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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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quarta-feira, 30 de julho de 2025

O que significa ser independente?

Significa a criação de instituições brasileiras com um bom funcionamento próprio! E mais...

A) o poder do Estado é garantido por um conjunto de instituições que funcionam de acordo com as leis;

B) esse funcionamento é garantido pela atuação dos governantes, temporários ou permanentes, e por milhares de funcionários públicos;

C) todo Estado tem uma administração que lhe permite: arrecadar impostos, os quais fornecem os recursos para a manutenção do poder;

D) punir os que atentam contra a ordem legal;

E) criar e abolir leis para adequar a legislação à realidade social na medida em que esta muda;

F) a construção e a conservação de obras públicas, a manutenção de serviços essenciais, da educação e demais atividades da vida social que dependem do poder público;

G) a manutenção de Forças Armadas permanentes para proteger o país contra possíveis ameaças externas ao seu território e à sua população de um Estado rival ou inimigo.

 “Na independência do Brasil, o projeto dos conservadores acabou prevalecendo; assim, ficamos independentes de Portugal mantendo a escravidão, o latifúndio, o predomínio da economia agroexportadora. As enormes desigualdades sociais entre os homens livres e o poder da elite agrária foram ampliadas com a independência. [...] a vitória do projeto conservador exigiu das nossas elites muito talento político. Por outro lado, provocou muito derramamento de sangue: o processo de construção do Estado brasileiro foi demorado e violento” (História sempre presente, p. 346).

segunda-feira, 28 de julho de 2025

O Príncipe.

 

O Príncipe retrata a questão da conquista do poder, de sua manutenção e por que se o perde através das manipulações de todos os tipos. O estilo pragmático nele defendido passa a ser de suma importância e distancia-se da ética, o que faz da política também uma técnica lúdica e, por isso, não separada do teatro. A ‘virtú’ (deusa pagã) é o que se torna imprescindível: agir conforme as circunstâncias e encarar o paradoxo de dar lições tanto aos tiranos quanto às repúblicas. Afinal, os homens muito o são condicionados pela necessidade, que pauta suas ações – e assim funciona o processo político e uma posição a favor de uma ou outra forma de governo.  Enfim, este livro pode ser usado como manual de dominação ou como pistas para a resistência contra os poderosos e um bem comum. Então, povo brasileiro, leia e resista!

“Quem detém o poder se sente, em determinados momentos, tão solitário e, em outros, tão onipotente. Decidir o destino de terceiros, distribuir o bem e o mal, eis o que aproxima os príncipes dos deuses e dos demônios”.

“Os que desenham os contornos dos países se colocam na planície para considerar a natureza dos montes, e para considerar a das planícies ascendem aos montes, pois é do topo da montanha que se tem uma visão muito melhor do fundo dos vales, assim também para conhecer bem a natureza dos povos é necessário ser príncipe, e para conhecer a dos príncipes é necessário ser do povo” (Maquiavel).

A importância fundamental do consentimento e apoio populares para o êxito de qualquer política.

Afinal, política é exercício de escolha ou a ponte entre o pensamento e a ação. Para ser eficaz, exige: informação correta, diagnóstico oportuno, avaliação adequada, capacidade de decisão e sabedoria.

“O mal é apenas o bem que não soube, ou não quis, cumprir as suas promessas”. A pureza de intenções é capaz de todos os crimes, exatamente como as intenções mais ínvias são capazes dos mais nobres atos.

Enfim, a decisão lastreia-se na informação, mas brota da sabedoria!

sábado, 19 de julho de 2025

A busca por novos parceiros é sempre salutar.

