Com habilidade, sensatez e poder de negociação, o Brasil está apto a transformar esse momento de tensão e crise decorrente do tarifaço de Trump, num celeiro de múltiplas possibilidades e oportunidades. Vejamos algumas:
1.
O
Brasil, de forma estratégica, pode suspender as concessões americanas, nas
áreas de petróleo, tecnologia, serviços financeiros e automotivos;
2.
O
mercado brasileiro tem capacidade de se adequar rapidamente a novas concessões,
sejam elas chinesas ou europeias;
3.
O
Brasil pode suspender patentes estadunidenses e, ao interromper essas
companhias americanas, possibilitaria que empresas brasileiras passem a
produzir produtos similares sem pagar royalties, estimulando os setores
farmacêuticos e de tecnologia;
4.
Veja
esse exemplo: dias depois do anúncio do tarifaço pelos EUA, a Embraer anunciou
a venda para a Dinamarca de 45 jatos, com opção de compra de mais de 10
aeronaves. O contrato, avaliado em R$ 21,8 bilhões, representou uma das maiores
negociações da história da fabricante brasileira.
5. E mais esse: o governo americano pode recuar como ocorreu em relação à China, que controla grande parte da produção e refino de terras raras. As indústrias americanas têm enorme dependência desses metais para produzir, principalmente, nos setores de defesa e alta tecnologia. Renunciar ao Brasil, que possui 11 vezes mais reservas de terras raras do que os EUA (sendo o segundo do mundo), é um risco. O país tem amplas condições para desenvolver esse segmento mineral.
Enfim, mas é preciso estabelecer
critérios para suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de
obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual. Inteligente mesmo é
decidir as providências a serem adotadas através de Comitês ou coletividades.
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