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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Cargos de Confiança.

Mais quantidade, menos qualidade.

Brasil (a administração pública Federal) chega a 50,4 mil servidores públicos sem concurso (até outubro/2025). Ocupações comissionadas batem recorde no país!

A falta de concurso público cria um problema generalizado – a escolha de pessoas sem necessariamente considerar critérios técnicos. Qualificação e reputação ilibada são deixadas de lado. Também a falta de critérios para seleção e avaliação dos funcionários, além da baixa diversidade. Há líderes e chefes na administração pública que não sabem ser chefes!

O aumento do número de funcionários comissionados faz crescer também os gastos com o funcionalismo. Foram de R$ 369,2 bilhões em 2022 para R$ 444,7 bilhões em 2025. Em 2026, as despesas devem subir a R$ 489,5 bilhões. E os vencimentos dos comissionados podem chegar hoje a R$ 24.701,35 e vão aumentar, pois há novos reajustes previstos em lei aprovada neste ano, com o valor máximo atingindo R$ 31,9 mil a partir de abril de 2026.

Enfim, a atual gestão promoveu reajustes salariais, aumentou as contratações e realizou concursos públicos - o caminho mais correto!

sábado, 13 de dezembro de 2025

Uso de telas por menores?

 O debate continua...

Embora as redes sociais sejam uma ferramenta que aproxima pessoas, seu uso sem controle por crianças e adolescentes vem causando uma série de prejuízos à sociedade, que vão desde a dificuldade de prestar atenção a aulas até, infelizmente, casos de automutilação e suicídios. Isso sem falar da alienação irrestrita a empresas, mídias, ideologias extremistas e políticos inescrupulosos. 

Os holofotes miram a Austrália. Por quê? A Austrália proibiu o uso de redes sociais para menores de 16 anos. A proibição foi aprovada no ano passado e passa a valer agora em dezembro/25. Quem bem sabe dos efeitos nefastos delas sobre crianças e adolescentes são os pais e nós, educadores.

As plataformas de mídias digitais causam sérios danos sobre seus usuários, sobretudo esse público. Agora por lá, têm a obrigação de checar a idade de seus usuários por meio de documentos ou verificações faciais, desconectar as contas já existentes desses menores e impedir a criação de novos perfis. Ou cumprem as regras ou plataformas como Facebook, TikTok, YouTube, Snapchat e Instagram serão punidas com multa de até R$ 200 milhões! Por hora, o WhatsAppe e Discord estão de fora, mas em observação.

Debate essencial e inadiável, o uso indiscriminado das redes pode ter efeitos irreversíveis sobre o ser humano, sobretudo em seus anos de formação. Mas, como lidar com esse novo problema? Regulamentação, proibição e conscientização – encontrar para cada uma delas a dose certa, eis a questão. Por exemplo...

Os desafios da Lei:

1.     Falhas no processo de verificação de idade;

2.     Uso de redes privadas virtuais (VPN) para driblar as restrições geográficas e acessar as redes como se estivessem em localidades onde não há proibição;

3.     É comparável à lei de idade mínima de 18 anos para o consumo de bebidas alcoólicas e tabaco. Embora adolescentes burlem a lei, ela não perde valor para a comunidade, que precisa ser conscientizada;

4.     Mais de 2/3 dos australianos concordam com as regras mais rígidas.

Enfim, a nova experiência legal da Austrália é um bom caso a se observar. Ela ganha relevância, pois pode levar à criação de um arcabouço global, ajustado a realidades locais, sobre como mitigar os efeitos nocivos das redes sobre os jovens. Afinal, a exposição excessiva às redes e seus conteúdos nem sempre adequados não pode seguir como está. Agora cabe aos países, plataformas, pais e educadores observarem atentamente os resultados do experimento australiano e se adequarem aos novos tempos. 

domingo, 7 de dezembro de 2025

Relações (pedagógicas) autoritárias.

 

Como identificá-las?

·       O saber é usado como exercício de autoridade;

·       Em vez de ensinar ser uma ação política, passa a ser qualquer outra coisa (cuidar, instruir, depositar, etc.);

·       Os estudantes são reduzidos à condição de coisas;

·       Retira do estudante o direito de ser sujeito de seu próprio pensamento e discurso;

·       A relação professor-aluno é assimétrica;

·       Essa assimetria é lançada no currículo oculto: a) fingimento do diálogo e da não diferença professor-aluno; b) admite a diferença, mas para justificar a desigualdade e o exercício da autoridade.