 

Com habilidade, sensatez e poder de negociação, o Brasil está apto a transformar esse momento de tensão e crise decorrente do tarifaço de Trump, num celeiro de múltiplas possibilidades e oportunidades. Vejamos algumas:

1.     O Brasil, de forma estratégica, pode suspender as concessões americanas, nas áreas de petróleo, tecnologia, serviços financeiros e automotivos;

2.     O mercado brasileiro tem capacidade de se adequar rapidamente a novas concessões, sejam elas chinesas ou europeias;

3.     O Brasil pode suspender patentes estadunidenses e, ao interromper essas companhias americanas, possibilitaria que empresas brasileiras passem a produzir produtos similares sem pagar royalties, estimulando os setores farmacêuticos e de tecnologia;

4.     Veja esse exemplo: dias depois do anúncio do tarifaço pelos EUA, a Embraer anunciou a venda para a Dinamarca de 45 jatos, com opção de compra de mais de 10 aeronaves. O contrato, avaliado em R$ 21,8 bilhões, representou uma das maiores negociações da história da fabricante brasileira.

5.     E mais esse: o governo americano pode recuar como ocorreu em relação à China, que controla grande parte da produção e refino de terras raras. As indústrias americanas têm enorme dependência desses metais para produzir, principalmente, nos setores de defesa e alta tecnologia. Renunciar ao Brasil, que possui 11 vezes mais reservas de terras raras do que os EUA (sendo o segundo do mundo), é um risco. O país tem amplas condições para desenvolver esse segmento mineral.

Enfim, mas é preciso estabelecer critérios para suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual. Inteligente mesmo é decidir as providências a serem adotadas através de Comitês ou coletividades.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

PGR e Bolsonaro.

 

·       PGR: todo o material apreendido comprova a tentativa de Golpe de Estado. Paulo Gonet afirma que a Organização Criminosa registrou todas as ações. Gravações, documentos, planilhas e mensagens... Documento: “Punhal Verde e Amarelo”. Institucionalizar a tomada do poder: estabelecimento de um gabinete central e estadual de crise: interpretava de forma equivocada a Constituição – visando uma ofensiva contra o STF, assinatura de Decreto Presidencial e o controle da narrativa midiática. A restrição do exercício das instituições democráticas (anulação de eleições, prorrogação dos mandatos, substituição de todo TSE e preparação de novas eleições). Objetivo comum de permanência no poder. 

·       Texto: “Declaração de Estado de Sítio”. E decretação de “Operação de Garantia da Lei e da Ordem”, “Minuta de Decreto de Estado de Defesa”. Um discurso a ser recitado por Bozo no momento da efetivação do golpe de Estado. Fabricar um discurso contrário às urnas eletrônicas. Uso da Abin para vigiar opositores, os discursos de 7 de Setembro de 2021 (com ameaças ao Judiciário), reunião com embaixadores, ataques à Democracia, controle da PRF, acampamentos de manifestantes em frente ao Exército, destruição das Sedes dos 03 poderes. PGR pede pena máxima: 43 anos de prisão: 137 páginas ao inelegível. Ataques não são críticas, influenciar a opinião pública e mobilizar parcelas da sociedade. Com o intuito de induzir o público a erro e forçar a desconfiança popular sobre o sistema eleitoral. Agiu de forma sistemática antes e após o resultado das urnas para incitar a insurreição e a desestabilização do Estado Democrático de Direito.


sábado, 12 de julho de 2025

Comércio EUA x Brasil.

 

·       O saldo das trocas brasileiras com os EUA aponta para um desequilíbrio: com larga vantagem para os EUA. A decisão de Trump não é econômica, mas política da pior espécie – ideológica. Desrespeito a 200 anos de relação diplomática.



“Nós estamos vendendo um produto como ele sai da terra e ele é transformado em mercadoria nos EUA, gerando emprego e renda lá nessa transformação desse produto, ficando lá e não aqui”.


-13% em áreas rurais.

 

·       Censo IBGE: 2022: o Brasil tem 5,82% da população vivendo em Unidades de Conservação Ambiental. São 11,8 milhões de brasileiros.

- quilombolas: 2,39%. Indígenas: 1,12%.



