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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 27 de janeiro de 2019

Que Deus é esse?


Com o lema de campanha “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, Bolsonaro usou uma ideia de Deus que troca a luta por promessas – um curinga para encobrir políticas de obscurantismo. Dá a impressão de que o Brasil deseja ser governado sob o amparo divino, mais do que sob as Leis e a Constituição. A bandeira de Deus é hasteada por um presidente que parece querer governar em seu nome – nada mais explosivo para a democracia que uma presença obsessiva da sombra de Deus por parte dos que governam um país laico por constituição.

Esse é o verdadeiro Deus de Bolsonaro: obsessivo, ambíguo e politicamente incorreto. Não é o Deus que deve libertar os escravos da pobreza e da injustiça, o Deus dos que sofrem por serem diferentes, o dos excluídos dos privilégios, e sim o que adoram os satisfeitos, o vingador mais que o pacificador. O Deus da violência mais que o desarmado das bem-aventuranças. Um Deus que infunde medo nos que deveria acolher sob sua proteção. É um Deus que se faz ouvir só através das ordens, gritos e armas do poder, não o que fala no silêncio dos corações em busca de paz e de diálogo.

Por que o Brasil é um país com forte presença religiosa nas massas populares? Porque é um país com vasto histórico de pobres e minorias que sofreram (e sofrem) com mais força a injustiça e a violência, a autoridade e o atraso. Assim, é na religião que Deus é visto como refúgio contra a dor e as dificuldades da vida. Por isso é tão aclamado.

A liberação dos oprimidos e marginalizados perpassa pela luta contra a injustiça, ou seja, Deus é uma força de resistência contra as desigualdades sociais e as intolerâncias, mas Bolsonaro insiste à conservadora “teologia da prosperidade” dos evangélicos, que promete novas utopias que adormecem as injustiças. Justo os evangélicos de boa fé, que são a grande maioria, os mais castigados pelas injustiças sociais. Por isso um presidente apaixonado por Deus e pelas armas em igual medida faz o Brasil adentrar em uma fase perigosa – o fundamentalismo idolátrico.

O uso pessoal que Bolsonaro faz do nome de Deus só o transforma em mais uma bandeira nas mãos de conservadores e políticos que o anulam como propriedade.


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