O Príncipe retrata a questão da conquista do poder, de sua manutenção e por que se o perde através das manipulações de todos os tipos. O estilo pragmático nele defendido passa a ser de suma importância e distancia-se da ética, o que faz da política também uma técnica lúdica e, por isso, não separada do teatro. A ‘virtú’ (deusa pagã) é o que se torna imprescindível: agir conforme as circunstâncias e encarar o paradoxo de dar lições tanto aos tiranos quanto às repúblicas. Afinal, os homens muito o são condicionados pela necessidade, que pauta suas ações – e assim funciona o processo político e uma posição a favor de uma ou outra forma de governo. Enfim, este livro pode ser usado como manual de dominação ou como pistas para a resistência contra os poderosos e um bem comum. Então, povo brasileiro, leia e resista!
“Quem detém o poder se sente, em determinados momentos, tão solitário e, em outros, tão onipotente. Decidir o destino de terceiros, distribuir o bem e o mal, eis o que aproxima os príncipes dos deuses e dos demônios”.
“Os que desenham os contornos dos países se colocam na planície para considerar a natureza dos montes, e para considerar a das planícies ascendem aos montes, pois é do topo da montanha que se tem uma visão muito melhor do fundo dos vales, assim também para conhecer bem a natureza dos povos é necessário ser príncipe, e para conhecer a dos príncipes é necessário ser do povo” (Maquiavel).
A importância fundamental do consentimento e apoio populares para o êxito de qualquer política.
Afinal, política é exercício de escolha ou a ponte entre o pensamento e a ação. Para ser eficaz, exige: informação correta, diagnóstico oportuno, avaliação adequada, capacidade de decisão e sabedoria.
“O mal é apenas o bem
que não soube, ou não quis, cumprir as suas promessas”. A pureza de intenções é
capaz de todos os crimes, exatamente como as intenções mais ínvias são capazes
dos mais nobres atos.
Enfim, a decisão lastreia-se na informação, mas brota da sabedoria!
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