A maioria da população brasileira vive em áreas urbanas. Segundo o Censo de 2022, 87,4% dos brasileiros residem em áreas urbanas, enquanto 12,6% vivem em áreas rurais, de acordo com o IBGE. Isso significa que a taxa de urbanização do Brasil é de 87,4%.

Em números absolutos, o Censo de 2022 contabilizou 177,5 milhões de pessoas vivendo em áreas urbanas e 25,6 milhões em áreas rurais.

Essa distribuição da população demonstra que o Brasil é um país com um alto grau de urbanização, com uma concentração significativa de pessoas nas cidades.

domingo, 6 de julho de 2025

3. Estrutura do PIB mundial.

Produto Interno Bruto: 106,2 trilhões USD (2023) Banco Mundial

PIB MUNDIAL em 2024:

 Gráfico: estrutura do PIB mundial (Ano: 2017)

Dados recentes do Banco Mundial avançam que os Estados Unidos continuam a maior economia do mundo, com uma vantagem de quase 10 pontos percentuais sobre a segunda maior economia do mundo, a China O PIB dos Estados Unidos está muito próximo de representar 1/4 do PIB mundial (24,3%). É seguido pela China e Japão. No entanto, uma análise mais atenta do gráfico torna evidente que o bloco dominante é a Ásia, que representa mais de 1/3 do PIB mundial (33,84%).


2. A postura do BRICS/2025.

 Nessa reunião do Brics, deveriam estar os chefes de Estado de 28 países. Os governantes da China, Rússia, Egito, México e Turquia, e de mais uns 10, anunciaram que não viriam à runião. Trump também não veio. As reuniões de cúpula pode estar saindo da moda.

·       Condena ataques contra Irã (faz críticas a ações de Israel na Faixa de Gaza, no Líbano e na Síria).

·       Preserva Rússia na Guerra da Ucrânia e condena ações militares de Kiev contra civis e infraestruturas em território russo.

·       Também blinda o governo Donald Trump de responsabilidade.

·       O objetivo do tom mais equilibrado foi evitar que o Brics fosse retratado cmo um bloco anti-Ocidente e anti-Trump.

·       Se, por um lado, o bloco ganhou peso e ambição para se tornar um novo polo de poder global, por outro, enfrenta obstáculos maiores para alcançar consensos. A ampliação do Brics trouxe complexidades, nomeadamente pelo grande número de novos integrantes do Oriente Médio, região onde há inúmeras particularidades e crises.

·       Trump: +10% de taxação para quem se aliar às políticas “antiamericanas do Brics”. 11 países membros e parceiros.

- discute a importância da cooperação entre os países para diminuir as desigualdades e promover o desenvolvimento.

- mudanças climáticas e erradicação de doenças socialmente determinadas.

- Declaração do RJ: traz as principais propostas discutidas por diplomatas do grupo. A) defende reformas no FMI, no BM e no Conselho de Segurança da ONU; B) necessidade de fortalecimento da OMS para a produção de vacinas e medicamentos; C) financiamento climático acessível para países em desenvolvimento, promoção da economia sustentável e fundo de proteção das florestas tropicais; D) condenou os ataque ao Irã; E) apoio à criação dos estados de Israel e Palestina; F) criticou os ataques à Rússia; F) acesso capacitador, inclusivo e justo da IA (não pode ser privilégio de poucos países ou instrumento de manipulação nas mãos de milionários). G) Evitou temas polêmicos: não confrontou os EUA, Europa, H) defende o multilateralismo; I) fortalece instituições, como a ONU. J) criar uma ordem global mais equilibrada e inclusiva. 


1. A COP-30 e o Curupira.

·       Curupira: deixa pegadas simulando que anda para a frente quando caminha para trás.

A) sentido de um tempo onde as florestas estavam mais intactas;

B) despistar os agressres da floresta.

