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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 7 de julho de 2019

PARTE I: Política é fazer supermercado.


Se eu pudesse comer o que quisesse e na hora em que quisesse e o quanto quisesse, não haveria fome. Do mesmo modo, se todos pudessem ter o que quisessem na hora em que quisessem, não haveria aquilo que chamamos de política. Política é uma atividade complexa porque tem diversas maneiras de ser compreendida (é um conceito multirreferencializado, diria Roberto Sidnei Macedo).

Não somos como as plantas privilegiadas, que realizam a fotossíntese. Se não temos a capacidade de autoproduzir o próprio alimento, precisamos exercer a árdua atividade de trabalhar. Assim, podemos concluir que a experiência humana nunca nos dá tudo o que queremos. Por isso mesmo, há concorrência, embates, fazemos concessões e, muitas vezes, temos de lutar pelas coisas. É no centro dessa luta que está a atividade política, onde se encontra o desenvolvimento de ideias e conceitos que nos ajudam a estabelecer o que queremos e a defender nossos interesses.

Podemos então dizer que certas ideias e conceitos, isto é, o desenvolvimento de uma linguagem para explicar e justificar nossas demandas (como fazer a feira ou “supermercado”) e para desafiar, contradizer ou satisfazer as dos outros (o almoço compartilhado): é a própria atividade política. Quer dizer, essa pode ser uma linguagem de interesses, tanto de indivíduos quanto de grupos, ou pode ser a linguagem de valores, tais como direitos e liberdades ou divisão igualitária e justiça. Ou seja, no final das contas política é uma feira de supermercado feita com uma incógnita:

Comeremos o banquete sozinho ou chamaremos outros para dividir a comida?

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