A corrida pelo Lítio no Jequitinhonha é só o começo. As mineradoras estrangeiras estão vindo para o Brasil e, junto com elas, mão de obra qualificada para explorar nossas riquezas e levar nossos postos de trabalho.
O sal de lítio é mais concentrado, por isso chamado de “ouro branco”.
Ele custa mais caro que a pedra
minerada.
O caminho do desenvolvimento
implica adicionar valor à riqueza que a natureza entrega quase pronta ao
Brasil. Temos que ser rápidos, não se podem deixar as empresas se consolidarem
fora do país. Essas vantagens brasileiras precisam ser transformadas em
empresas e fábricas brasileiras que produzam aqui. Isso se chama
desenvolvimento local e nacional. Afinal, tudo isso não pode simplesmente gerar
riqueza para empresas estrangeiras de olho no mineral, mas desenvolvimento,
sustentabilidade e bem-estar social para as nossas presentes e futuras
gerações. Com mais arrecadação, temos condições de transformar a cadeia
produtiva, gerando emprego e industrialização, sobretudo nas áreas de menor
IDH, sofridas socialmente. Enfim, combater a pobreza. Para isso, precisamos
investir em tecnologia, empresas brasileiras, qualificação de mão de obra e
muita, muita educação (formar nossa própria mão de obra no mercado interno em
vez de importá-la).
O Brasil tem 8% das reservas mundiais de lítio, o mais leve dos metais, usado na bateria de celulares, laptops e veículos elétricos. Logo, a maior demanda é do setor de baterias, que responde hoje por 90% do mercado/demanda mundial. Mas, também é de uso na indústria farmacêutica, cerâmica, graxas, lubrificantes...
O lítio fica cravado num mineral chamado espodumênio (encontrado na rocha pegmatito), de onde é extraído. A rocha é rica de outros minerais, tais como: muscovita, feldspato, quartzo... Assim, o espodumênio é separado, carregando o lítio que não existe sozinho na natureza.
Sua importância é muito estratégica: é
um metal fundamental para as indústrias de todo o planeta. O coração do Vale do Jequitinhonha (MG) guarda 85% das reservas
brasileiras. A minha com mais tempo em operação na região é a Mina da Cachoeira
(32 anos).
Mapa das minas.
Onde estão as maiores reservas mundiais de Lítio?
O Vale do Jequitinhonha, em MG, já é
conhecido no Mercado Internacional como o Vale do Lítio. 23 países do mundo têm reservas de Lítio. Um estoque de 98
milhões de toneladas. O segundo maior produtor mundial é a Austrália (28,9%); o
primeiro é o Chile (46,6%) que, sozinho, oferece quase a metade de tudo o que
consumido no mundo todo. Junto com a Argentina e a Bolívia, o Chile forma o
triângulo do Lítio e concentram 60% das reservas mundiais.
Nossas reservas são em rochas (com teor
10x mais), como na Austrália, que concentram mais lítio do que nos desertos de
sal (0,3%). O diferencial é que eles têm a tecnologia pesada investida nisso. Em maio, investidores do mundo todo foram apresentados ao
Vale do Jequitinhonha, em um evento na bolsa de valores Nasdaq, em Nova York
(EUA). O projeto, Vale do Lítio, é um projeto dos governos Federal (ainda de
Bozo) e de Minas Gerais (Romeu Zema), para atrair exploradores aos municípios
com maiores reservas. A multinacional Canadense que vem explorando o Vale desde
2016, exportou para a China o primeiro carregamento neste ano.
É uma estrada sem volta, porque fabricantes de veículos vem investindo pesado para trocar a tecnologia dos motores a combustão e a indústria de autopeças rastreia fornecedores de matéria-prima para os carros elétricos, isto é, lítio. A demanda de baterias de íon de lítio no setor automotivo cresceu +65%. O maior fabricante mundial dessas baterias é a China.
Enfim, o caminho do desenvolvimento implica adicionar valor à riqueza que a natureza entrega quase pronta ao Brasil. Temos que ser rápidos, não se podem deixar as empresas se consolidarem fora do país. Essas vantagens brasileiras precisam ser transformadas em empresas e fábricas brasileiras que produzam aqui. Isso se chama desenvolvimento local e nacional. Afinal, tudo isso não pode simplesmente gerar riqueza para empresas estrangeiras de olho no mineral, mas desenvolvimento, sustentabilidade e bem-estar social para as nossas presentes e futuras gerações. Com mais arrecadação, temos condições de transformar a cadeia produtiva, gerando emprego e industrialização, sobretudo nas áreas de menor IDH, sofridas socialmente. Enfim, combater a pobreza. Para isso, precisamos investir em tecnologia, empresas brasileiras, qualificação de mão de obra e muita, muita educação (formar nossa própria mão de obra no mercado interno em vez de importá-la).
Nenhum comentário:
Postar um comentário