·       Em 33 anos, a concentração atmosférica de CO2, principal gás do EE, passou de 360 ppm para 430 ppm.

A)   A queima de combustíveis fósseis vai seguir subindo;

B)    O retorno de Trump não ajuda a mitigar o Aquecimento Global, nem adaptar o mundo para pior.

·       O mundo tem vários inimigos:

A)   O sistema capitalista e o estilo de vida que dele provoca nas pessoas;

B)    O saracoteio negacionista;

C)    O setor de energia;

D)   IA e aparelhos de AC (02 devoradores de eletricidade):

- seupercomputadores não só usam eletricidade com precisam ser refrigerados.

- está em voga e projeções de crescimento exponencial nos próximos anos.

- responde por 2,5% a 3,7% das emissões mundiais de Carbono (é mais do que todas as companhias aéreas juntas);

E)    Petróleo, carvão e gás natural.

·       A geração de eletricidade no mundo ainda é 60% de origem fóssil.

·       No Brasil: 85% da matriz é de fontes renováveis.

·       Temperaturas altas demais matam meio milhão de pessoas por ano. E a cifra se multiplicará x5 até 2050. Ano em que as emissões de Carbono deveriam ser zeradas, se fosse cumprir o Acordo de Paris, de 10 anos atrás.

·       A extrema direita da França diz que para combater as ondas de calor, vai subsidiar ar-condicionado. Marine Le Pen diz que AC para as massas é a melhor adaptação ao Aquecimento Global.

·       Ar-Condicionado Já deixou de ser um luxo para se tornar equipamento básico de saúde e eletrodoméstico essencial em vários lugares, como casas e escolas do Norte e Nordeste. O problema está no alto consumo de eletricidade que realimenta a espiral de CO2.

·       Hoje, há pelo menos 2 bilhões de condicionadores em funcionamento, emitindo carbono equivalente a uma frota de 238 milhões de automóveis. Em 2050 esse número poderá chegar a 5,6 bilhões, ou 10 novos equipamentos a cada segundo.

·       CONCLUSÃO: Se no longo prazo estaremos todos mortos, no médio prazo, estaremos todos fritos.

sábado, 5 de julho de 2025

A força do povo, em Maquiavel.

 

“Vendo os grandes não lhes ser possível resistir ao povo, começam a emprestar prestígio a um dentre eles e o fazem príncipe para poderem, sob sua sombra, dar expansão ao seu apetite; o povo também, vendo não poder resistir aos poderosos, volta a estima a um cidadão e o faz príncipe para estar defendido com a autoridade do mesmo” (Maquiavel).

Governo civil é aquele no qual o governante chega ao poder pelo favor dos seus concidadãos. Para isso, depende da “astúcia afortunada”, isto é, da conquista do apoio da opinião popular ou da aristocracia/nobreza dos grandes, dos poderosos que dispõem de riqueza e prestígio, mas não têm o exercício direto do mando do Estado.

Nessas Repúblicas, se podem encontrar esses dois partidos antagônicos: nobres que estão sempre em busca de transformar seu poder potencial em comando efetivo; e o povo, sempre a evitar a opressão dos poderosos. O governo é sempre constituído pelo povo ou pelos grandes, num processo dialético de disputa e equilíbrio.

Quem chega ao poder com a ajuda dos ricos tem mais dificuldade para manter-se (pois são conscientes de sua força e se entendem como iguais ao governante e quer oprimir, sendo difícil impor seu estilo de governo, devendo o governante ganhar a amizade e proteção dessa gente) do que quem é apoiado pelo povo (governa por si só, há pouca contestação, deseja evitar a opressão). Os poderosos contrariados ou com propósitos definidos e objetivos ambiciosos conspiram, desertam, fazem oposição ativa, mudam de partido, em qualquer disputa ficam do lado daquele que prenuncia como vencedor (eles pensam mais em si, por isso são inimigos, porque na adversidade ajudarão a arruinar o governante). Ou uma parte desses nobres se submetem (devem ser respeitados e estimados) ou ficam independentes (são bons conselheiros).