·       A relação aluno-professor é pautada em extremos, enrijecimento autoritário, sem franquear ao estudante um diálogo com o saber.

·       Força e centraliza o diálogo dos estudantes conosco, com os professores (não com o pensamento e a cultura, ou a práxis cultural passada e presente, corporificada em obras);

·       Os alunos estão ali para consumir cultura e ciência, não produzi-las;

·       O lugar do saber é o professor (quando a relação pedagógica deveria situar o lugar do saber sempre vazio e que todos podem aspirar por ele – o direito de produzir cultura e ciência);

·       Fica em um pêndulo entre o paternalismo democratista e o autoritarismo, nunca em uma relação pedagógica democrática.

·       Acentua a desigualdade do acesso ao conhecimento;

·       A ditadura, em primeiro lugar, e a política neoliberal, em segundo, corromperam a estrutura;

·       Ode ao tecnicismo, burocracia, ideologia e autoritarismo;

·       É devorada pela dominação crescente da ideologia da competência;

·       Os únicos convidados a participar da reformulação do ensino são os especialistas que silenciam o discurso da educação e dos educadores;

·       Convida a pensar para, e não a pensar com (os educadores, os alunos, as famílias...);

·       É instalada, o tempo todo e em todo lugar, uma relação hierárquica, uma relação de poder e uma relação de autoridade, sobretudo na estipulação daquilo que os jovens devem aprender e daquilo que lhes é cerceado;

·       Está sempre prezando por uma reforma ditatorial do currículo, suprimindo disciplinas que fazem pensar, obrigando uma educação moral e cívica, um ensino profissionalizante redutor, e outros;

·       Sofre constantemente um rebaixamento interesseiro das funções da educação e da cultura, concebidas apenas como transmissão de informações e adestramento para o mundo do trabalho;

·       Não preza por formações, sobretudo aquelas que exigem o trabalho da interrogação, da reflexão crítica, ou qualquer outra coisa que possibilite elevar ao plano do conceito o que foi experimentado como questão, pergunta, problema, dificuldade.

Enfim, o autoritarismo está fortemente presente em nosso sistema de ensino, embora menos visível, a ponto de possibilitar a contínua reprodução das estruturas da sociedade autoritária brasileira. Entretanto, do mesmo modo que o ato de educar pode ser o mecanismo de reprodução do passado, também pode ser a possibilidade de transformação do presente.

“O mau professor de natação faz duas coisas: primeiro, se joga sozinho na água e diz aos alunos ‘façam como eu’, depois ensina os alunos a nadar na areia, como se areia e água fossem o mesmo; ao contrário, o bom professor de natação é aquele que se joga na água com os alunos e lhes diz ‘façam comigo’, porque a relação não é dos alunos com o professor, mas com a água” (Maurice Merleau-Ponty).

Eleições 2026

Quem vai empunhar a bandeira do conservadorismo em 2026?

A frase seguinte é bonita, mas, neste caso, é preciso saber de quem veio: "nossa missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação". Enfim, foi profetizada pela extrema direita.

 

A direita vem ensaiando a melhor chapa para disputar com Lula.4. Seus nomes são: Tarcísio (Republicanos), Michelle (PL) e Flávio (PL), este, o nome escolhido para liderar a chapa da direita no próximo ano. Aqui, a estratégia é fazer um herdeiro da força simbólica de "ser um Bolsonaro". Mas, Flávio não chega "limpo": rachadinhas, imóveis, negócios controversos - ele tem telhado de vidro. E em campanha presidencial, o holofote não perdoa. Tudo volta, tudo reaparece, tudo vira munição...

Na eleição de 2022, Jair perdeu por pouco. O recall do númro 22 e do nome cravado no topo da urna segue vivo na cabeça de milhões de eleitores. E é exatamente essa memória eleitoral que a campanha tentará reativar agora. O time bolsonarista aposta pesado na repetição do número 22 e no poder do sobrenome no topo da chapa. É simples, mas eficiente. Em uma eleição polarizada, memória vale voto. 

Quais são as forças e fraquezas de Lula?

FORÇAS:

- eleitores que ganham mais de 10 mil reais/mês;

- os que têm ensino superior;

- eleitores entre 45-59 anos;

- na região Nordeste;

- Lula.3, presidente no terceiro mandato, tem vasta musculatura política;

- A economia criou uma base sólida para Lula: melhoria de renda, emprego em alta, isenção do IR até R$ 5 mil. O presidente disputa 2026 com entregas concretas para mostrar. Ele navega com vantagem real, para além de favoritismo de pesquisa, é de contexto mesmo!

