Uma fábula sobre escolhas.
"Há uma razão para os encontros..."
“Ainda é possível ter esperança e ser feliz em um mundo que é um
caos ao seu redor? Sim! Lute pelas coisas em que você acredita e faça isso com
amor e fervor. Mesmo quando parecer difícil, saiba que, se você se mantiver
firme, vai acontecer!”
Vou direto ao spoiler: não somos maus nem bons, SOMOS ESCOLHAS DIÁRIAS, todos os dias podemos escolher que lado tomar e em que posição ficar (e aí sim, saberemos se houve chance para a bondade ou a maldade). Assim, a reflexão dessa obra cinematográfica recai sobre as consequências das escolhas que cada um faz. Logo, é um filme muito mais de pergunta do que de resposta.
A trama é sobre as meninas. É sobre elas. E as decisões são urgentes. Feito de narrativa espiritual a uma reflexão sobre instintos humanos, alavanca temas como opressão e o poder das escolhas individuais sobre estruturas sociais. E termina (atenção, spoiler!) deixando para você a tomada da decisão, isto é, o poder da escolha: e agora, o que vai fazer? Quem você vai decidir ser?
No primeiro filme a versão era de Conto de Fadas, nesse, tudo se quebra. O diretor Jon M. Chu (46 anos), recorre à ficção (fantasia x realidade) para falar de escolhas diárias e passar mensagem de esperança. Boa escolha, pois pelo cinema, você atinge uma escala maior, fala com mais pessoas e a capacidade de mudar as coisas ou passar uma mensagem é poderosa: o sonho é real, no sentido de produzir uma ideia de esperança. Mas, como organizar essa ideia para outra geração? Não basta simplesmente entregar um livro e dizer que “essas são as coisas boas e aquelas são as coisas ruins”. É preciso refletir. É preciso fazer perguntas. É preciso fazer escolhas! É preciso fazer cinema com Wicked 2!!!
Suas canções selecionadas servem para preencher lacunas sentimentais da trama. E são colocadas onde as personagens precisam expressar melhor seus conflitos internos. O filme é um reflexo natural dos nossos instintos humanos, mas também provocam questões políticas, entre outras:
·
Como
o fascismo opera diante da ilusão de manter a ordem?
·
Questões
políticas ou natureza humana?
·
O
que ocorre quando damos poder às pessoas?
·
Quais
são os nossos instintos humanos mais inatos (que podem ser problemáticos, heroicos
e corajosos)?
·
Escolha
ou tragédia? Escolha!
· Às vezes nos preocupamos tanto com a “magia” que mal percebemos o poder inato que há dentro de nós para a liderança. É preciso trabalhar em nós essa permissão para entrar em nossa magia.
Destaque para as personagens:
·
Elphaba (Cynthia Erivo): luta pelos direitos dos animais (mas é
vista como a Bruxa Má), e em Glinda (Ariana Grande), a Boa. O dilema de Elphaba
é o seguinte: agir sozinha ou aceitar o apoio do
sistema à custa da verdade? Mas, em vez de optar entre uma coisa e outra,
e se pudermos mesclar essas duas coisas? E a fala é da própria Cynthia: “nenhuma voz é muito
pequena para mudar as coisas”.
· Glinda (Ariana Grande). Das duas começa uma amizade nascente, mas rompida, pois o astuto Mágico e sua ajudante, injustamente rotularam Elphaba, que tem a pele verde, de bruxa má obcecada pela destruição de Oz. Porém, Glinda sabe da verdade, mas abraça seu novo papel como a “bruxa boa”, que as pessoas podem admirar e adorar. E agora tem de lidar com os inesperados lados negativos de se tornar uma figura pública.
Há uma luta das atrizes entre tentar iluminar as personagens e tentar entender de onde vem a sua própria luz. Por exemplo, Ariana estava lutando com turbulências na vida pessoal durante a produção do filme, incluindo um divórcio e uma relacionamento subsequente. Atriz dramática, tem personagem desmoralizada que precisa reagir, e o faz muito bem.
Enfim, ser corajoso não é uma coisa
fácil. Sair do sistema é algo que podemos abordar em filmes, em poesias, em um
tweet. Mas o outro lado da moeda, a realidade, é muito mais difícil. Mas é
possível aprofundar nisso e fazer muitas perguntas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário