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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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terça-feira, 14 de maio de 2024

Pensamento Crítico (Parte VI).

Enfim, “as boas razões”.

A questão das “boas razões” é muito importante para nos deixar menos vulneráveis a vários tipos de ataques. Afinal, muitos de nós nos deixamos cotidianamente nos convencer pela propaganda ou pelos políticos sem ter de fato boas razões.

Um argumento é uma coleção de afirmações. Mas nem todas as coleções de afirmações constituem um argumento. É preciso ligar as premissas à conclusão para termos um argumento. As premissas precisam conduzir, estabelecer ou sustentar a conclusão.

A busca por argumentos corretos, bons argumentos ou argumentos sólidos começou com Sócrates contra os sofistas, continuou com Platão e prosseguiu com Aristóteles. Aliás, todas as questões sobre a natureza dos argumentos já foram levantadas no tratado que dá origem à lógica – os “Tópicos” de Aristóteles, devotados ao treino intelectual, aos contatos com outras pessoas e ao conhecimento científico e filosófico. Contudo, a linguagem, os métodos e certos pressupostos aí se diferenciam da visão contemporânea.

A filosofia de Aristóteles desperta mais interesse pela Metafísica (a valorização de sua produção lógica ou dialética = a lógica do saber comum) do que em Ética e Política. Devido o grande relevo da atualidade dado às técnicas da informação e da comunicação social, os “Tópicos” apresentam-se como um instrumento fundamental para desconstruir os mecanismos subjacentes a esta sociedade e para avaliar a qualidade da informação e dos conhecimentos por ela produzidos.

O bom argumento é aquele que persuade realmente alguém? Ou há um argumento bom ou mau independente? Ora, um bom argumento é aquele em que há boas razões para que as premissas sejam verdadeiras, e as premissas apresentam boas razões para acreditar na verdade da conclusão. Ou seja, um bom argumento não é uma questão de gosto nem de capricho ou conveniência. Um bom argumento é muito mais abrangente que um argumento meramente válido ou correto porque ele tem “boas razões” em si (Metafísica). Mas, o que se pode considerar “boas razões”? Ou seja, está se pedindo aqui “uma definição” que faça frases serem afirmações objetivas. Isso não quer dizer que é a definição que faz a bondade de um argumento convincente.

Assim, para que um argumento seja bom, tem de passar por dois testes:

1.     Temos de ter boas razões para pensar que as premissas são verdadeiras;

2.     As premissas conduzem, sustentam, estabelecem a conclusão.

Para que um argumento passe no primeiro teste, temos de perguntar se possuímos boas razões para pensar que suas premissas são verdadeiras. Isto é, um argumento tem o mesmo valor que a sua premissa menos plausível.

No segundo teste, a defesa aqui é a de que quando premissas e conclusão são verdadeiras, e as premissas trabalham para sustentar a conclusão, temos premissas altamente plausíveis, fabricadas com afirmações verdadeiras e que já caminham para as “boas razões”. Logo, se não tivermos essas “boas razões” para pensar que a afirmação é verdadeira ou não tivermos a certeza que é falsa, estaremos diante de algo dúbio ou implausível.

Enfim, entre premissas e para haver uma boa conclusão é preciso ter conexão. Um bom argumento nos coloca diante de argumentos “fortes” e argumentos “válidos”. É preciso testá-los para determiná-los. 

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