Orgulho
Ferido...
“Construímos
o navio para fazê-lo flutuar.
Não
o construímos para colidir com um iceberg ou um penhasco.
Infelizmente,
foi exatamente o que aconteceu.”
(Singela
explicação de Alexander Carlisle, um dos engenheiros do Titanic).
Em uma quarta-feira, 10 de abril
de 1912, da Inglaterra rumo a Nova
York, colidiu a estibordo com um iceberg na região dos bancos gelados de
Newfoundland por volta das 23h40min do
dia 14. Ele partiu do cais de Southampton (Inglaterra), o Royal Mail Ship (RMS) Titanic (Vapor do Correio Real Titanic),
construído pela White Star Line e pela Harland & Wolff, de Belfast, tinha
como direção às cidades de Cherbourg (França), Queenstown (Irlanda) e, por fim,
New York (onde se pretendia chegar na outra quarta seguinte, 17 de abril). Era
o maior (269 m de comprimento) e mais pesado (46,328 milhões de Kg ou 46 mil
toneladas) transatlântico já construído. O naufrágio não era uma hipótese para
os projetistas: o Titanic poderia
flutuar com até quatro compartimentos inundados. O iceberg, entretanto, rasgou
cinco dos oito dele na colisão. Mas, O arquiteto naval Thomas Andrews, responsável
pela concepção do Titanic, jamais poderia antecipar o fatídico destino que o
aproximaria para sempre de sua principal criação (ele sucumbiu junto com o
navio).
Os especialistas não compreendem o motivo pelo qual o Titanic não
alterou sua rota, já que recebeu diversas mensagens pelo telégrafo alertando
sobre a presença de icebergs flutuantes (notadamente na região 42º Norte e
entre a 49º e 51º Oeste) na véspera da colisão. Mesmo sabendo do caminho
potencialmente acidentado na rota do majestoso transatlântico, o capitão optou
por manter a rota e a velocidade, confiando na calmaria do oceano - "o mar estava como grama",
declarou o segundo oficial, tenente Charles Lightoller - e na observação de sua
equipe na torre (que, entretanto, estava sem binóculos). Ao choque e à
incredulidade pela notícia, soma-se agora, no rescaldo da acachapante tragédia,
a ânsia pelas respostas às perguntas que não querem calar. “Como um gigante do porte do Titanic pode ter simplesmente afundado
pelo choque com um iceberg? Por que o maior e mais moderno navio de nosso tempo
não oferecia plenas condições de segurança a todos os seus passageiros?” Autoridades
dos Estados Unidos e da Inglaterra se mobilizaram para investigar as causas do
sinistro e atribuir possíveis responsabilidades.
Por mais pesado que seja um navio, ele se mantém na superfície da água por conta de um equilíbrio entre sua capacidade de flutuação, que o empurra para cima, e a gravidade, que o puxa para baixo. O ar presente nos dezesseis compartimentos do Titanic tornava o navio menos denso que a água. Isso, claro, até o momento em que a embarcação atingiu o iceberg. O rombo provocado pelo gelo perfurou o casco do navio e a água rapidamente ganhou cinco desses compartimentos, eliminando o ar dessas salas. A estabilidade foi obviamente interrompida. Com isso, a frente do Titanic, muito mais pesada por conta da inundação, começou a submergir, fazendo a traseira levantar para fora da água.
O que seria o inevitável aconteceu
na noite de 14 e a madrugada de 15 de abril de 1912: foram 1.517 pessoas que
morreram nas águas gélidas do Atlântico norte e mais de 700 vidas foram salvas.
No total, 80% dos homens e 25% das
mulheres morreram. Aparece então outra indagação: Por que os botes salva-vidas não foram lançados com suas capacidades
máximas? Tivesse sido esse o desfecho, pelo menos mais 500 pessoas estariam
salvas. Dos 890 profissionais em
serviço, apenas 214 sobreviveram. Aliás, os 20 botes salva-vidas presentes
no navio acomodavam apenas um número máximo de 1.178 passageiros - número que
estava dentro da regulamentação inglesa para navios de mais de 10.000
toneladas, mas insuficiente para acomodar
as 2.223 pessoas que estavam a bordo do transatlântico. A viagem inaugural
do Titanic, um projeto fabuloso orçado
em 7,5 milhões de dólares (e que tinha até 08 andares de cabines), rendeu
uma das maiores tragédias da engenharia náutica e da navegação mundial. A
velocidade e a potência, obsessão daqueles tempos, foram preteridas em
detrimento do conforto e da grandiloquência. A preocupação com o bem-estar dos
passageiros era tanta que, dos cerca de
890 membros da tripulação, mais de 500 eram garçons, cozinheiros e artistas em geral. Mas, em questão de sobrevivência, a maioria dos passageiros da primeira
classe se safou (um índice de 60,5%, o maior entre todas as categorias do
navio).
Na nossa aula de Química, o destaque vai para o diamante “Chave de Start”: Heart of the Ocean, Le Coeur de La Mer ou “O Coração do Oceano”. Este é o nome do mundialmente famoso colar
presenteado à personagem Rose (Kate Winslet), peça chave responsável por
desencadear a grande e famosa obra
cinematográfica “Titanic”. A joia é fictícia e não existiu de fato no
Titanic real, nem foi usado por qualquer um de seus passageiros, assim como não
existiu o casal romântico e apaixonado do enredo da história. Ela foi desenhada
e fabricada única e exclusivamente para o filme Titanic dirigido por James
Cameron em 1997 (premiado com 11 estatuetas do Oscar), livremente inspirada
no caríssimo diamante Hope (este
sim, real e de coloração azul metalizada, graças ao elemento químico Bóhrio,
avaliado entre US$ 200 e US$ 250 milhões). Este diamante encontra-se no
Instituto Smithsonian, Washington, EUA.
A peça foi feita pelos joalheiros de Londres Asprey e Garrard, através
de uma pedra preciosa sintética, fabricada em laboratório, denominada Zircônia Cúbica (no valor de US$
10.000), de cor azul, de grande beleza e brilho, mas de valor muito inferior ao
real diamante. A história do diamante Hope ultrapassa 300 anos e carrega uma
grande mistura de lendas e de supostas maldições, que relatam que essa joia
trouxe muito azar (e até morte) aos vários proprietários ao longo dos séculos.
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