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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Ele foi privatizado! Você sabe o que isso significa?

 “Deixe-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importarei com quem redige as leis”.

(Mayer Amschel Rothschild, banqueiro judeu).

Gente, vocês viram?

Em meio ao caos da Pandemia, sem discussão com a sociedade, aconteceu o atentado mais grave do Governo Bolsonaro contra a economia brasileira. A Câmara dos Deputados (sob o comando de Arthur Lira – PP/AL) aprovou o Projeto que dar Autonomia ao Banco Central. Na prática, o BC deixará de ser vinculado ao Ministério da Economia, sem o comando do Governo Federal, e passa a seguir padrões internacionais. Seu presidente e diretores terão mandatos fixos de 4 anos (não poderão ser demitidos, salvo em casos especiais), sem coincidir com o do Presidente da República (isso permitirá que se passe de um ciclo eleitoral para outro, sem mudanças bruscas). O empresariado fez festa. A política monetária correrá solta agora?...


Argumentos a favor:

·         Diz que vai dar mais estabilidade e blindagem de influências políticas (sem autonomia, a cúpula do BC pode ficar sujeita a influências políticas, com risco de dirigentes serem trocados se contrariarem os governantes).
·         Diz que terá maior previsibilidade à agenda monetária no Brasil.
·         Diz que vai aumentar a credibilidade do país lá fora e atrair mais investimentos internacionais.
·         Dizem que os dirigentes ganharão mais estabilidade no cargo, pois não serão mais trocados por critérios políticos. Só serão demitidos se houver condenação por improbidade administrativa, comprovado desempenho insuficiente recorrente, mau desempenho, com aval do Senado e decisão presidencial.
·         Dizem que o BC independente é um dos pilares da grande maioria das nações desenvolvidas e bem sucedidas. Isto tanto vale para os europeus, como para os americanos. Suécia, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos, Reino Unido, todos os países da zona do Euro. Enfim, dezenas de países têm bancos centrais autônomos. 
·        Alega que, quando os governantes manejam o poder de criação de moeda e crédito, só o fazem a serviço de seus interesses pessoais, em especial antes de eleições. Desse modo, financiam déficits e geram inflação e ciclos econômicos. Afinal, a história está cheia de exemplos ruins do que acontece quando políticos manipulam nosso dinheiro: financiam aventuras bélicas, provocam estímulos insustentáveis da atividade econômica e a devastação da poupança da população por meio de confisco inflacionário. 
·       Quanto mais longe do "botão de imprimir dinheiro" permanecerem políticos, governantes e interesses setoriais, mais responsável será a gestão monetária, e, consequentemente, maiores serão renda e emprego. Assim, só se consegue um mandato de estabilidade de preços se houver proteção do controle político. 


 
Argumentos contra:

·         Institucionaliza a entrega do galinheiro na mão das raposas.
·         Alegam blindagem da “influência política”, mas quem vai blindar a entidade monetária da influência do mercado? 
·         Em vez de o Governo dar corpo ao Comitê de Política Monetária (o Copom), agora é o mercado quem determinará a cada 45 dias a taxa básica de juros da economia (a Selic, principal instrumento para controlar a inflação, o custo de captação dos bancos, o consumo e a taxa de juros).
·         Encher ou não o carrinho no supermercado também depende do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (o IPCA que controla a inflação), ou ainda precisar de um empréstimo, um financiamento ou realizar aplicações financeiras, tudo isso agora terá que lidar com taxas de juros ditadas pelo mercado sem sintonia com as decisões macroeconômicas do Governo.
·         Um governo eleito pelo povo terá de conviver com uma linha de condução do BC eventualmente contrária à sua política. Uma tutela da democracia pelos bancos.
·         Já vimos como o real está desvalorizado (e era para o BC cuidar da nossa moeda) e o dólar em alta, favorecendo as exportações e minguando produtos do mercado brasileiro, cada vez mais caros (aliás, já viu como estão, nas prateleiras, o preço de alimentos básicos?). Quem mais perde com a inflação é o pequeno. 
·  Com o BC comandado por Bancos, é possível vislumbrar a autorização de contas em dólar no país. Esse caminho de dolarização da economia será vantajoso para alguns investidores, mas devastador para a soberania nacional.
·     ·   A quem interessa a autonomia do BC? Certamente que não é a sociedade em geral, mas bancos e grupos de interesse que poderão ter acesso aos cofres do governo sem chamar muito a atenção. Para a sociedade o que interessa é que o BC seja mais transparente e que seja responsabilizado sempre que a sua atuação não corresponder às expectativas. 
·         É um tema não adequadamente discutido pela imprensa. Se por um lado, pode parecer positivo um BC exclusivamente técnico, por outro, teremos uma política econômica ditada pelo puro mercado.
·         É sinal do desgoverno Bolsonaro: o ganancioso Mercado acima de tudo; manipulação, desigualdade social e morte acima de todos!
·         Autoritarismo + Neoliberalismo = dão as cartas no país!
 

“É tradição dizer que, se não fosse o Carnaval, com sua vocação igualitária, que permite ao povo sofrido extravasar e afogar suas mágoas, já teríamos vivido muitas revoltas populares no Brasil. Neste ano não teremos Carnaval. Não sei se teremos revolta. Mas motivos certamente não faltam”.
(Guilherme Boulos, professor, militante do MTST e do PSOL)
 

“E sabe por que não tem revolta? Porque mainha Globo não deixa! Tem carnaval clandestino sim! Não pode é mobilização!”

(Felino, gato selvagem)

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