Texto Extra VI:
- Dados do IBGE sobre casamentos no Brasil revelaram que o número de pessoas divorciadas quase dobrou na última década. Chegou a 5 milhões de brasileiros em 2010. Os casamentos no civil e no religioso continuam maioria, mas um tipo de união cresceu significativamente: a consensual (36,4% dos brasileiros declararam viver desse jeito em 2010, enquanto em 2000 eram apenas 28,6%). Então por que tamanha rejeição ao casamento homossexual? Se fosse uma questão de sacramento e não de preconceito, os casais héteros não estariam se divorciando ou se unindo de forma consensual.
- A população mundial possui aproximadamente 07 bilhões de pessoas, enquanto o Brasil, o 5º país mais populoso do planeta, tem 194 milhões de pessoas. A China, o mais populoso (1.399.000.000 de pessoas), restringe aos casais a política do filho único. E a estimativa é que a população só tende a crescer. O argumento de que a homossexualidade comprometeria a perpetuação da espécie é uma falácia, visto que estamos falando de minorias (5% da população brasileira e 10% da população mundial). Seria mais lógico compreender a homossexualidade como um mecanismo de equilíbrio da superpopulação mundial.
- Muitos afirmam que um casal homossexual não condições morais, psicológicas e sociais para ter, adotar, educar e criar seus próprios filhos. Argumentam que esses seriam desequilibrados e mal formados. Então se pergunta por que nossa sociedade não é perfeita, constituída por adultos equilibrados e bem formados, visto que sempre predominou o modelo heteronormativo de criação das crianças? Ao invés disso, em todo país, a cada hora, 15 crianças são vítimas de algum tipo de violência (abuso sexual, exploração, maus tratos, agressões, negligências, crueldade...). E esse número ainda pode ser bem maior, porque nem todos os casos são denunciados. Então cabe perguntar: como o Brasil heterossexual está tratando as suas crianças? 47% das vítimas têm entre 8 e 14 anos. Crimes contra crianças no Recife, nos últimos 26 anos, comprovam que: 58% são violência física, maus tratos e lesão corporal e 42% abuso sexual; em 91% dos casos a criança conhecia o agressor; o agressor, em 95% dos casos, só usou o convencimento, faca e revólver: 4% e o local do crime, em 35%, a casa do agressor; em 29%, a casa da criança. Quem mais denuncia não é a polícia (7%) nem o Conselho Tutelar (3%), mas parentes (85%). Nos casos de abuso sexual as pesquisas mostram que o agressor é: homem, com emprego definido, alfabetizado, tem entre 17 e 25 anos, e 89% sem antecedentes criminais. A vítima tem em média 13 anos, é estudante e 98% são do sexo feminino. Só há prisão em flagrante em 13% das denúncias. E dos que são presos, só 9% continuam na prisão até o final do processo.
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