Ora, quem se torna príncipe pelo favor do povo deve preservar sua amizade, evitando a opressão. Aliás, como garantir a afeição popular? Ou perguntado de outra forma, qual a fórmula do marketing do poder? Sendo um príncipe corajoso, que comande a massa e se prepare para a adversidade e, com suas medidas entusiasme a multidão. Quem se assegura nisso, nunca se decepcionará com o povo e terá seu poder alicerçado em bases firmes.

Assim, governante nesse nível jamais abre mão de sua autoridade. Quem manda é ele, não por imposição, mas pela confiança e pela motivação voluntária do povo. E isso é importante para que o povo possa obedecer nos momentos difíceis, já que na adversidade poucos são solidários. De outro modo, o povo já está ganho, pois os cidadãos, quando precisam do Estado, todos juram fidelidade, se dizem dispostos a morrer pelo governante, isso quando a morte está longe.

“Por isso, o príncipe prudente procurará os meios pelos quais seus súditos necessitem sempre do seu governo, em todas as circunstâncias possíveis, e fará assim com que eles lhe sejam sempre fiéis” (Maquiavel).

Enfim, o maior mal que um povo hostil pode fazer ao seu líder é abandoná-lo. E o maior bem, elegê-lo e abraçá-lo. Ou não é isso que vemos acontecer com o Lula?

O Príncipe de Maquiavel.

 

Não existe política segura. Todos os caminhos são duvidosos. Ao tentar evitar uma dificuldade se cai em outra, porque isso faz parte da natureza das coisas. A prudência consiste em saber reconhecer a natureza dos inconvenientes. Enfim, aceitar como bom o menos mau.

Maquiavel se debruçou sobre uma variedade de reinos, governos e imperadores para examiná-los em exercício de qualidade e de defeitos, e daí retirar suas observações e conclusões. Tanto em êxito como em ruínas, as máximas ao Príncipe são forjadas da experiência no Poder. “Tem algo de bom em cada modelo destes, e é preciso apenas saber escolher. Só os tolos se prendem a um só e o imitam em tudo” (p. 122).

“A tarde cai, volto para casa. Entro em meu escritório e, desde a porta, despojo-me das roupas de todos os dias, cobertas de barro e de lama, para vestir roupas de corte real ou pontifical; assim honradamente trajado, entro nas antigas cortes dos homens da antiguidade. Aí, acolhido com afabilidade por eles, nutro-me do alimento que é, por excelência, o meu e para o qual nasci. Aí, nenhuma vergonha em falar com eles, em interrogá-los sobre os motivos de suas ações e eles, em virtude de sua humanidade, me respondem. E durante quatro horas não sinto o menor aborrecimento, esqueço todos os meus tormentos, deixo de temer a pobreza, a própria morte não me perturba. E como Dante diz que não há ciência se não se retém o que se compreendeu, anotei destas conversações com eles o que acreditei essencial e compus um opúsculo, De principatibus, onde aprofundo o que posso os problemas que tal tema coloca: o que é soberania, de quantas espécies elas são, como se as adquire, como se as mantém, como se as perde. E se alguma vez alguma elucubração minha vos agradou, esta não deveria vos desagradar. Ela deveria sobretudo bastar a um príncipe, sobretudo a um príncipe novo [...]” (p. 159).

Na obra maquiaveliana, o título “príncipe” não significa o filho de um monarca. Mas, é o principal cidadão do Estado. O sentimento de Maquiavel buscava a alma do governante, isto é, procurava estudar e orientar o governo dos príncipes. Assim, “Príncipe”, hoje, é todo aquele que detém o poder executivo, em qualquer dos escalões, quer seja no espaço público ou na área privada. Príncipe é todo aquele que conquistou, de alguma forma, autoridade legítima sobre outros seres humanos.

