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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

"PEC da Transição" e outros arrochos...

O PT precisou aceitar 4 grandes mudanças iniciais na CCJ para a PEC da Transição começar a andar:

1.     Aceitar que a PEC comece a valer ainda este ano, o que pode abrir um espaço fiscal de R$ 23 bilhões que seriam usados para descongelar verbas de ministérios e pagar R$ 7,7 bilhões em emendas de relator, o chamado orçamento secreto.

2.     Aceitar uma validade de 2 anos da PEC, e não 4 como queria.

3.     Obriga o Governo Lula a enviar uma nova proposta de âncora fiscal para o país, em substituição ao teto de gastos até agosto de 2023.

4.     Aceitar a desidratação em R$ 30 bilhões (caiu de R$ 198 bi para R$ 168 bi).

O que é pedido ao Congresso é um espaço fiscal mínimo. Não há recursos para investir em saúde, para combater os efeitos da Covid, para reduzir a fila do SUS. A merenda escolar não é ajustada há vários anos. Não é o Lula que precisa. O valor da alimentação escolar por aluno está em 36 centavos. Os alunos estão tendo alimentação porque os estados e prefeituras estão colocando os recursos. UTI's estão sendo mantidas com financiamento do governo do estado, e os custos deveriam ser compartilhados.

Outros Arrochos...

·       As universidades federais tiveram neste ano dois grandes bloqueios de orçamento. Juntos, somam R$ 868 milhões: um de R$ 437 milhões, em junho, e o outro de R$ 431 milhões determinados pelo MEC, a UFU e outras 23 instituições anunciaram que não poderão pagar em dezembro as bolsas e auxílios que mantêm os estudantes mais pobres matriculados. Dados do Inep apontam que o país teve em 2021, último ano disponível da pesquisa, 257 mil universitários da rede federal recebendo algum tipo de apoio social. Esse número era 26% maior em 2019. 

Acordo entre PT e Congresso amplia PEC para R$ 205,1 bilhões.

Texto é aprovado no Senado em 2 turnos (segundo turno: 64 votos a favor x 13 contrários, maioria destes da base bolsonarista) e segue para a Câmara. A proposta precisava de 49 dos 80 votos na Casa antes de seguir para a Câmara. Em troca desses votos, contudo, o Senado ampliou “penduricalhos” ou puxadinhos (adendos ou concessões) à proposta inicial:

1.     Parlamentares poderão indicar gastos: para garantir aprovação, o PT aceitou dividir com as comissões temáticas do Congresso a prerrogativa de definir como serão distribuídos entre os programas federais R$ 75 bilhões em recursos que ficarão fora do teto de gastos, que era exclusiva do governo de transição pelo texto original. Ou seja, deputados e senadores também decidirão quais programas e ministérios receberão mais recursos em 2023.

2.     O acordo permitiu ainda que a futura gestão incluísse na proposta medidas como a transferência para o caixa do Tesouro de R$ 24,6 bilhões do PIS/Pasep esquecidos há mais de 20 anos nas contas dos trabalhadores.

PT joga com decisão compartilhada – a escolha do destino do espaço fiscal. O Senado e o Congresso Nacional entram mais empoderados no ano que vem, pois vai compartilhar o poder de decisão com o PT (as comissões permanentes da Câmara e do Senado como os colegiados que tratam de transporte e infraestrutura + a transição + o relator do Orçamento) sobre o destino e liberação de R$ 75 bilhões das verbas do Orçamento (o aumento real do salário mínimo). No final das contas, é o destino dessas despesas que sempre esteve em jogo, uma disputa amenizada ao ceder aos parlamentares o poder de decisão e escolha sobre gastos. Na prática, as demandas do novo governo vão concorrer com as demandas dos parlamentares, com possível definição final do relator. 

Enfim, somados, os penduricalhos ampliam a margem de despesas em 2023, e o impacto da PEC subiu para R$ 205,1 bilhões. O texto segue agora para a Câmara. 

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