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“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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quarta-feira, 15 de maio de 2024

Pensamento Crítico (Parte VII).

  Argumento: forte, válido e bom (boas razões).  

Um argumento é válido ou não. Não há grau de validade. Mas há graus no que respeita aos argumentos fortes e fracos: um argumento pode ser mais forte do que outro, apesar de ambos serem fortes.

Um argumento válido ou forte com premissas verdadeiras pode mesmo assim ser um mau argumento. 

“Muitas pessoas julgam que para raciocinar logicamente e pensar criticamente temos de reprimir a nossa imaginação. Julgam que “Ele é muito lógico” se opõe a “Ele é muito criativo”. Mas essas pessoas estão enganadas. Para avaliar argumentos temos de imaginar todas as circunstâncias em que as premissas são verdadeiras. Devemos ser criativos” (p. 33).

Quando ainda não sabemos se as premissas são verdadeiras vale a pena dar atenção e buscar saber. Mas, se já sabemos que elas são falsas, vale a pena dar-se ao trabalho de ir buscar alguma conclusão plausível? Não! Muitas vezes, não sabemos ainda se as premissas de um argumento são ou não plausíveis. Mas vale a pensa tentar saber se essas premissas conduzem ou não à conclusão apresentada. Se conduzirem, então teremos ainda de verificar cuidadosamente se as premissas são realmente plausíveis ou não. Mas se não conduzirem, nem sequer temos de nos dar a esse trabalho; pois mesmo que as premissas sejam plausíveis, não conduzem à conclusão desejada. Parte do trabalho filosófico e científico consiste em tentar determinar se certas premissas conduzem ou não a certas conclusões, apesar de não sabermos se essas premissas são plausíveis. O bom raciocínio tanto depende de bases verdadeiras como “do que se segue de quê”. Enfim, a conclusão segue-se das premissas.

Assim:

·       É preciso apresentar critérios explícitos e claros que determinem que uma afirmação se segue de outras afirmações;

·       Não basta que tanto a conclusão como as premissas sejam verdadeiras;

·       É preciso haver conexão entre premissas e conclusão;

·       Podemos até não saber se as premissas são verdadeiras;

·       Temos de levar em consideração as circunstâncias em que as premissas poderiam ser verdadeiras;

·       Podemos até definir “o que é verdade” numa enciclopédia ou com um especialista, mas não o que poderia ser verdade;

·       Para inspecionar todas as circunstâncias em que as premissas poderiam ser verdadeiras temos de usar nossa imaginação;

·       A conexão mais básica entre premissas e conclusão é (lógica formal): um argumento é válido se for impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa (ao mesmo tempo);

·       Os argumentos lógicos são inexoravelmente válidos (argumentos dedutivos ou deduções), assim como as demonstrações matemáticas;

·       Uma teoria matemática como a geometria, pode apresentar bons argumentos, além de válidos – na verdade, os melhores argumentos possíveis dentro da sua especificidade;

·       Um argumento válido pode ter uma premissa falsa (e também pode ter todas as premissas falsas);

·       Os bons argumentos não estão somente entre os argumentos válidos;

·       Os argumentos válidos não estão necessariamente entre os bons argumentos;

·       Enfim, conclusão: válido ≠ bom.

·       Classificamos os argumentos que não temos certeza de serem válidos numa escala que vai de muito forte a fraco. Argumentos fortes (é quase impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa ao mesmo tempo) e fracos (se for provável que as premissas possam ser verdadeiras e a conclusão falsa ao mesmo tempo). Um argumento é válido ou não. Não há grau de validade. Mas há graus no que respeita aos argumentos fortes e fracos: um argumento pode ser mais forte do que outro, apesar de ambos serem fortes.


Até aqui, estamos avaliando os argumentos de acordo com duas características ou duas dimensões: a “consequencialidade” e a “qualidade das premissas”.

·       consequencialidade”: quando as premissas de fato conduzem à conclusão;

·       qualidade das premissas”: quando as premissas são verdadeiras, ou pelo menos plausíveis.


Como saber se uma conclusão se segue das premissas de um dado argumento?

1.     Imagine todas as circunstâncias em que as premissas poderiam ser verdadeiras;

2.     Procure saber se a conclusão é falsa em qualquer dessas circunstâncias;

3.     Se não, o argumento é válido: em todas as circunstâncias em que as premissas são verdadeiras a conclusão também é verdadeira;

4.     Se sim, o argumento é inválido: há circunstâncias em que as premissas são verdadeiras e a conclusão falsa. Mas será um argumento forte, ou fraco?

5.     Se as únicas circunstâncias em que as premissas são verdadeiras e a conclusão falsa forem disparatadas, o argumento é muito forte;

6.     Mas se essas circunstâncias não forem disparatadas, o argumento é fraco.

 

Enfim, além de válido e forte um argumento também precisa ser bom. Para que seja um bom argumento, deve haver também boas razões para acharmos que as premissas são verdadeiras. É todo um encadeamento: a conclusão se segue das premissas, o argumento é válido e forte e suas premissas nos dão boas razões para aceitar que a conclusão é verdadeira.

·       Só os argumentos inválidos se classificam numa escala que vai de muito fortes a fracos;

·       Todos os argumentos fracos são maus;

·       Nem todos os argumentos válidos ou fortes são bons.

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