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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

segunda-feira, 30 de março de 2015

15. Química em Caetité...

O Minério de Ferro e o perigo do Urânio...

Em Caetité, município com 46.192 habitantes no sudoeste do Estado, a Bahia Mineração (empresa com sede em Londres e origem no Cazaquistão) descobriu uma mina com potencial produtivo de 398 milhões t de minério de ferro. A vegetação predominante no território de Caetité é a caatinga. Fértil em minerais e outros derivados (ferro, ametista, manganês, granito) o município abriga empresas (cerâmicas, mineradoras, eucalipto).

Outro elemento preocupante é o líquido radioativo de uma bacia de decantação de urânio (a ser explorado pela URA/Caetité que é alvo de denúncias, inquéritos, autuações, multas e acidentes nas instalações, ou com operários). A extração, beneficiamento e transporte de material atômico apresenta alto risco para o homem e o meio ambiente. A população está sujeita a ocorrência de doenças relacionadas a danos genéticos e neoplasias (câncer ou tumor) malignas na área de influência da mineradora. Além do mais, riscos e efeitos da mineradora, sendo mais diretamente afetados pela liberação de radônio na atmosfera e pela poeira gerada pelas explosões atômicas. Ou seja, compromete a água, o solo, a vegetação e a saúde dos empregados e da população.

A complexa fabricação do combustível gerador de energia nuclear começa na Bahia, prossegue no exterior e termina no Brasil. O início desse processo acontece em Caetité: ali o urânio é extraído do minério, purificado e concentrado em forma de sal amarelo, que vai para o Canadá, dali saindo para a Europa (Alemanha, Holanda e Reino Unido), de onde volta para a Fábrica de Rezende (RJ), onde a geração do combustível é concluída. A tecnologia nuclear, cara e perigosa, produz o lixo atômico, que dura pelo menos 50 mil anos e para o qual nenhum país no mundo encontrou solução. A assistência à saúde sempre foi precária na região, que não dispõe de um centro de diagnóstico de câncer, decorrente de exposição a radiações ionizantes, e novos casos são registrados, inclusive entre os trabalhadores da mineradora. Outro fato reacendeu o debate entre a comunidade e os responsáveis pela saúde pública municipal sobre o grau do perigo ao qual estão expostos: recente pesquisa revelou que em Caetité, a média de incorporação de radionuclídeos (átomos que emitem radiação) é de 52,3 ppb, 100 vezes maior que a média mundial, cerca de 2 vezes maior que a de Lagoa Real, 1 vez maior que a de Igaporã e 25 vezes maior que a da região de comparação, a represa de Guarapiranga (SP).

O Brasil tem a sexta maior reserva de urânio do mundo, e a mina baiana, descoberta na década de 1970 pela CNEN, fica entre os municípios de Caetité e Lagoa Real, na microrregião econômica de Guanambi, na Serra Geral, integrando as Bacias Hidrográficas do Rio de Contas e do São Francisco.

Assista aos vídeos abaixo e veja as duas versões ou os dois lados dessa história: o desenvolvimento econômico X os impactos ambientais e sociais. 





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