientes e na população em geral. Estresse pós-traumático, ansiedade, insônia, abuso de álcool, ideação suicida, fragilidade, medo e solidão. Tudo isso serve de fermento para que o problema cresça. Com essa segunda onda, aumenta o leque de transtornos como consequência da primeira onda, que envolve: esgotamentos, problemas de sono e de concentração, irritabilidade, esquecimentos, distrações e perdas de compromissos, que ainda gera culpa porque se sofre pressão.

7.      *Fatalismo:* diante de tanto caos, as pessoas passam a desacreditar nos esforços empreendidos e num possível resultado plausível e desistem de lutar. Isso quer dizer que: Exemplo de pensamento fatalista: “se tivermos que morrer de Covid-19, isso vai acontecer, e não adianta ficar infeliz dentro de casa, usar máscara ou se privar da vida social”.
 
É possível mudar toda essa mentalidade? No estágio em que nos encontramos, ainda é possível educar e sensibilizar a população? *Talvez, algumas dicas:*
 
- acelerar a vacinação.
- intensificar os investimentos em pesquisa.
- buscar atividades prazerosas e seguras.
- não se desesperar, mas ficar atento à gravidade da realidade e se cuidar.
- mais altruísmo, compreensão, responsabilidade, solidariedade e menos egoísmo.
- precisamos de um líder seguro, competente e consciente, que saiba conduzir e encorajar a nação para as coisas certas. Estamos todos carentes de um presidente que não existe de fato. O que temos é um irresponsável e desordeiro que nega o óbvio.
 
Enfim, o medo é só um estado de alerta, não pode durar eternamente A mente humana se acostuma com quase tudo. E é disso que devemos temer!



CRÉDITOS

Por que as pessoas estão perdendo o medo de morrer de Covid-19?

A.    Há uma espécie de “turvação no prisma” pelo qual as pessoas enxergam e assimilam os benefícios de seguirem as normas recomendadas por especialistas e entidades de saúde. A mesma confusão se dá na percepção de eventuais pontos negativos para a adoção da conduta correta.

B.     “Nem sempre as crenças de saúde são subsidiadas pelas informações técnico-científicas. Elas são retroalimentadas pela cultura popular, da comunidade, da família… Com relação ao uso de máscara, há certos aspectos percebidos como negativos. 'É chato, ruim de usar na academia, as pessoas não entendem o que você fala' etc. Aí elas podem juntar isso com uma notícia, falsa ou não, que atenua a gravidade da infecção ou até que diz que a pandemia não existe.”

C.     Piadinhas e chacotas que botam de lado o conhecimento técnico-científico.

D.    Quanto maior for a afinidade emocional com a fonte das informações, maior será esse poder de penetração.

E.     Quando o medo é grande demais, tendemos a reprimi-lo. Além disso, diz que existe uma espécie de “efeito rebote” de medidas de restrição longas que não foram organizadas e, por isso, não foram tão efetivas. “Está mais difícil segurar o povo em casa.”

F.      O cérebro humano é ótimo em perceber e processar novidades, mas se habitua com um estímulo que se repete. A exceção é a dor, mas só aquela sentida em si mesmo —com a dor alheia, o cérebro consegue, sim, se acostumar. Daí o fenômeno de a dor representada em fotos e vídeos terem perdido impacto ao longo dos meses.

G.    Desde os primeiros meses da pandemia já se notavam os efeitos na saúde mental: primeiro em profissionais de saúde, depois nos pacientes e na população em geral. Estresse pós-traumático, ansiedade, insônia, abuso de álcool e ideação suicida estão no rol dessas condições. E a solidão serve de fermento para que o problema cresça, com menos chance de ser amparado no seio familiar ou por membros da comunidade.

H.    Ignorância, imaturidade e indisciplina do brasileiro e aceitar e seguir regras adequadas para enfrentar o vírus + negacionismo do governo + disseminação de Fake News = o país vira uma Câmara de Gás. 

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