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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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domingo, 23 de novembro de 2025

Teoria: tradicional x crítica.

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Alunos que não pensam!

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Texto final da COP-30.

 

O “Mutirão Global: unindo a humanidade em uma mobilização global contra a Mudança Climática” chega na reta final, com as seguintes características:

·       Não menciona roteiro (o “Mapa do Caminho”) para o fim dos combustíveis fósseis (responsáveis por 80% das emissões de GEE) e do desmatamento;

·       Apenas enfatiza a importância de esforços para reverter o desmatamento e a degradação florestal até 2030;

·       Adia meta de financiamento para adaptação;

·       Reafirma metas globais já conhecidas;

·       Amplia prazo para triplicar recursos para adaptação;

·       Defende uma transição justa, citando indígenas e afrodescendentes;

·       Reafirma a obrigação dos países desenvolvidos de fornecer recursos aos países em desenvolvimento para redução de emissões e adaptação à emergência climática;

- sobre financiamento público dos países desenvolvidos, o texto coloca um programa de trabalho de dois anos para discutir o assunto e ainda assim considerando o uso de recursos privados, diluindo a responsabilidade dos países ricos;

- fala da necessidade de aumentar o financiamento para pelo menos 1,3 trilhão de dólares por ano até 2035, com a meta mais urgente de mobilizar pelo menos 300 bilhões de dólares por ano;

- altera o prazo para triplicar o financiamento para adaptação climática de 2030 para até 2035. A meta levará para pelo menos 120 bilhões de dólares anuais aos países em desenvolvimento;

·       Adoção de indicadores de adaptação climática, uma forma de métrica para conferir se os países estão se preparando para a emergência climática, com o objetivo de manter o aumento da temperatura global bem abaixo de 2 graus e prosseguir os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5 grau;  

·       No quesito “transição justa”, reconhece o papel vital dos povos indígenas e comunidades locais e a necessidade de apoio para eles na gestão e uso sustentáveis das florestas, assim como a importância de reconhecer seus direitos territoriais e conhecimentos tradicionais como parte de políticas de redução de emissões (os afrodescendentes também são citados de forma inédita entre populações vulneráveis).

sábado, 22 de novembro de 2025

Evitar a volta da miséria.

De 1990 a 2025, o número de pessoas em extrema pobreza caiu de 2,3 bilhões para 800 milhões: a mortalidade infantil despencou e a expectativa de vida avançou como nunca. Sem dúvidas, essa foi a maior conquista moral do mundo moderno: a redução da extrema pobreza.

Desde a Revolução Industrial, a combinação de tecnologia, abertura comercial, produtividade e representatividade política fizeram reduzir os miseráveis de 90% da população mundial para 8%. Entretanto, a sombra da miséria pode voltar a assustar com força. A previsão é a de que nos próximos 15 anos, a extrema pobreza passe por uma fase de estagnação e, depois, volte a crescer. O que não é uma boa notícia, pois a humanidade está perdendo o impulso que a arrancou da miséria ancestral.

Embora existam recursos em excesso, faltam instituições sólidas e incentivos produtivos nas bases. Em outras palavras, o mundo está rasgando esse roteiro de sucesso:

1.     Retrocesso da globalização: o protecionismo volta a ser vendido como patriotismo econômico, apesar de suas consequências: menos produtividade, mais inflação, cadeias fragmentadas.

2.     Degradação institucional: Estados frágeis, sistemas políticos excludentes e economias sem competição. O problema é a diminuição do Estado, sua captura.

3.     Má priorização: Investimentos em nutrição e saúde infantil, educação básica ou pesquisa e desenvolvimento agrícola oferecem benefícios sociais gigantescos e custam uma fração dos subsídios distribuídos a setores privilegiados, mas seguem eclipsados por agendas de prestígio, favores políticos e lobbies corporativistas.

4.     Extremismos de direita não funcionam: tarifaços, protecionismos, negação do multilateralismo, ambição empresarial, privatizações, inércia ou encolhimento do Estado de bem-estar social. Enclausuram economias, punem consumidores, frustram a inovação e alimentam tensões geopolíticas. Em suma, empobrecem todos, mas principalmente os mais pobres.

A pobreza não é destino. É fruto dá má distribuição de renda e das desigualdades sociais, aliadas a incentivos ruins, privatizações gananciosas e equivocadas que primam pelo produzir, inovar e abrir portas, mas deixa de longe a repartição igualitária e equitativa.

Enfim, como se nota, o progresso não foi fruto de sorte, mas da agricultura familiar, de políticas públicas para o campo e instituições inclusivas – poderes na dose certa, governos representativos e regras claras. É preciso fortalecer as instituições inclusivas, garantir segurança jurídica e democrática, Estado forte, priorizar política sociais, reabilitar a agenda de integração comercial, diversificar cadeias, ampliar acordos comerciais... Tudo isso faz gerar oportunidades, incentivar investimentos, promover o crescimento sustentável e primar o esforço e a inovação, batendo na imoralidade da miséria para que nunca mais ela cresça ou se desenvolva.

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Facções avançam na Amazônia.

