Três
cenários para o segundo mandato da presidente Dilma:
1. OTIMISTA: Rápida elevação do potencial de
crescimento:
- rejeitar as
ideias econômicas equivocadas;
- ser uma líder
com humildade para reconhecer erros;
- rever
convicções;
- abandonar a
fracassada política econômica;
- escolher nomes
respeitados para a equipe econômica;
- aprovar
reformas;
- eliminar a
contabilidade criativa nas contas públicas;
- ser
transparente nos subsídios;
- restaurar a
autonomia do Banco Central e o papel do Itamaraty na política externa;
- demanda nova
abertura da economia;
- outras medidas
para aumentar a produtividade;
- o resultante
choque de credibilidade restauraria a confiança na economia.
2. PESSIMISTA: Considera manutenção do estilo
centralizador:
- preservação da
política econômica;
- continuidade
da excessiva intervenção na economia;
- insiste-se nas
desonerações tributárias seletivas e nos subsídios em favor de certos setores;
- a inflação não
sai de controle, embora permaneça muito alta;
- piora a já
delicada situação das contas externas;
- o Brasil perde
a classificação de grau de investimentos, tornando mais difícil e mais cara a
captação de recursos externos;
- o potencial de
crescimento cai para 2% ao ano ou menos;
- o desempenho
do PIB fica bem abaixo da média anual de 1,6%;
- explicações
conjunturais: a demanda externa baixa por causa do crédito escasso, a crise de
confiança que barrou os investimentos e a queda nas exportações;
- explicações
estruturais: inclui os custos de infraestrutura e logística, a falta de
mão-de-obra qualificada e a carga tributária pesada;
- reverter o
mau-humor e destravar os investimentos, que neste ano ficaram muito
fragilizados;
- recompor a
credibilidade na economia, uma ação de melhora na transparência fiscal, menor
intervencionismo nos setores de atividades, a busca na meta de inflação (trazer
de volta a confiança);
- oferta maior
de energia elétrica para ter um custo menor, qualificação de mão de obra,
integração com as cadeias produtivas mundiais, a fim de que possamos absorver
mais tecnologia na nossa produção, pensar numa simplificação do sistema
tributário e rever a proteção efetiva para a indústria.
- as
instituições orientadas pela oposição podem desmoronar e assim confirmar o
temor de muitos segmentos que é o de entrarmos no desastroso clube dos chamados
países bolivarianos.
3. MEIO-TERMO: Rebaixamento da classificação de risco
do país.
- As agências
vão rebaixar o país devido o se grau de investimento, mas nem tanto;
- O país não
envereda por caminhos perigosos;
- Não haverá
colapso da economia;
- O PT não
assumirá hegemonia.
CONCLUSÃO: A base desse
cenário são instituições fundamentais que podem evitar consequências de más escolhas políticas. Trata-se de um
conjunto formado por democracia consolidada, Judiciário independente (ao menos na
maior parte dos tribunais superiores), sociedade de
classe média e intolerante à inflação, mercados financeiros sofisticados e integrados aos fluxos financeiros globalizados e imprensa livre e independente. Esse
conjunto emite “alarmes de incêndio” de distintas origens que são disparados
pelo trabalho de jornalistas, por
uma piora da avaliação de riscos no mercado financeiro
e pela mobilização da opinião pública
contra a má gestão do governo. A exemplo de países avançados, as instituições brasileiras não garantem a escolha dos
melhores líderes, mas limitam a permanência dos maus governos por muito
tempo.
O gatilho seria
a aprovação de lei sobre o “controle social da mídia”, um
disfarce para a censura com a qual
sonham alas radicais do PT. O canal que aciona os “alarmes de incêndio” seria
obstruído. Até agora, essa ameaça tem sido bloqueada pela ação da imprensa e de outros formadores de opinião,
entre os quais o Congresso. Novas tentativas, ocultas sob o mandato de “regulação econômica da mídia”, muito
provavelmente disparariam reações, inclusive movimentos
de rua, que impediriam a aprovação
da medida. É baixo, pois, o risco de entrarmos no clube.