O IBGE define saneamento básico como sendo o conjunto de ações que visa à modificação das condições ambientais com a finalidade de prevenir a difusão de transmissores de doenças e de promover a saúde pública e o bem-estar da população, incluindo fornecimento de água limpa e tratamento de esgoto. De acordo com o relatório de 2010 da OMS, em torno de 2,6 bilhões de pessoas em todo o mundo não possuíam saneamento básico em 2008. A situação é mais grave na Ásia, onde 72% dos habitantes estão expostos a bactérias, vírus e parasitas encontrados em dejetos humanos. A OMS estima que, a cada ano, 15 milhões de pessoas morram em todo o planeta de doenças infecciosas causadas por esses microrganismos (6% de todas as doenças no mundo são causadas por consumo de água não tratada e pela falta de coleta de esgoto, dados de 2008). A falta de saneamento põe em risco a preservação de mananciais de água e a sobrevivência de pessoas. Quando não provoca mortes, ela aumenta os gastos dos governos no setor de saúde. Em 2009, 59,1% dos domicílios brasileiros possuíam saneamento básico (2007 foi o primeiro ano em que o Brasil conseguiu garantir rede de esgoto a mais de 50% dos domicílios). De 2009 para 2011, a expansão da coleta de esgoto foi modesta no país. Segundo o IBGE, pouco mais de 3% (62,6% dos domicílios). Atualmente, 37,4% dos domicílios não estão sequer conectados com a rede coletora de esgotos. E em boa parte onde ele é coletado, não há tratamento. É preciso coletar e tratar para evitar o verbo poluir – não ir para os nossos rios, ar e solo. (apenas 38% de todo o esgoto produzido no Brasil recebe algum tipo de tratamento, o resto, 62%: aproximadamente 15 bilhões de litros de esgoto sem tratamento, despejados A CADA DIA na natureza, o equivalente a 6.300 piscinas olímpicas que ameaça a saúde e a vida das pessoas, e também o meio ambiente). Em relação à coleta de lixo, em 2009, 88,4% dos domicílios estavam contemplados. Em 2011, essa porcentagem subiu para 88,8%. Mais uma vez, o tema está relacionado às condições socieconômicas, pois os números já falam por sim mesmos: nas residências das famílias com rendimento abaixo de meio salário mínimo, 41,3% viviam em condições adequadas de casas com saneamento básico, enquanto nas famílias com renda demais de dois salários mínimos, o percentual sobe para 77,5%. Nosso país tem 21 milhões de crianças em casas com problema de saneamento (são pessoas de 0 a 14 anos, o correspondente a 23,3% da população brasileira, segundo o IBGE, desse número, 60,8% delas vivem com famílias de baixo poder aquisitivo e 48,5% moram em casas sem rede de esgoto (18 milhões de brasileiros convivem com esgoto a céu aberto, IBGE - 2010) ou abastecimento de água ou ainda coleta de lixo). Essa criança que amanhã será um profissional terá hábitos muito pouco urbanos, e isso certamente diminuirá suas oportunidades e chances no mercado de trabalho e na vida cidadã. É preciso repetir uma “revolução sanitária” e exigir mais distribuição de renda e justiça social, a começar pelos bairros de nossas cidades, expandir pelo Brasil e espalhar por todo o mundo! A gente paga imposto, tanto imposto, justamente para isso. A sociedade precisa reclamar e cobrar mudanças efetivas (uma pesquisa feita em 26 cidades mostrou que 75% das pessoas não cobram melhorias no saneamento, onde houve cobrança, 59% disseram que nada foi feito). Todos nós sabemos que é o responsável por isso em nossa cidade: o prefeito (68% dos entrevistados o apontaram). É responsabilidade do poder público o saneamento básico. Precisamos estar mais conscientes e tomar atitudes transformadoras. Isso é um direito nosso, está na Constituição, está nas Nações Unidas. Pois saneamento básico é um bom termômetro de cidadania: normalmente onde tem sistema de esgoto, há pavimentação, calçadas, coletas de lixo, iluminação, mais saúde (evita doenças como a leptospirose, diarréias e alergias)... Tem mais qualidade de vida.
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- Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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terça-feira, 10 de setembro de 2013
Saneamento Básico
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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