FRAQUEZAS:

- entre jovens de 16 a 24 anos;

- entre evangélicos;

- a direita ainda mergulha em sua reestruturação, subordinada ao sobrenome Bolsonaro (a direita brasileira, hoje, é menos um projeto político e mais um sobrenome tentando sobreviver); 

- Flávio, senador, com trajetória política pouco conhecida;

- as falácias/mentiras da retórica da extrema direita:

a) aposentados são roubados pelo próprio governo;

b) narcoterroristas dominam cidades e exploram trabalhadores;

c) estatais voltam a ser saqueadas;

d) novos impostos não param de ser criados ou aumentados;

e) nossas crianças não têm expectativas de futuro;

f) cita o nome de Deus para essas falácias e promessas.

O STF não é um tribunal político.

 

Não é nova, mas há uma perigosa tentativa de politizar de forma aberta a formação do STF.

Isso faz crescer, com razão, a preocupação do Judiciário com a eleição de senadores e deputados no próximo ano, sobretudo os ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (em 2026, dois terços do Senado serão renovados). E também com a promessa de processos de impeachment contra ministros do STF como plataforma de campanha. Em outras palavras, a Corte precisa se proteger de um golpe que poderá advir do resultado da eleição. Aliás, eleição no Brasil se transformou em divergência política como ameaça existencial - o abuso do mercado na política deixou de ser exceção e virou método. 

A intromissão de um poder sobre o outro, a fim de esvaziá-lo, provoca graves crises entre os Três Poderes. O Senado deseja se impor como o ator principal de processos de impeachment por meio de prerrogativas do poder Legislativo, enquanto o Congresso também quer evidentes seus direitos neste tipo de processo.

O estopim é uma lei de 1950, a “Lei do Impeachment”, com parte sabiamente derrubada pelo ministro Gilmar Mendes. Ao fazê-lo, ele reduziu as possibilidades de tramitação de processos de impeachment contra magistrados, que não são poucos. Hoje existem dezenas de pedidos de impeachment contra integrantes do STF em tramitação no Senado, a maioria contra o Ministro Alexandre de Moraes, o que dar para imaginar de quem é e por que.

Gilmar acertou! Apenas o procurador-geral da República, historicamente aliado da Corte, pode apresentar denúncias de crime de responsabilidade contra juízes. Entretanto, os efeitos colaterais de sua decisão, advindos da extrema direita nas outras duas casas do Poder, foram imediatos. Vejamos os principais:

·       Apresentação de propostas de Emenda à Constituição para mudar as regras de escolha de juízes do STF;

·       Impor mandatos aos magistrados;

·       Movimentação de eternos aspirantes a ministro;

·       Reforma no processo de indicação ao STF;

·       PECs para alterar a forma de ingresso na mais alta Corte do país;

·       Elaboração de uma lista sêxtupla com votos de juízes com os candidatos ao STF (na sequência, a lista seria reduzida a 03 escolhas, que passariam por sabatina e daí a eleição no Senado);

·       Os novos ministros teriam mandato de 10 anos, sem recomendação, e deveriam obrigatoriamente ser juízes de carreira;

·       Colocar em votação no Senado o controverso projeto que limita a possibilidade de juízes da Suprema Corte darem decisões individuais.

Enfim, zombadores fascistas da Lei não passarão! Ninguém está acima dela. A Constituição prevalecerá, nossa Democracia, também!!!

sábado, 6 de dezembro de 2025

Plutocracia: o governo dos ricos.

 

São muitos os pretextos para consolidar o poder entre os mais ricos. Veja o atual governo norte-americano: eles têm o gabinete mais rico da história, repleto de bilionários e multimilionários. A riqueza imensa é agora vista como a melhor qualificação para comandar qualquer setor.

O faturamento da Trump Organization, no primeiro semestre de 2024, foi de cerca de US$ 51 milhões – e de cerca de US$ 864 milhões no primeiro semestre de 2025. Isso representa um salto de aproximadamente 1.600%! Quando o governo pede favores às grandes empresas, em troca, concede tratamento especial, incentivos fiscais e vantagens regulatórias aos seus favoritos – e são os contribuintes que pagam a conta.  

Outro exemplo vem do atual grupo de bilionários da tecnologia, que se beneficia do acesso que tem à Casa Branca. Com um sistema tributário que já favorece fortemente os mais ricos, a plutrocracia atual inevitavelmente se transformará em uma nova elite hereditária, com famílias mantendo poder e privilégios por gerações.

