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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

sábado, 23 de janeiro de 2016

FILME 01: Os 8 Odiados...

Que tal desenhar uma fronteira que tem cara de passado, mas com conflitos contemporâneos que se desenrolam nela?

O que emerge da grande quantidade de diálogos desse filme? Duas representações dos EUA:

1 – o período que se seguiu à Guerra Civil (1861-1865);
2 – as tensões raciais em erupção e dos cismas entre conservadores e liberais  dos dias de hoje.

A rigor, lida-se de alguma maneira com os mitos da criação nacional: a nação desenhada pela doutrina do “destino manifesto”: crença de que os EUA estavam destinados a se expandir para o Oeste e abranger sua dimensão continental. Índios passaram de vilões a vítimas; homens da lei deixaram de ser justos e ficaram truculentos; a fronteira deixou de ser vista como avanço da civilização para virar foco de violência. 

O filme destaca uma expressão: Mexican standoff = “Impasse mexicano”: aquela cena em que dois personagens apontam suas respectivas pistolas um para a cabeça do outro. Além desses convencionais e tradicionais, com armas, há outro – os verbais, com palavras: dois ou mais personagens se aproximam do instante do xeque-mate na base das tiradas. Às vezes não se inventa uma modalidade, mas faz-se dela um uso tão virtuosístico que se torna uma marca registrada. E aqui está uma do diretor do filme.

Basicamente, estamos falando de personagens debatendo em grande parte num único ambiente, onde emerge tensão, revelações, traições, novas perspectivas, enfim… Possui incessantes diálogos e com um roteiro de grande virada. Feito em capítulos, o filme passa boa parte se dedicando à apresentação de personagens para torná-los imprevisíveis. Um destaque vai para a personagem que apanha praticamente o filme todo sem jamais demonstrar qualquer traço de vulnerabilidade, nos fazendo esperar que essa personalidade irá redesenhar novos meandros na história.

E outras mais belas ideias do filme: 

  Será essa reunião uma casualidade, ou é fruto de um ou mais conluios? De diálogo em diálogo, e de morte em morte, ódios e rancores vêm à tona, contas históricas ganham seu ajuste e outras permanecem, para entrarem na contabilidade do presente.
  A vida na fronteira ou a fronteira da violência.
  Antes de disparar as armas, tiroteios verbais. Uma reunião nada casual.
  A violência exuberante.
  Multiplique essa situação ao infinito.
  É com conversa e trocas astuciosas que se faz a sondagem dos personagens.

O passado é cada vez mais contemporâneo. Então é bom sempre ir mais longe: acrescentar mais um “pós” ao termo “pós-moderno” e, da revisão, passar à transposição. 

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