É um livro da Editora Fapi Ltda. Escrito
pela mineira e pedagoga Frances Rodrigues Pinto e ilustrado por Márcio Luiz de
Castro. Desde pequena, a autora gostava de escrever poesias e histórias. No ano
2000, o ofício nato ganhou profissionalismo e surgiu a Coleção Francesinha, da
qual faz parte essa história. Ela escreveu também a coleção “Divertindo com os
Numerais” e o famoso “Dia-a-dia do Professor – Datas Comemorativas”.
A história fala sobre o preguiçoso
ursinho Bilu-Bilu, que só sabia dormir e roubar, a pedrada, o apetitoso mel da
colmeia das abelhas. Depois de se deliciar com o mel alheio, lambuzando-se dos
pés à cabeça, dormia dias inteiros com o barrigão cheio. Claro que com esse tipo
de comportamento, despertava a ira das abelhas. Afinal, em poucos minutos ele
explorava o trabalho árduo das operárias. Esse tal de Bilu-Bilu até parece com
o famoso ursinho Puff!
O malfeitor Bilu-Bilu gerou um zum, zum, zum entre as abelhas, que
decidiram dar uma lição no ursinho. Já cansadas de verem suas colmeias
destruídas, elas resolveram se unir e agrupar em uma grande nuvem, e combater o
comilão. O ursinho foi adormecido por um pó mágico jogado pelas abelhas, que o
carregaram para a colmeia real. Ao acordar, veio o grande susto – Bilu-Bilu
havia se transformado em uma abelha. Até quis gritar, mas o ruído que soltou
foi um zzzuuummm!
Agora, na pela de uma abelha, as
operárias puderam ter uma conversa de igual para igual. Primeiro, o
conscientizou da sua transformação em abelha e depois “passou a real”: o mel
comido das colmeias derrubadas é feito por um árduo e difícil trabalho.
Inserido no enxame, agora fazendo parte da comunidade de abelhas, a Abelha
Rainha chamada de Bizum explicou as regras da casa: “Nós somos muito organizadas e distribuímos tarefas para todos. Eu, que
sou a rainha, fico encarregada pela reprodução da espécie e colocar ordem na
colmeia. Ao Zangão cabe a fecundação da rainha, e as operárias, são as
responsáveis por todo trabalho que é feito dentro e fora da colmeia”.
Eu acho que esse ursinho é uma abelha...
E lá se foi Bilu-Bilu cumprir suas tarefas, trabalhando em todos os cargos,
funções e setores da nova vida e profissão. Foi ser Babá, alimentando as crias;
Faxineira, cuidando da limpeza; Guardiã, protegendo a colmeia; Arquiteta,
moldando as células que formam as colmeias. Quando, enfim, foi voar à procura
de pólen para fazer o mel, suas asas desapareceram e ele teve uma baita “queda
de realidade”. Bizum, a abelha rainha, devolveu a vida de urso para Bilu-Bilu.
Como ele já havia percebido na pele como era uma vida de abelha e aprendido a
trabalhar direito e ser útil na vida, Bizum deu-lhe uma nova chance de viver
honesto e produtivamente como urso.
Bilu-Bilu aprendeu que trabalhar é bom e
muito importante, pois o trabalho nos traz recompensa, responsabilidade e
satisfação. Para isso, é preciso algumas mudanças de comportamento, como ter
iniciativa e dedicação, ou seja, superar o comodismo e mudar o próprio modo de
ser. Além desse importante aprendizado, o ursinho aprendeu a cozinhar e
especializou-se tanto que abriu na floresta o restaurante Ki-Delícia. Parece
que o negócio deu certo, pois todos os habitantes da floresta passaram a
frequentar o local, inclusive as próprias abelhas da Colmeia Real, que
saboreavam de graça seus quitutes gostosos.
Dizem que, mais importante do que dá o
peixe é ensinar a pescar. Aqui, o ursinho Bilu-Bilu aprendeu que menos cômodo
do que roubar o mel é aprender a melar (melar a barriga no pé do fogão) Kkkk. A
historinha começa atacando os maus hábitos, como o comodismo e a exploração,
desenvolve a capacidade de se colocar no lugar do outro (a palavra é empatia) como forma de
aprendizado e termina estimulando o empreendedorismo. Primeiro, a força da
necessidade; segundo, a boa vontade e a iniciativa; terceiro, o conhecimento e
a formação; quarto, as condições e boas oportunidades de negócio. Gerir a
própria vida nunca foi fácil. Embora sendo um caminho árduo, é necessário.
Dizem que, quando o mel é bom a abelha
sempre volta. Pois é, entrando na pele de uma abelha você saberá o quão difícil
é produzir esse mel gostoso. Na Natureza uma espécie pode até sobreviver
explorando a outra. Mas, na sociedade humana a história é bem diferente. Quer
docinho? Vai trabalhar! Kkkk...
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