O “desbranquamento” do Brasil.
Todos contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e a
Intolerância.
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Uma
inédita (pela primeira vez na história) mudança na forma como os brasileiros se
veem: os que se dizem pardos superam os que se consideram brancos (IBGE, 2022).
Os números confirmam a tendência de mudança do pertencimento étnico e racial
dos brasileiros.
- Pessoas pardas: 92.083.286
(45,3%);
- Pessoas brancas: 88.252.121
(43,5%);
- Pessoas pretas: 20.656.458
(10,2%);
- Indígenas: 1.694.836 (0,8%);
- Amarelas: 850.130 (0,4%).
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O
crescimento do número de pardos também está ligado ao aumento do chamado
letramento racial adquirido ao longo da última década. A autodeclaração parda
está atrelada à quebra de preconceitos raciais. O estigma sobre o que é ser
negro faz com que muitos pardos, inclusive em sua família, se declarem brancos.
O letramento racial é importante pra entendermos o que é uma pessoa negra e que
essa pessoa tem uma diversidade de tons de pele, que inclui o pardo. Antes, a
nossa cor era declarada no nascimento, por médicos. Hoje, isso já é fruto de
uma autoidentificação que perpassa experiências de vida.
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O
Censo mostrou que a população parda é predominante nas regiões Norte, Nordeste
e Centro-Oeste, e a branca é maioria no Sul e Sudeste. As pessoas com cor ou
raça preta têm maior preso relativo no Nordeste. A população amarela tem maior
presença no Sudeste, e os indígenas, no Norte.
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A
distribuição por cor ou raça predominante por município aponta que 58,3% das
cidades brasileiras (3.245) são ocupadas majoritariamente por pessoas de cor ou
etnia parda. Os brancos são maioria em 2.283 municípios (41%), os indígenas, em
33 (0,6%), e os negros, nem nove (0,1%).
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O
importante é cruzar esses indicadores com outras variáveis e construir as
políticas públicas para área de saúde, educação, assistência social...
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A
população indígena cresceu e o número de pessoas amarelas despencou.
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Isso
retrata a diversidade da população e uma salutar conscientização e valorização
racial dos brasileiros.
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Esses
números ajudarão a basear políticas públicas, como uma nova orientação de cotas
nas universidades.
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IBGE
considera raça como uma categoria construída na interação social, e não como um
conceito biológico. No Censo, cada pessoa informou a sua percepção sobre a cor
ou raça a que pertence, baseado em critérios como origem familiar, cor da pele,
traços físicos, etnia e pertencimento comunitário.
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Destaca-se
o crescimento de 42,3% da população preta e de 11,9% dos pardos. Houve um
decréscimo de 3,1% de brancos. Há um forte avanço da população não branca. Os
habitantes do país passaram a enxergar a cor e raça de um espectro diferente,
valorizando mais a miscigenação e a variedade dos tons não brancos.
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No
primeiro Censo, de 1872, se interpretava o Brasil como um país europeu formado
majoritariamente por brancos, alfabetizados e católicos. Essa interpretação,
que encobria o que era o povo brasileiro, foi desmontada pela pesquisa.
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A
população preta é a única em que o número de homens supera o de mulheres (100
mulheres pretas para 104 homens pretos). Na média nacional são 100 mulheres
para 94,2 homens.
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O
IBGE investiga as 5 categorias étnico-raciais : branca, preta, amarela, parda e
indígena.
· Ao longo dos últimos 31 anos, a população branca ocupava a liderança em todas as faixas etárias. Agora, há um crescimento de pretos e pardos em todos os grupos de idade, e o inverso ocorreu entre a parcela da população que se declara branca. Mas mesmo com a perda de representação, ela ainda é predominante entre os mais velhos. A preponderância da população branca se concentra nas pessoas a partir de 45 anos de idade ou mais.
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