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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

quarta-feira, 13 de maio de 2020

As teias invisíveis...


Somos governados por determinações das quais mal temos consciência!

TEIA I: A liberdade individual como identidade é uma coisa boa, gostosa. O problema é o exagero pessoal que substitui o indivíduo pelo individual. Nasce o individualismo como obsessão da exclusividade, e ele é cego! Até aqui seu jeitinho de ser já se transformou numa libertinagem irresponsável, conivente e caprichosa. Em outras palavras, “eu estando bem, danem-se os outros, neh?”.

TEIA II: Os arrogantes que batem no peito e dizem: “essa é a minha religião”; “este é o meu jeito de alimentar”; “esta é a orientação sexual correta”. Mentira!!! Existe aí uma falsa liberdade. A indústria cultural e sua ideologia da sociedade industrial determina o tempo todo padrões de comportamento, inclusive o seu. No fundo, acabamos constrangidos, conscientemente ou não, a uma série de práticas que suponho serem minhas escolhas no mundo do consumo, da indústria cultural, mas que não são realmente minhas. “Mas quem disse que você escolheu tão livremente fumar? Quem disse que não houve uma propaganda maciça para levar você a escolher fumar (ou a escolher comida gostosa, escolher engordar)? Que liberdade é essa?”.

TEIA III: Dizem que o Sol nasce para todos, e que somos todos livres. Mas, de fato, algumas pessoas podem fazer escolhas mais livres do que outras. Por exemplo, aquelas pessoas com mais condições econômicas ou mais autonomia intelectual.

TEIA IV: A escravidão não foi abolida, apenas mudou suas estratégias. Se por um lado não é preciso matar pessoas, levá-las à fogueira ou ameaçá-las para conseguir que os comportamentos se ajustem ao que é socialmente desejável. Por outro lado, seguimos consumindo programas de TV, moldando nosso pensar e nosso agir pela propaganda e estragando nossa saúde com processados. Nesse quesito, temos um misto de avanço e de recuo. É ótimo que ninguém seja morto por divergir das correntes dominantes na política ou mesmo no comportamento (e olha lá), mas também é preocupante pensar que somos governados por determinações das quais mal temos consciência.

TEIA V: Você não tem apenas direitos, tem também os deveres. Seu direito termina quando o direito do outro começa. A esse respeito podemos ilustrar o exemplo: quando se aprovou em São Paulo a lei limitando o uso do tabaco em público. Muita gente a questiona de uma forma marota, mas, na verdade, o que a lei proíbe é que o indivíduo terceirize a sua fumaça. Não se proíbe ninguém de fumar, mas de fazer o outro aspirar o seu fumo. A proibição visa evitar que não fumantes sejam constrangidos pelos fumantes. Portanto, seu egoísmo não é a única coisa que lhe governa.

Esses exemplos são suficientes para demonstrar que existem alvos de “ns” constrangimentos que nos aprisionam em muitas teias com a falsa promessa de liberdade. Precisamos lançar luz sobre essas teias invisíveis que nos prendem para superá-las e tentarmos ser coletivamente melhores.

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