O avanço do crime organizado na região de floresta.

Comando Vermelho (CV) atua em 01 em cada 04 cidades da Amazônia Legal ou 286 cidades (mais de 1/4 da região). Ao todo, de 772 municípios, 344 (44,6%) têm sinais da presença de organizações criminosas, o que transcende os grandes centros urbanos.

A região Norte do país é considerada estratégica, um “narcogarimpo”. Isso, devido 1) a possibilidade de importar rapidamente cargas de cocaína e skunk de nações vizinhas, como Peru e Colômbia, além de 2) permitir que as mesmas rotas sejam usadas para crimes como o garimpo ilegal.

Depois de dominarem a “rota caipira”, que liga a fronteira da Bolívia a Estados do Sudeste, a facção tem buscado se estabilizar na Amazônia Legal. Ao todo, só por lá, há 17 facções criminosas. O que constitui um dos principais desafios à segurança pública, à governança territorial e à soberania nacional na Amazônia. Observa-se, nos últimos anos, um processo de interiorização e diversificação das dinâmicas criminais, com a consolidação de rotas estratégicas para o tráfico de drogas, armas, minérios e madeira, conectando a região aos mercados nacional e internacional.

A região mais do que nunca se tornou estratégica não apenas para o tráfico na Amazônia, mas para o tráfico internacional de drogas. Em geral, as cidades listadas entre as mais violentas da Amazônia Legal são estratégicas para o tráfico. Seja para a entrada de cargas de drogas ou para a exportação dessa droga. A atuação de grupos como CV e PCC afeta também comunidades indígenas. Afinal, para a droga ser transportada por essa região, cortada pela floresta e pelos rios, é comum que as facções utilizem especialmente das populações indígenas e das terras indígenas como pontos de passagem, como estrutura para sua logística.

Novas rotinas envolvem drogas mais fortes que o crack, como o óxi, e até no surgimento de “microcolândias” em cidades da região. Famílias já sofrem com a perda do controle de seus filhos muito jovens sendo recrutados para o consumo e para a pequena criminalidade a ele associada. Entre 12 e 16 anos, jovens ticunas são cooptados pelo tráfico; festas “jovens” já quebram tradições. A maior parte dos furtos e pequenos roubos nas cidades é atribuída a dependentes químicos que buscam sustentar o vício, alimentando um ciclo de insegurança de baixa intensidade, mas de alta frequência, que gera medo e altera o modo de vida nas cidades.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

A sobreposição de crises.

 

A sobreposição de crises – cibernética, regulatória, diplomática e partidária – contamina o que é relevante ao país.

- mais problemas que soluções;

- uma agenda cheia de conflitos e carente de respostas;

- o estoque de problemas só cresceu;

- a receita perfeita para a paralisia: muito ruído, pouca articulação, quase nenhuma prioridade coletiva.

São elas – as principais:

1. Novo furto bilionário por Hackers;

- isso amplia a sensação de vulnerabilidade digital.

2. Investigação da “Operação Carbono Oculto”, da PF.

- desvendou ligações do crime organizado com a Faria Lima.

3. CPMI do INSS.

- pode investigar alguns bancos no âmbito do empréstimo consignado.

4. Ofac teria enviado notificações aos principais bancos brasileiros.

- sobre as sanções da Lei Magnitsky a autoridades nacionais.

5. Tabuleiro político: União Brasil se afasta da base e acompanha o poderoso PP.

- redesenha as correlações de força no Congresso e aponta a antecipação de decisões eleitorais.

6. Julgamento pirotécnico de Jair Bolsonaro.

- com holofotes e cobertura midiática exaustiva.

7. Projeto de anistia ampla, geral e irrestrita circula na Câmara dos Deputados, com apoio expressivo do Centrão.

- estimativas falam em algo acima de 280 votos;

- Davi Alcolumbre (Senado): só aprovaria uma anistia “light” (que não atende à base bolsonarista);

- Hugo Motta (Câmara): está sendo empurrado a votar o projeto de anistia.

- De fora, chega a mensagem de que uma anistia aprovada (deve permanecer por um bom tempo na pauta política) suspenderá automaticamente sanções externas;

- O país acompanha, em suspense, suspeitas de novas sanções tarifárias e políticas do governo Trump, o que adiciona incerteza sobre comércio exterior, câmbio e apetite por risco.

8. A criação de um drama fiscal.

- receitas pressionadas, despesas rígidas, renúncias que teimam em crescer e uma pauta orçamentária que exige decisões impopulares.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

O "caos" de Trump.

O objetivo implícito é controlar de modo quase absoluto todas as áreas da administração pública, destruindo o sistema de freios e contrapesos previstos na Constituição. Em outras palavras, o desmantelamento sistemático dos braços do Estado ou a ameaça a cada dia mais real à estabilidade institucional e à democracia americana.

 Enfim, e (Sul)americanos também somos! 

