Por que as pessoas estão perdendo o medo de morrer de Covid-19?
Estamos no pico da pandemia no país, com
hospitais superlotados, com recorde de casos e de mortes diárias, mostrando imagens
e relatos de pessoas intubadas, padecendo em UTI’s ou na fila de espera,
contêiner de corpos, enterros coletivos em cemitérios, sobreviventes com
sequelas neurológicas e uma cepa de vírus mais perigosa circulando...
No entanto, muitas pessoas se comportam
naturalmente, como se não existisse mais coronavírus nem pandemia. Por quê? Aí vai o básico do básico da psicologia
humana:
1.
*Mercado Financeiro e
mídia:* o Mercado Financeiro jogou o coronavírus no Estado de Direito.
Agora viramos manchete diária na mídia golpista – impressa, digital e
televisiva. E agora, a Democracia dará conta das consequências ou baixa a
Ditadura? Ex: basta assistir aos noticiários e ler as reportagens com visão
crítica, chegaremos ao foco da questão.
2.
*Cérebro habituado:* nossa
mente nos confunde...
A) tendemos a nos
habituar com um estímulo que se repete. Com exceção da própria dor, o cérebro
consegue se acostumar com tudo, inclusive a dor alheia. *Ex:* a repetição de fotos e vídeos sobre o mesmo fenômeno fazem perder o
impacto ao longo dos meses, não é mesmo Rede Globo?
B)
Outra,
nosso cérebro vê “pontos positivos em fazer a coisa errada” e “pontos negativos
em fazer a coisa certa”. *Ex:* Se saio para a balada fico feliz, mas se
fico em casa me deprimo.
3.
*Repressão do
medo:* quando o medo é grande demais, tendemos a reprimi-lo. Ex: A avaliação de risco benefício é algo que temos praticamente inato no
ser humano. O normal é: uma reação de pavor inicial, seguida de uma reavaliação
dos riscos.
4.
*Cultura familiar:* vamos
acreditando no que os conhecidos ou os vizinhos falam porque temos muita
afinidade emocional com eles, e então passamos a nos comportar com base nessas
“crenças simplistas de saúde”. Soma-se a isso a “cultura do individualismo”: só
levamos a sério coisas graves quando elas afetam os nossos. Uso de máscara não
é questão de liberdade individual nesse contexto, é postura necessária de bom
senso.
*Ex:* Um parente
próximo, como pai ou mãe, teve a doença e se recuperou, isso pode me levar a
pensar que tudo que se vê por aí é sensacionalismo demais.
5.
*Déficit educacional:* O que é um
vírus? Como ele pode se espalhar? Não tivemos um protocolo nacional firme e
coordenado para a Pandemia, mas uma resposta anárquica e fragmentada, sem
informações científicas e negacionismos, verdades e fake News misturadas com
piadinhas infames. Ex: de quem mais poderia vir esclarecimentos, como
as nossas autoridades, provocaram deliberadamente confusões: "Gripezinha";
"Mimimi!"; "Chorão"...
6.
*Cansaço:*
a
quarentena estendeu mais do que esperávamos. Pensávamos apenas em semanas ou
poucos meses em casa, mas avançou. Isso deixa as pessoas menos tolerantes ao
isolamento, mais atrapalhadas nas análises, mais fragilizadas na esperança e
menos reconhecedoras nessa nova situação. É muito grande o impacto da pandemia
na saúde mental. Planejar e monitorar tarefas requer
muita energia do ponto de vista neurobiológico. E fazer isso o dia todo, por
tanto tempo, é muito exaustivo. O cérebro humano não está preparado para esse
tipo de uso tão prolongado.
Ex: Primeiro notamos o desgaste físico e psicológico em profissionais de saúde, depois nos pacientes e na população em geral. Estresse pós-traumático, ansiedade, insônia, abuso de álcool, ideação suicida, fragilidade, medo e solidão. Tudo isso serve de fermento para que o problema cresça. Com essa segunda onda, aumenta o leque de transtornos como consequência da primeira onda, que envolve: esgotamentos, problemas de sono e de concentração, irritabilidade, esquecimentos, distrações e perdas de compromissos, que ainda gera culpa porque se sofre pressão.
7.
*Fatalismo:* diante de tanto
caos, as pessoas passam a desacreditar nos esforços empreendidos e num possível
resultado plausível e desistem de lutar. Isso quer dizer que: Exemplo de
pensamento fatalista: “se tivermos que morrer de Covid-19, isso vai acontecer,
e não adianta ficar infeliz dentro de casa, usar máscara ou se privar da vida
social”.
É possível mudar toda essa mentalidade?
No estágio em que nos encontramos, ainda é possível educar e sensibilizar a
população? *Talvez, algumas dicas:*
- acelerar a vacinação.
- intensificar os
investimentos em pesquisa.
- buscar atividades
prazerosas e seguras.
- não se desesperar, mas
ficar atento à gravidade da realidade e se cuidar.
- mais altruísmo,
compreensão, responsabilidade, solidariedade e menos egoísmo.
- precisamos de um líder seguro,
competente e consciente, que saiba conduzir e encorajar a nação para as coisas
certas. Estamos todos carentes de um presidente que não existe de fato. O que
temos é um irresponsável e desordeiro que nega o óbvio.
Enfim, o medo é só um estado de alerta,
não pode durar eternamente A mente humana se acostuma com quase tudo. E é disso
que devemos temer!
Por que as pessoas estão perdendo o medo de morrer de Covid-19?
A.
Há
uma espécie de “turvação no prisma” pelo qual as pessoas enxergam e assimilam
os benefícios de seguirem as normas recomendadas por especialistas e entidades
de saúde. A mesma confusão se dá na percepção de eventuais pontos negativos
para a adoção da conduta correta.
B.
“Nem
sempre as crenças de saúde são subsidiadas pelas informações
técnico-científicas. Elas são retroalimentadas pela cultura popular, da
comunidade, da família… Com relação ao uso de máscara, há certos aspectos
percebidos como negativos. 'É chato, ruim de usar na academia, as pessoas não
entendem o que você fala' etc. Aí elas podem juntar isso com uma notícia, falsa
ou não, que atenua a gravidade da infecção ou até que diz que a pandemia não
existe.”
C.
Piadinhas
e chacotas que botam de lado o conhecimento técnico-científico.
D.
Quanto
maior for a afinidade emocional com a fonte das informações, maior será esse
poder de penetração.
E.
Quando
o medo é grande demais, tendemos a reprimi-lo. Além disso, diz que existe uma
espécie de “efeito rebote” de medidas de restrição longas que não foram
organizadas e, por isso, não foram tão efetivas. “Está mais difícil segurar o
povo em casa.”
F.
O
cérebro humano é ótimo em perceber e processar novidades, mas se habitua com um
estímulo que se repete. A exceção é a dor, mas só aquela sentida em si mesmo
—com a dor alheia, o cérebro consegue, sim, se acostumar. Daí o fenômeno de a
dor representada em fotos e vídeos terem perdido impacto ao longo dos meses.
G.
Desde
os primeiros meses da pandemia já se notavam os efeitos na saúde mental:
primeiro em profissionais de saúde, depois nos pacientes e na população em
geral. Estresse pós-traumático, ansiedade, insônia, abuso de álcool e ideação
suicida estão no rol dessas condições. E a solidão serve de fermento para que o
problema cresça, com menos chance de ser amparado no seio familiar ou por
membros da comunidade.
H. Ignorância, imaturidade e indisciplina do brasileiro e aceitar e seguir regras adequadas para enfrentar o vírus + negacionismo do governo + disseminação de Fake News = o país vira uma Câmara de Gás.
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