O principal desses pretextos tem sido a trilha da meritocracia, com a pesada distração de fundo do bolsonarismo aqui e o negacionismo acolá. Vejamos alguns:

1.     Prezar pela meritocracia através da desvalorização da experiência, dotada de diplomas (comprados na Ivy League), no intuito de dominar os negócios, o governo, a mídia e a cultura;

2.     Essa meritocracia é transformada em um grupo de tecnocratas presunçosos que perdem contato com a sociedade de onde vieram;

3.     A mudança histórica que temos é a ascensão de uma elite baseada no mérito. O que havia antes era uma rede de relações exclusivas na qual o sobrenome, a religião, a escola preparatória e o clube certos garantiam sua passagem para o topo;

4.     O poder da meritocracia advém da ideia de que ela promove pessoas com base em sua aptidão e excelência acadêmica. E de que até promove a integração entre católicos, judeus, asiáticos e negros ao establishment. Teria ela valorizado a competência acima da linhagem, e o trabalho acima do patrimônio. Daí pregar uma educação de alta qualidade, evitando práticas que não se baseiam no mérito, como admissões privilegiadas por tradição e cotas, uma avaliação mais rigorosa e um respeito renovado pelas habilidades práticas;

5.     Some a isso muita arrogância, prepotência e o favorecimento.

No quesito bolsonarismo/negacionismo, temos:

6.     Ataque frontal à elite dos especialistas;

7.     Confiar no bom senso do político em vez das ideias dos especialistas;

8.     Ignorar as opiniões da comunidade médica sobre questões como as vacinas;

9.     Destituir funcionários que valorizam o profissionalismo acima da lealdade pessoal;

10.  Declarar guerra às ONG’s...

Enfim, os piores governos escolhem seus líderes baseados em critérios de riqueza, privilégios, talentos e nascimento. É assim que está nos EUA. As virtudes e o bem comum são relegados.

Relevantes para 2026...

 

·       A estreia do Brasil na Copa do Mundo de 2026 será em 13 de junho, nos EUA. Nossos primeiros adversários serão: Marrocos, Haiti e Escócia.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Queda da miséria e da pobreza.

 8,6 milhões de brasileiros deixaram a pobreza no ano passado. A miséria recuou e a desigualdade voltou a cair (é o menor patamar histórico, desde 2012). A distribuição de renda melhorou, graças aos programas sociais, ao mercado de trabalho aquecido e a renda em alta.

- entre os domicílios com renda per capita de até ¼ de salário mínimo, os benefícios passaram de 23% do rendimento em 2012 para 59,3% em 2024.

- cai de 4,4% para 3,5% (redução de 1,9 milhão de pessoas): a parcela da população na extrema pobreza (US$ 2,15 por dia). Agora são 7,4 milhões nessas condições.

- o grupo pobre (US$ 6,85 por dia) passou de 27,3% para 23,1% (redução de 8,6 milhões de brasileiros). Agora são 48,9 milhões nessas condições.

Medidas como a isenção do pagamento de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, que passará a valer a partir do ano que vem, também vai ajudar a reduzir a pobreza e a desigualdade. É uma forma de transferir renda de um pequeno grupo que tem mais para um grande grupo que tem menos, apostando na mobilidade social.

Outro ataque é sobre as desigualdades estruturais, como as de raça e de gênero. Também as desigualdades regionais. Quanto mais investimentos sociais nas regiões Norte e Nordeste, por exemplo, melhor.

Enfim, é necessário continuar ampliando o acesso básico à saúde, educação e investimento nos programas sociais e serviços públicos. Isso vai ajudar a continuar reduzindo a pobreza e a extrema pobreza no país. Lula.4!

domingo, 30 de novembro de 2025

As “fakes” dos Suplementos Alimentares.

 

Comprar gato por lebre não é ruim. Nem o gato, nem a lebre. Mas, é péssima a enganação do ato da compra. É o que vem ocorrendo com muitos produtos. O principal deles, os suplementos alimentares (responsáveis por 63% dos processos de investigação de infração às medidas sanitárias abertos pela Anvisa, 2020-2025).

