O produto demora
mais para chegar nas prateleiras. E, quando chega, está mais caro...
“E ainda temos o
risco de morte. Chamamos isso de “custo
social”, que gira em torno de R$ 17
bilhões de reais por ano. Ou seja, na prática os acidentes custam mais ao país
do que aquilo que o Governo investe em rodovias”.
Relatório do DNIT
apresentou atrasos em obras de Estradas Federais avaliadas em R$ 10 bilhões. São dezenas de trechos
avaliados prioritários pelo Governo, incluindo os do PAC. 1/3 das obras de estradas previstas nem saiu do papel.
95 obras em rodovias estão atrasadas em 21 estados e
no DF. As empresas que fazem as obras
alegam que o Governo Federal não pagou o que devia. Se o atraso já complica,
pensa nas obras que nem sequer andaram (são
10 delas ao todo paradas em todas as regiões do país). Para essas obras
atrasadas e paradas o Governo tinha reservado R$ 9,9 bilhões. São atrasos, obras paralisadas e aquelas que só
ficaram mesmo na promessa. Entre 2011 e 2014, 35% das obras rodoviárias previstas sequer começaram. Há uma
dificuldade gerencial de fazer as obras saírem do papel e gerar benefícios para
a sociedade.
Uma rodovia ruim,
com buracos e sem asfalto bom não atrapalha só quem dirige nela, porque gera o
efeito dominó: por exemplo, o caminhão que carrega comida tem que andar mais
devagar, atrasa para chegar, pneu fura com mais facilidade, suspensão, freio,
tudo isso... O resultado é que a viagem acaba saindo com um custo muito mais
caro (+26% em média). Agora podemos
imaginar porque estouraram greves de caminhoneiros neste ano... Acontece que
parte disso vai parar lá no supermercado, porque a verdura e a fruta acabam
ficando mais caras – e esse é apenas um dos motivos.
Ainda temos o custo
dos acidentes. Por ano, em média, são
170 mil deles com 8 mil mortes. Chamamos isso de “custo social”, que gira em torno de R$ 17 bilhões de reais por ano. Ou seja, na prática os acidentes
custam mais ao país do que aquilo que o Governo investe em rodovias.
Há um descompasso entre
o que já foi construído e conferido e o que foi pago. Mas, os atrasos da maioria
não foram causados apenas por culpa do Governo, mas números e inúmeros fatores.
Este é apenas um deles. Se fôssemos detalhar os motivos do atraso dos
contratos, não haveria espaço neste texto. Quanto às obras de manutenção das
estradas, os atrasos são provocados
principalmente por problemas técnicos como a necessidade de adequação com as
normas ambientais.
Também há atrasos
nas Ferrovias (04 obras paradas: 02 em SC, 01 na BA e 01 no RJ) e Hidrovias Federais (05 obras paradas: 03 em SP; 01 na BA e 01 no AM – com um
total de investimentos aí de R$ 20
milhões). Estamos falando do comprometimento do transporte seguro de
mercadorias e de pessoas.
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