Eis as qualidades do novo educador...
1ª - Ter boa formação: o mestrado é o
caminho natural.
Os bons educadores, aqueles que
realmente fazem a turma aprender, são os que não param de estudar. Isso implica
dominar cada vez mais o conteúdo curricular como também as ferramentas para
pensar em novas formas de abordá-lo durante as aulas. O mestrado nessas horas é
um bom caminho. A integração entre o mestrado e a experiência em sala de aula
leva a reflexões sistemáticas que eliminam barreiras entre a teoria e a
prática. Ele rompe com visões tradicionalistas e noções simplistas. Acredito
que a boa formação é o caminho para a Educação pública dar um salto de qualidade.
Só assim os educadores vão dominar os conteúdos, fazer um planejamento de
acordo com as diretrizes da rede e a realidade dos alunos e avaliar a própria
prática. Sinto cada vez mais confiança em relação a meus conhecimentos e,
quanto mais estudo, mais percebo como isso é imprescindível para ensinar bem.
2ª - Usar as novas tecnologias: um
recurso a favor dos conteúdos.
A tecnologia pode potencializar o
ensino. Ora os educadores não capacitados para aproveitar esses recursos ou os
usa sem planejamento. Aprendi a importância de analisar quais conteúdos podem
ser ensinados com o auxílio da tecnologia. O fato é que nossos alunos são
formados dentro da cultura digital e profundamente influenciados por ela. Com a
democratização do uso da internet, o crescimento do número de lan houses, o
barateamento dos computadores e mesmo a implantação de programas de governo
destinados à informatização das escolas, não há por que trabalhar usando
somente o quadro e o giz. Cabe a nós entender como se dá esse processo e nos atualizar
de forma a desafiar os estudantes.
3ª - Atualizar-se nas novas didáticas:
um jeito de ensinar cada disciplina.
É importante não perder as formações
oferecidas pela rede como meio de atualizar em relação à didática. Faz toda a
diferença no dia a dia na sala de aula ter contato com as obras de autores
consagrados e se aprofundar nas didáticas específicas. Hoje tomo decisões com
mais segurança e, quando vejo o quanto os estudantes estão avançando, percebo
que estou no caminho certo.
Hoje tenho total clareza de que,
conversando com os demais professores e com a orientadora pedagógica, é
possível descobrir formas mais eficazes de ensinar. Juntos, planejamos as
atividades, analisamos o que funcionou ou não e pensamos no que é preciso fazer
para melhorá-las. Os pais são outros grandes aliados no processo de ensino e
aprendizagem. Quando todos - família, professores e gestores - se envolvem, o
aluno sempre ganha.
5ª - Planejar e avaliar sempre: observar
para reorientar o trabalho.
Há uma importância fundamental de usar
meios avaliativos para checar o que de verdade os alunos aprenderam e, com
isso, verificar a qualidade e a consistência das estratégias de ensino para
reorientar o trabalho em sala. Para isso, a escola precisa ter um currículo bem
estruturado para se saber quais são as expectativas de aprendizagem para cada
conteúdo. É importante começar a aula com uma sondagem e, com base nesse
levantamento, programar maneiras de retomar o que não foi aprendido. Na hora de
introduzir um conteúdo, propor situações diversas antes de entrar na teoria
propriamente dita, definindo estratégias e fórmulas e sistematizando o que se
viu na prática. Durante todo o ano, vão se alternando os momentos de planejamento,
as aulas e a avaliação - que não se baseia apenas em provas. Observar e
registrar as estratégias usadas pelos alunos, as dificuldades e os avanços
deles, além de olhar os cadernos. Assim, procurar não deixar as dúvidas se
acumularem e logo intervir. Quando identificar alunos com dificuldades, se
concentrar em ajudá-los, enquanto quem está em dia com a matéria se ocupar de
outras atividades. Trabalhos em grupo, durante as quais os colegas se ajudam,
também são essenciais. Algumas vezes, como lição de casa, propor desafios
complexos para a garotada. Isso ajuda a ver até que ponto todos entenderam o
que foi visto e se conseguem usar um conhecimento em diferentes contextos. Esse
é mais um jeito de aproveitar da melhor maneira o potencial da turma e tornar o
trabalho ainda mais produtivo.
6ª - Ter atitude e postura
profissionais: todos os alunos podem aprender.
Ao não se sentirem ouvidos, os jovens
podem perder o interesse pelas aulas. É necessário valorizar o que eles sabem
e, sobretudo, respeitar seu cotidiano. Assim, a aprendizagem do conteúdo
começou a fazer sentido e eles passaram a ficar mais atentos às aulas. Ainda
assim, se surgia alguma briga, eu deixava claro que, como qualquer outro lugar,
a sala de aula também tem normas de convivência. Em vez de impor regras,
coloquei o tema em discussão e os atritos diminuíram. Todos, independentemente
de seu histórico e comportamento, têm a capacidade e o direito de aprender e,
por isso, devemos sempre esperar o melhor de cada um. Todo docente deve
analisar cada caso, olhar para as dificuldades de convivência, pensar em
estratégias para sanar os problemas e criar o melhor ambiente para a
aprendizagem. Envolver os pais nesse processo ajuda. Deixo claro para eles que
é essencial mostrar aos filhos como se importam com a vida escolar deles. O que
ocorre na sala de aula é reflexo da Educação como um todo. Essa reflexão
deveria se estender a todos nós, professores, os principais interessados,
juntamente com os alunos, na melhoria da qualidade do ensino.
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