Todos os Estados que existiram ou existem foram repúblicas ou monarquias. É preciso ampliar o sentido restrito de Estado para espaço onde se exercita o poder. Na prática, não existe mais no Ocidente, Estados onde o poder efetivo seja transmitido hereditariamente. Exceto no âmbito familiar e no setor privado de atividade empresarial e administrativa, onde ainda são muito expressivos os espaços de mando transmitidos dessa forma. Tanto na família quanto na empresa, o poder deriva do patrimônio e as prerrogativas do mando, da decisão, se transmitem hereditariamente.

Ainda assim, cabe uma ressalva. Embora a disputa pelo controle e manutenção do poder fique mais nítida em grandes empresas/conglomerados econômicos ou em famílias oligárquicas (onde há hereditariedade formal), também nos espaços políticos, sobretudo no Brasil, o exercício do poder tem sido concentrado por poucas pessoas ou um grupo tradicional. O cerne da nossa Independência brota disso – os conchavos da nobreza com uma oligarquia agrária que fez nascer uma elite empresarial manipuladora. E não é fácil perder o controle de um espaço onde o poder é consolidado. E quando eventualmente ocorre, o mais comum é a sua reconquista (Lula.4 vem aí).

Ora, se compararmos o tamanho do espaço de um Estado com o tamanho de uma Família ou de uma Empresa, os espaços hereditários destes é muito menor do que aquele, donde habituado ao governo, é muito menor a dificuldade para manter o poder. “Basta para isso evitar a transgressão dos costumes tradicionais e saber adaptar-se a circunstâncias imprevistas” (transgressão x adaptação).

E tem o efeito pedagógico da derrota. Quando um território rebelado é reconquistado, não volta a ser perdido com a mesma facilidade, porque a própria rebelião (no caso da democracia, a rebelião das urnas) faz com que o governante se sinta mais inclinado a fortalecer sua posição, punindo os rebeldes, desmascarando os suspeitos, revigorando seus pontos fracos. Enfim, muito se aprende com a derrota. Corrigir os pontos fracos é uma questão fundamental na política, é uma preocupação constante para quem exercita o marketing do poder. 

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Lula x Milei: o papel do bloco Mercosul.

 O Mercosul tem 4 integrantes efetivos. A Bolívia está em processo de adesão. A Venezuela está suspensa. Há mais 7 associados. O bloco negocia acordos comerciais em conjunto. Acordos com outros países são permitidos, desde que não violem as tarifas de importação e exportação definidas pelo Bloco.

·       Meio a conflitos Europa e Oriente Médio: RJ recebe nesse fim de semana a Cúpula do Brics (40% da população mundial e 37% da economia mundial), o grupo de países emergentes. Até ano passado, as democracias representavam a maioria, mas agora prevalecem os países autoritários.

- estimular a cooperação;

- promover mais participação das nações emergentes nas decisões econômicas globais;

- no ano passado entraram também: Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã.

- Neste ano: Indonésia. 

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Pré-Sal: nova fonte de receita.

 

·       Senado aprova medida que possibilita uma nova fonte de Receita vinda do Pré-Sal. A medida autoriza o Governo a leiloar o excedente de produção de petróleo e gás de novas áreas do Pré-Sal. Isso pode render um recurso extra. Também permite que o fundo social do Pré-Sal passe a financiar moradia popular, infraestrutura e projetos relacionados à calamidade pública. O fundo é abastecido com royalties do petróleo. Só para o “Minha Casa Minha Vida” seriam R$ 15 bilhões neste ano. Agora, tudo vai para a sanção.

Mercosul e Efta

 


·       Lula na Argentina: assumir a presidência rotativa do MERCOSUL.

- estreitar relações comerciais com parceiros europeus.

