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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

sábado, 26 de dezembro de 2015

Que tal um pouco de Didática?

  A Didática não é um conjunto de técnicas, mas uma área do conhecimento que procura fazer a mediação entre a teoria educacional e a prática em sala de aula.
  A motivação do aluno pode vir da percepção de que o professor ama o que faz. “É incrível como ele consegue fazer a gente entender, como junta as coisas da vida com as coisas da disciplina”. São aulas organizadas e planejadas. Tem facilidade para ouvir os alunos. Varia as estratégias dependendo do conteúdo. “Não se estressa por bobagem”. Quando ocorre algum problema, tipo indisciplina, ele ouve, reflete e age, mas sem fazer escândalo.

  O trabalho docente se faz na interface entre o desenvolvimento da prática (conhecimento tácito) e o aprofundamento teórico. O aprofundamento teórico é essencial para uma ação reflexiva, de qualidade superior, e é preciso cuidado para não cair em nenhum dos extremos: o praticismo e o teoricismo. A teoria e a prática se articulam o tempo todo, embora nem sempre as percebamos.
  O praticismo reduz a formação do professor apenas à prática e nega-lhe a possibilidade de ser um intelectual da educação e coloca-o apenas no papel de executor de atividades pensadas e programadas por sistemas de ensino, leis, autores, etc.
  Na área da educação, a Didática é uma área essencial para o aprofundamento teórico. Ela é “uma área que tem como especificidade o estudo da prática pedagógica” e se ocupa do processo ensino-aprendizagem.
  Há uma grande importância da formação docente. O professor deve ir além do domínio de conteúdo e a Didática tem um papel fundamental nisso.
  Definições de Didática. Na Antiguidade até o século XIX o método de ensino era a memorização (a compreensão era quase desnecessária). Há várias concepções de Didática que foram sendo construídas no decorrer dos tempos e de acordo com as necessidades e condições da sociedade em cada época. 
1.      A Didática é uma disciplina teórico-prática que pretende subsidiar o professor “em todos os elementos constitutivos da dinâmica escolar, quais sejam: a reflexão pedagógica necessária à implementação de um projeto educativo, com suas concepções explicitadas através de seus planejamentos e efetivadas através de sua dinâmica cotidiana” (MELO; URBANETZ, 2008, p. 152).
2.      A Didática é a arte de ensinar.
3.      É uma disciplina técnica, e que tem como objetivo específico a técnica de ensino.
4.  É o estudo das teorias de ensino e de aprendizagem aplicadas ao processo educativo que se realiza na escola, bem como dos resultados obtidos. 
  Vários filósofos e educadores se dedicaram ao estudo de novos métodos de ensino com ênfase na compreensão:
- Sócrates (século V a.C.): teoria baseada na refutação (fazer o discípulo admitir sua ignorância) e na maiêutica (refletir e reformular suas próprias respostas). O saber não é uma transmissão, mas uma descoberta própria. Ou seja, partia do erro para o acerto.
- João Amos Comenius (século XVII): didática é a arte de ensinar tudo a todos. Em 1632, apresentou 5 princípios para o ensino:
1. o aluno aprende através dos sentidos (ver e tocar);
2. aplicar o conteúdo ao dia a dia;
3. explicação da origem dos fenômenos estudados;
4. explicar os princípios gerais e somente depois os detalhes;
5. continuar o conteúdo somente após a compreensão total do aluno.
- Heinrich Pestalozzi (século XVIII): o indivíduo nasce bom e as influências do ambiente interferiam na formação do seu caráter. Portanto, a educação era um agente natural transformador da sociedade. Características do seu método:
1. apresentava o conhecimento por seus elementos simples e concretos, para estimular a compreensão;
2. utilizava o processo de observação ou percepção pelos sentidos, denominado de intuição;
3. fixava o conhecimento tendo como base a observação;
- Jhon Frederik Herbart (século XIX): baseou seu trabalho em Pestalozzi, de quem foi discípulo. O ser humano não é bom nem mau, mas desenvolve-se num sentido ou no outro a partir das influências externas. Sua característica é a assimilação. A função da escola é ajudar o aluno a se desenvolver:
1. do contato com a natureza, através da experiência;
2. do contato com a sociedade, através do convívio social.
- John Dewey (século XX): a escola teria que trabalhar em coletivo se baseando na cooperação, pois o homem tem uma necessidade social que o obriga a ser cooperativo.

  O estudo da Didática é essencial ao professor e objetiva que ele compreenda o fenômeno educativo de maneira ampliada e possa tomar decisões adequadas aos propósitos que ele defende.
  Como ser um bom professor? O professor é e precisa ser um intelectual da educação, saber o que e como fazer, assim como as possíveis consequências de seus atos!




Um comentário:

  1. Muito bom, excelente, tinha feito um trabalho acadêmico sobre didática aplicada a enfermagem e faltava conteúdo para concluir, aqui eu encontrei a chave e até os elementos contextuais para minhas considerações finais no trabalho, parabém, contribuiu muito.

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