Enfim, “as boas razões”.
A questão das “boas razões” é muito importante para nos deixar menos vulneráveis a vários tipos de ataques. Afinal, muitos de nós nos deixamos cotidianamente nos convencer pela propaganda ou pelos políticos sem ter de fato boas razões.
Um argumento é uma coleção de afirmações. Mas nem todas as coleções de afirmações constituem um argumento. É preciso ligar as premissas à conclusão para termos um argumento. As premissas precisam conduzir, estabelecer ou sustentar a conclusão.
A busca por argumentos corretos, bons argumentos ou argumentos sólidos começou com Sócrates contra os
sofistas, continuou com Platão e prosseguiu com Aristóteles. Aliás, todas as
questões sobre a natureza dos argumentos já foram levantadas no tratado que dá
origem à lógica – os “Tópicos” de
Aristóteles, devotados ao treino intelectual, aos contatos com outras
pessoas e ao conhecimento científico e filosófico. Contudo, a linguagem, os métodos
e certos pressupostos aí se diferenciam da visão contemporânea.
A filosofia de Aristóteles desperta mais interesse pela Metafísica (a valorização de sua produção lógica ou dialética = a lógica do saber comum) do que em Ética e Política. Devido o grande relevo da atualidade dado às técnicas da informação e da comunicação social, os “Tópicos” apresentam-se como um instrumento fundamental para desconstruir os mecanismos subjacentes a esta sociedade e para avaliar a qualidade da informação e dos conhecimentos por ela produzidos.
O bom argumento é aquele que persuade realmente alguém? Ou há um argumento bom ou mau independente? Ora, um bom argumento é aquele em que há boas razões para que as premissas sejam verdadeiras, e as premissas apresentam boas razões para acreditar na verdade da conclusão. Ou seja, um bom argumento não é uma questão de gosto nem de capricho ou conveniência. Um bom argumento é muito mais abrangente que um argumento meramente válido ou correto porque ele tem “boas razões” em si (Metafísica). Mas, o que se pode considerar “boas razões”? Ou seja, está se pedindo aqui “uma definição” que faça frases serem afirmações objetivas. Isso não quer dizer que é a definição que faz a bondade de um argumento convincente.
Assim, para que um argumento seja bom, tem de passar por dois testes:
1. Temos
de ter boas razões para pensar que as
premissas são verdadeiras;
2. As premissas conduzem, sustentam, estabelecem a conclusão.
Para que um argumento passe no primeiro teste, temos de perguntar se possuímos boas razões para pensar que suas premissas são verdadeiras. Isto é, um argumento tem o mesmo valor que a sua premissa menos plausível.
No segundo teste, a defesa aqui é a de que quando premissas e conclusão são verdadeiras, e as premissas trabalham para sustentar a conclusão, temos premissas altamente plausíveis, fabricadas com afirmações verdadeiras e que já caminham para as “boas razões”. Logo, se não tivermos essas “boas razões” para pensar que a afirmação é verdadeira ou não tivermos a certeza que é falsa, estaremos diante de algo dúbio ou implausível.
Enfim, entre premissas e para haver uma boa conclusão é preciso ter conexão. Um bom argumento nos coloca diante de argumentos “fortes” e argumentos “válidos”. É preciso testá-los para determiná-los.
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