Quem sou eu

Minha foto
São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
Obrigado pela visita!
Deixe seus comentários, e volte sempre!

"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

terça-feira, 18 de março de 2014

Amigos, acabei de produzir um texto crítico Nº 07 nesses "tempos de Natal".


FALSOS PRESENTES DE NATAL: Natal chegando e todo mundo querendo presentes, principalmente as crianças. Então passei a refletir “o hoje” com base nos “tempos de antigamente”. Quando eu era criança, meus pais não tinham condições de comprar brinquedos “pré-fabricados” e eletrônicos como se vendem aos montes por aí. E era justamente daí, de uma coisa chamada humildade, que nascia a genialidade. Gastávamos nossas energias, tempo e criatividade construindo nossos próprios brinquedos, como o carrinho feito com duas rodas emborrachadas de palmilhas recicladas de sandálias, unidas por uma haste e conduzidas por um gancho de madeira que apoiávamos no ombro e dávamos, nós mesmos, o caminho que nossa imaginação quisesse. A gente era, literalmente, não só os inventores dos nossos carrinhos de brinquedo, mas os próprios motoristas do nosso destino. Eu e minha mãe modelávamos com barro uma fazenda inteira de animais, uma parte para eu brincar e a outra para ser a “lapinha” (presépio) de casa. Ao lado das meninas brincávamos de responsabilidades de gente grande, como arrumar a casa, sair para trabalhar e trazer o sustento do lar – o que chamávamos de “comidinha”. Sem saber eu era inventor, artesão, arquiteto, engenheiro, professor, pai de família e um monte de outros profissionais... Sem saber, eu fazia parte de um monte de profissões de forma divertida. Um pouco dessa história pessoal explica duas coisas, uma do lado de cá e a outra do lado de lá. A parte de dentro explica por que sou apaixonado pelo conhecimento e por que amo ser professor: não fui treinado para isso, pouco menos faço meu ofício por obrigação. As condições da minha infância me despertaram o que sou. Por que será que na nossa sociedade atual não se faz mais Pelé, Santos Dumont, Carlos Drummond de Andrade... Como antigamente? Por que o mundo atual não está mais produzindo Aristóteles, Albert Einstein, Mahatma Gandhi...? Sabem por quê? Porque nossas crianças já não fazem mais os seus próprios brinquedos e brincadeiras. As fábricas fazem tudo e vendem para nós. Estamos falando de vídeo games, carrinhos eletrônicos, internet, Tv, bonecas já enfeitadas e tudo mais. Eles estão assassinando nossos futuros gênios antes mesmo que eles nasçam. Isso não é Natal, é um aborto intelectual. Muita gente paga por esses embrulhos falsos, compra esses presentes enganosos e ainda os chama de “Presentes de Natal (nascimento)”. São, isso sim, “presentes de aborto”. Por traz dessa magia toda existe uma poderosa indústria de empresários lucrando com os sonhos e o assassinato precoce de talentos. Esse “novo” tipo de Natal está parindo outro perfil de infância: esse daí que corre atrás de trios elétricos, se prostituindo para comprar abadás e brincando de gente grande. Por esses e outros motivos é que nunca deixei de ser a velha criança... Agora uma criança um pouco mais velha. Ah, a criança de antigamente...!

Nenhum comentário:

Postar um comentário