Tudo é um plano traçado ou documento formulado desde as campanhas eleitorais como base de seu programa eleitoral 2025Sua forma impetuosa e caótica, à primeira vista errática e desconexa, tem método e planejamento:

a) onda de demissões; 

b) tentativas de intervir em braços do Estado; 

c) sucessivas intervenções da Casa Branca na máquina administrativa; 

d) demissão de quase 290 mil servidores federais (12% do funcionalismo); 

e) desafios a decisões judiciais; 

f) avanços do Executivo sobre braços independentes do setor público; 

g) da política tarifária aos ovos de galinha; 

h) Trump alinhou o Partido Republicano a seu perfil radical, contando com a colaboração da Heritage; 

i) o Executivo pode acessar recursos das agências governamentais passando por cima do Congresso, em desafio à Constituição; 

j) o risco na prestação de serviços à população – da saúde pública à independência do Judiciário...


Enfim, o PRINCIPAL: a ameaça a cada dia mais real à estabilidade institucional e à democracia americana

ANEXO

·       Susan Monarez, recém-nomeada para dirigir o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças). E John Ratcliffe, nomeado diretor da CIA. E Russ Vought, chefe do Escritório de Administração e Orçamento (OMB), organismo crítico para o controle da máquina pública, subordinado à Presidência. O conselheiro sênior do presidente para comércio e indústria, Peter Navarro, uma espécie de guru de Trump para o comércio internacional. A secretária de imprensa do presidente, Karoline Leavitt. O advogado Brendan Carr, responsável por sugestões para a Comissão Federal de Comunicações e o economista Stephen Miran, nomeado para uma vaga na diretoria do Fed (é autor de um estudo justificando os desvarios da política econômica de Trump). O Elon Musk que conduziu temporariamente os cortes de pessoal à frente do Departamento de Eficiência Governamental.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Letramento midiático.

Objetivos: o trabalho de educação midiática precisa exercitar nos estudantes as seguintes habilidades... Educação para letramento midiático.

1.     Acessar, analisar e avaliar a avalanche de conteúdos que recebem;

2.     Criar conteúdos de forma responsável;

3.     Agir no caminho de denunciar casos de desinformação intencional.

A evolução do estudo da Língua Portuguesa.

 

1.     Significava conhecer muito bem as regras de funcionamento da norma-padrão ou do “bem-dizer” e nomenclaturas – o objetivo era classificar palavras e segmentos textuais (anos 1960);

2.     Focar no desenvolvimento de habilidades de expressão e compreensão de mensagens  (anos 1980); a linguagem como instrumento de comunicação; a leitura como esforça de acessar o sentido fixado pelo produtor de um texto;

3.     As aulas precisam partir do texto e pensar nas relações da língua com as pessoas que fazem uso dela, no contexto em que um enunciado é produzido e nos aspectos históricos e sociais que envolvem o discurso (segunda metade da década de 1980 até os dias atuais).

- linguagem é interação e que é por mio dela que nos posicionamos, criamos vínculos, expressamos ideias e transmitimos sentimentos. A leitura é um processo interativo, em que o leitor atua de forma ativa, recuperando, interpretando e compreendendo as ideias apresentadas pelo autor no texto.

- entrar em contato com textos de vários gêneros textuais; arriscar as próprias leituras, utilizando-se de seus conhecimentos prévios, inclusive sobre o funcionamento da língua. Ampliar essas leituras, uma reflexão mais elaborada sobre os recursos linguísticos que estruturam o texto. Explorar tópicos linguísticos específicos, entre os quais aqueles ligados ao conhecimento da norma-padrão. Um texto permite uma investigação limitada de aspectos linguísticos, daí a necessidade de uma expansão do estudo utilizando outros exemplos, de variados gêneros de circulação real. Experimentar produzir seus textos com mais segurança e criatividade. Mergulhar em leituras mediadas e em análises linguísticas sobre recursos que contribuem para a construção do sentido de um texto.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

O que significa ser independente?

Significa a criação de instituições brasileiras com um bom funcionamento próprio! E mais...

A) o poder do Estado é garantido por um conjunto de instituições que funcionam de acordo com as leis;

B) esse funcionamento é garantido pela atuação dos governantes, temporários ou permanentes, e por milhares de funcionários públicos;

C) todo Estado tem uma administração que lhe permite: arrecadar impostos, os quais fornecem os recursos para a manutenção do poder;

D) punir os que atentam contra a ordem legal;

E) criar e abolir leis para adequar a legislação à realidade social na medida em que esta muda;

F) a construção e a conservação de obras públicas, a manutenção de serviços essenciais, da educação e demais atividades da vida social que dependem do poder público;

G) a manutenção de Forças Armadas permanentes para proteger o país contra possíveis ameaças externas ao seu território e à sua população de um Estado rival ou inimigo.

 “Na independência do Brasil, o projeto dos conservadores acabou prevalecendo; assim, ficamos independentes de Portugal mantendo a escravidão, o latifúndio, o predomínio da economia agroexportadora. As enormes desigualdades sociais entre os homens livres e o poder da elite agrária foram ampliadas com a independência. [...] a vitória do projeto conservador exigiu das nossas elites muito talento político. Por outro lado, provocou muito derramamento de sangue: o processo de construção do Estado brasileiro foi demorado e violento” (História sempre presente, p. 346).