- negociações concluídas: acordo de livre comércio entre Mercosul e Efta (associação europeia de livre comércio = Suíça, Noruega, Islândia e Listeitain = representam um mercado de R$ 7,1 bilhões para os produtos brasileiros/ano, muito pouco perto da União Europeia (+27 países) e EUA). Ambos os blocos somam um PIB: US$ 4,39 trilhões. Um mercado de quase 300 milhões de consumidores. Haverá barateamento do chocolate suíço para nós. Comprar o açúcar daqui pela Suíça. 

quarta-feira, 2 de julho de 2025

"Pacotaço" de Trump.


Com a Lei, o governo vai perder –US$ 4,5 trilhões em arrecadação, porque Trump vai ampliar isenções e incentivos fiscais. Aumenta em US$ 300 bilhões os gastos no combate a imigração e defesa. Programas sociais terão corte de –US$ 1 trilhão = vai deixar 12 milhões de americanos sem auxílio médico financiado pelo governo. A lei vai aumentar +US$ 3,3 trilhões a dívida pública em 10 anos. 

O corte de gastos (popular) é insuficiente para cobrir a redução de impostos (dos ricos). O resultado dessa conta adicionará US$ 3,3 trilhões à dívida americana. Vai tirar dos pobres, dar aos ricos, e jogar na conta do país (a ser paga pelos trabalhadores ou contribuintes americanos). Na verdade, a Lei só beneficia os mais ricos às custas dos mais pobres. 11 milhões de americanos de baixa renda perderão assistência médica.


A iniciativa que mais expõe os objetivos de Donald Trump na condução da política econômica nos EUA: pacote que concede grandes incentivos tributários para as maiores empresas americanas, e de outro lado corta recursos para a saúde e outros programas sociais, principalmente para os mais pobres. Corta, também, incentivos para a transição energética, e redireciona esses recursos para gastos militares e proteção das fronteiras e combate a imigração nos EUA. Outros problemas: há muitos anos os EUA gastam mais que arrecadam, isso vai gerar um ônus ou déficit da dívida nacional (que saiu de US$ 5,8 tri em 2001 para US$ 35,5 tri em 2024 – um crescimento explosivo). E o projeto de Trump joga mais 10% ou US$ 3,3 trilhões sobre ela nos próximos 10 anos. Gasta mais que arrecada, a dívida cresceu muito e o governo sinalizando que gastará ainda mais. Os credores que emprestam  para o governo americano vai cobrar taxas de juros cada vez maiores. Ou seja, o mercado está devorando tudo (inclusive o futuro dos EUA). Imagina o nosso!? 

·       Mega Projeto Fiscal de Trump é aprovado...

- Prever cortes em vários setores; mudanças em programas sociais; pode elevar os gastos do Governo.

- O maior impacto virá da redução de impostos: o Governo vai abrir mão de mais de US$ 5 trilhões em receitas para custear a máquina pública.

- O projeto prever aumentar gastos com as Forças Armadas e o controle da Imigração.

- Corte de gastos: reduzir em US$ 1 trilhão os recursos em programas sociais: Medicaid (acesso à saúde a famílias de baixa renda), revogação de incentivos à energia limpa, redução a auxílios e empréstimos estudantis, etc. 

·       Pagarão menos impostos para colocar mais dinheiro nos militares e no combate à imigração.

·       04 de Julho, Dia da Independência, Trump quer assinar a Lei em “grande estilo”. Promessas de campanha: redução de tributos, redução de impostos sobre horas extras e gorjetas...

·       Apenas 30% dos americanos aprovam essa nova Lei. Para Trump, essa derrota dos mais pobre é uma vitória para ele, colocado lá para governar para os mais ricos. O preço será o maior endividamento do país. E ele não está preocupado com isso.

·       As 06 empresas de Musk tem US$ 20 bilhões em contratos federais. E mais outros subsídios. Tudo isso parece está em risco. É mais um caso de amor que termina em traição e ódio.