Usando I.A, vídeos simulam depoimentos de personalidades, como médicos e apresentadores, em contas com milhões de seguidores (como as encontradas na Meta, dona do Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp, e no TikTok com mais de 5,5 milhões de seguidores). Ficam parecendo remédios aprovados pela Anvisa. Supostos tratamentos como “totalmente naturais” e que podem agir “na raiz do problema” para o fim da insônia, da ansiedade, da diabete, glaucoma, catarata, endometriose, miomas, candidíase, dificuldades para engravidar, pressão alta, transtornos, impotência sexual e até da cura de alguns tipos de câncer (próstata e mama) e da libertação de jovens das drogas (álcool, cigarro e todos os tipos de vícios), entre outros problemas de saúde.

Os anúncios fraudulentos são dotados de recursos digitais como “deepfake”, vídeos falsos, de figuras públicas, bem como de temas sensíveis e condições urgentes para passar credibilidade aos usuários e chamar sua atenção nas redes sociais. Outra característica são frases sobre “segredos que a indústria farmacêutica não quer que você saiba” para instigar as vendas. Entretanto, a maioria dos produtos nesse nível, não tem descrição da composição no rótulo.

Outras estratégias usadas:

·       A publicidade do produto o vende como “solução definitiva”;

·       As promessas se aproveitam da vulnerabilidade emocional e física de indivíduos que enfrentam situações sensíveis. Ou seja, bebem na fonte de desespero, falta de informação clara e opções alternativas, tudo para achar uma solução fácil diante da incerteza e complexidade do tratamento médico convencional;

·       Não há fundamento para as alegações (por exemplo, de que suplementos possam curar condições complexas como ansiedade, depressão, transtornos e vícios);

·       Usam simplificações perigosas e soluções rápidas;

·       Sempre desconfie de anúncios que prometem resultados rápidos, naturais e definitivos;

·       I.A. é ferramenta para as fraudes.

Enfim, enganação parece ser boa na literatura como forma de conscientização. Mas, na forma de anúncios e propagandas que prometem cura de doenças graves com suplementos não é legal para ninguém, a não ser dos que lucram com a fingida. Devem ser identificados e punidos. 

“Suplementos alimentares não são medicamentos e, por isso, não servem para prevenir ou curar doenças. Eles são destinados a pessoas saudáveis e servem apenas para fornecer nutrientes que complementam a alimentação” (Anvisa).

Algumas dessas Fakes...




sábado, 29 de novembro de 2025

Expectativa de vida do/a brasileiro/a.

 Não bastam muitos anos de vida, mas também muita vida nos anos... 

A atual expectativa média de vida do brasileiro é de 76,6 anos (IBGE: 2024). Entretanto, a diferença de longevidade entre homens (73,3 anos) e mulheres (79,9 anos) é de 6,6 anos.

Aqui na Bahia, a expectativa de vida de nós baianos é de 75,8 anos: eles (71,9 anos) e elas (79,6 anos) – quase 08 anos a mais que eles. Homens com mais de 60 anos têm esperança de viver mais 21,1 anos, enquanto as mulheres da mesma idade podem alcançar mais 24,6 anos. 

Sim, elas vivem mais do que eles, sobretudo no grupo de 20 a 24 anos, mas também depois dos 60 anos! E as causas são externas ou não naturais de mortes: homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, mortes violentas de jovens... Um fenômeno associado ao rápido processo de urbanização e metropolização do Brasil.

Outro destaque vai para a queda da mortalidade infantil (crianças com menos de 1 ano). Em 2024, a taxa era de 12,3 para cada mil crianças nascidas vivas (em 1940, era de 146,6!). Aqui na Bahia a taxa é de 14,3. E como melhorou! Entretanto, ainda precisa melhorar mais, principalmente nos casos de parto prematuro, a criança que nasce com baixo peso. 

É bom, mas o ritmo de melhora dessa expectativa de vida é lento se comparado a outros países: Chile (81,4 anos), Coreia do Sul (84,4 anos). Projeção indica que o Brasil vai levar mais de 4 décadas para alcançar uma expectativa média de vida ao nascer de 80 anos. E uma das causas foi a crise sanitária de covid-19 (que elevou o número de mortes, impactou na saúde, deixou muitas sequelas e reduziu a expectativa de vida). Motivos? Deficiência no saneamento básico, muita gravidez na adolescência, etc.

Enfim, esses dados servem para alertar que a fatia da população em idade para trabalhar vem diminuindo, enquanto a tendência de envelhecimento eleva a demanda de gastos com saúde, assistência social e aposentadorias (impacto no bônus demográfico), e mesmo ações de empresas privadas. As políticas públicas precisam estar atentas a isso - e nós também!