Quem sou eu

Minha foto
São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
Obrigado pela visita!
Deixe seus comentários, e volte sempre!

"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 10 de março de 2013

Produção de texto 05: PROCEDIMENTOS DE LEITURA II: como ler nas entrelinhas.


“Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto”. (Machado de Assis).

1º Passo: A “arte” de ler o que não foi escrito.
- nem sempre os textos trazem explícitos todos os elementos que participam da construção do seu sentido;
- ao ler, portanto, estamos freqüentemente complementando as informações fornecidas pelos textos com outras informações de que dispomos, ou que inferimos a partir do que foi dito pelo autor do texto.
- a explicitação de um implícito é uma condição necessária para se compreender o efeito pretendido pelo autor do texto.
- logo, algo não dito participa da construção do seu sentido final.
2º Passo: A realização de inferências.
- o que precisa ser recuperado para compreender o sentido do texto pode ser concluído a partir de pistas fornecidas no próprio texto.
- uma vez obtidas as pistas, deve-se confrontá-las com aspectos conhecidos da realidade para fazer uma inferência, ou seja, um tipo de raciocínio que conclui alguma coisa a partir de outra já conhecida.
- observar o uso de um raciocínio inferencial em diferentes situações de leitura.
- o raciocínio inferencial se soma a outros procedimentos necessários para a compreensão do sentido dos textos.
3º Passo: A identificação de pressupostos.
- faz-se uma pergunta e tenta-se inferir o que levou a tal fato.
- ou seja, existe antecipadamente algo de ideológico ali que conduz a um determinado tipo de fato, atitude ou comportamento.
- daí inferir que tipo de juízo ou momento anterior precedeu o acontecimento antes de se chegar à expressão da opinião.
- eis o que é algo pressuposto, ou seja, uma idéia, uma circunstância, um juízo ou um fato tomado como antecedente necessário de algo que foi dito.
4º Passo: A explicitação de implícitos.
- nem sempre a leitura das entrelinhas depende apenas de algo que foi pressuposto;
- a leitura das entrelinhas pode depender também de uma informação conhecida do leitor e que está subentendida, sugerida pelo texto.
- é preciso preencher lacunas para compreender o sentido do texto. Ou seja, para compreender, muitas vezes temos de reconstruir o sentido do texto preenchendo algumas lacunas que ficaram sugeridas.
- um implícito é algo que fica subentendido, que é sugerido pelo contexto estabelecido no texto e que depende, para ser explicitado, da capacidade do leitor de resgatar informações evocadas pelo contexto e confrontá-las com os dados obtidos no próprio texto.
- o leitor precisa compreender o sentido “que está por trás” de...
- implícitos: eles sempre estão associados a uma informação anterior, pressuposta.
5º Passo: O estabelecimento de relações intertextuais.
- cuidado! Algumas vezes nos deparamos com um texto ou imagem que nos provoca a sensação de estar diante de algo conhecido;
- precisamos analisar o texto e as imagens que compõem a tira.
- saber que são os personagens, suas teses, seus contextos históricos, seus problemas... nos ajuda a retomar o texto e seu sentido. Ou seja, reinterpretar a partir das relações existentes entre o pensamento de cada um e o que ali se diz.
- a fala final ali posta ganhará sentido no contexto das relações estabelecidas entre os vários “textos” evocados. É uma série de relações intertextuais.
- a intertextualidade é a relação que se estabelece entre diferentes textos quando um deles faz referência (direta ou indireta) a outro. Trata-se de um recurso utilizado pelo autor na construção do sentido de seu texto. A relação intertextual pode dizer respeito ao conteúdo, à forma, ou mesmo à forma e ao conteúdo.
6º Passo: A importância de saber ler as entrelinhas: fica aqui a moral da história:
É importante ser capaz de fazer inferências, de reconhecer pressupostos e implícitos e de estabelecer relações intertextuais. Somente os bons leitores, que dispõem de um repertório cultural mais amplo, enfrentam sem dificuldade o desafio de ler não apenas as linhas, mas principalmente as entrelinhas dos textos. Sendo assim, LEIA MUITO e de forma DIVERSIFICADA, os diferentes gêneros textuais e discursivos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário