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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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domingo, 7 de dezembro de 2025

Relações (pedagógicas) autoritárias.

 

Como identificá-las?

·       O saber é usado como exercício de autoridade;

·       Em vez de ensinar ser uma ação política, passa a ser qualquer outra coisa (cuidar, instruir, depositar, etc.);

·       Os estudantes são reduzidos à condição de coisas;

·       Retira do estudante o direito de ser sujeito de seu próprio pensamento e discurso;

·       A relação professor-aluno é assimétrica;

·       Essa assimetria é lançada no currículo oculto: a) fingimento do diálogo e da não diferença professor-aluno; b) admite a diferença, mas para justificar a desigualdade e o exercício da autoridade.

·       A relação aluno-professor é pautada em extremos, enrijecimento autoritário, sem franquear ao estudante um diálogo com o saber.

·       Força e centraliza o diálogo dos estudantes conosco, com os professores (não com o pensamento e a cultura, ou a práxis cultural passada e presente, corporificada em obras);

·       Os alunos estão ali para consumir cultura e ciência, não produzi-las;

·       O lugar do saber é o professor (quando a relação pedagógica deveria situar o lugar do saber sempre vazio e que todos podem aspirar por ele – o direito de produzir cultura e ciência);

·       Fica em um pêndulo entre o paternalismo democratista e o autoritarismo, nunca em uma relação pedagógica democrática.

·       Acentua a desigualdade do acesso ao conhecimento;

·       A ditadura, em primeiro lugar, e a política neoliberal, em segundo, corromperam a estrutura;

·       Ode ao tecnicismo, burocracia, ideologia e autoritarismo;

·       É devorada pela dominação crescente da ideologia da competência;

·       Os únicos convidados a participar da reformulação do ensino são os especialistas que silenciam o discurso da educação e dos educadores;

·       Convida a pensar para, e não a pensar com (os educadores, os alunos, as famílias...);

·       É instalada, o tempo todo e em todo lugar, uma relação hierárquica, uma relação de poder e uma relação de autoridade, sobretudo na estipulação daquilo que os jovens devem aprender e daquilo que lhes é cerceado.

·       Está sempre prezando por uma reforma ditatorial do currículo, suprimindo disciplinas que fazem pensar, obrigando uma educação moral e cívica, um ensino profissionalizante redutor, e outros;

·       Sofre constantemente um rebaixamento interesseiro das funções da educação e da cultura, concebidas apenas como transmissão de informações e adestramento para o mundo do trabalho;

·       Não preza por formações, sobretudo aquelas que exigem o trabalho da interrogação, da reflexão crítica, ou qualquer outra coisa que possibilite elevar ao plano do conceito o que foi experimentado como questão, pergunta, problema, dificuldade.

Enfim, o autoritarismo está fortemente presente em nosso sistema de ensino, embora menos visível, a ponto de possibilitar a contínua reprodução das estruturas da sociedade autoritária brasileira. Entretanto, do mesmo modo que o ato de educar pode ser o mecanismo de reprodução do passado, também pode ser a possibilidade de transformação do presente.

“O mau professor de natação faz duas coisas: primeiro, se joga sozinho na água e diz aos alunos ‘façam como eu’, depois ensina os alunos a nadar na areia, como se areia e água fossem o mesmo; ao contrário, o bom professor de natação é aquele que se joga na água com os alunos e lhes diz ‘façam comigo’, porque a relação não é dos alunos com o professor, mas com a água” (Maurice Merleau-Ponty).

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