Resumo dos primeiros passos...
Os argumentos são tentativas de persuadir, usando afirmações. Logo, temos de saber distinguir os diferentes tipos de afirmações e de ter atenção às frases que parecem afirmações, mas que não são.
Uma frase é vaga se não for claro o que o locutor tinha em mente. A vagueza é algo com que temos de viver, mas podemos aprender a reconhecer quando uma frase é demasiado vaga para a argumentação. Contudo, é um mau argumento afirmar que as palavras nunca têm um significado preciso porque não podemos traçar alguma fronteira precisa.
Muitas vezes, o problema com uma frase vaga é determinar os padrões que estão sendo pressupostos. Podem ser padrões objetivos – independentes do que qualquer pessoa ou qualquer coisa pensa, acredita ou sente – ou subjetivos; ou pode não haver quaisquer padrões. Uma frase demasiado vaga para ser uma afirmação objetiva pode ser admissível como afirmação subjetiva.
Saber determinar se uma afirmação é subjetiva ou objetiva pode evitar-nos algumas angústias, pois poderemos deixar de debater sentimentos alheios. Por outro lado, confundir o subjetivo com o objetivo conduz a maus argumentos.
Nossa reação a uma frase vaga é “O quê?”; a nossa reação a uma frase ambígua, uma frase que tem dois ou mais significados claros, é “O que é que você quer dizer?”. As frases ambíguas nunca devem ser tomadas como afirmações.
Há quem pense que basta que um número suficiente de pessoas acredite numa afirmação para que essa afirmação seja objetiva e que isso é tudo o que constitui a objetividade. Isto é, a objetividade é apenas a subjetividade coletiva?
Enfim, se quisermos argumentar uns com os outros, precisamos eliminar a vagueza e a ambiguidade excessivas. Podemos fazê-lo reescrevendo os nossos argumentos ou falando de modo mais preciso. Ou podemos ser completamente explícitos e definir as palavras que estão causando o problema. Uma definição não é uma afirmação, mas acrescentamo-la às vezes a um argumento para poder clarificá-lo. As definições não devem decidir antecipadamente o que está em discussão; se uma definição for uma afirmação escondida, chamamos-lhe “definição persuasiva”.
Complementos:
·
Retórica: estuda
tentativas de persuadir que usam a linguagem (mas não
necessariamente com argumentos, como fábulas e exemplos);
·
Marketing e
Publicidade:
estuda as formas verbais e não verbais de persuasão que não constituem
argumentos.
·
Linguagem
corporal:
também pode promover a persuasão, e constitui o coração da arte dramática, mas
não se trata nesse caso de argumentos.
·
Ética: numa
introdução, estuda-se, entre outras coisas, a questão de saber se as afirmações
sobre o bem e o mal podem ser objetivas;
·
Relativismo: é a
perspectiva segundo a qual todas as afirmações morais são subjetivas;
·
Estética: analisará,
entre outras coisas, a questão de saber se todas as afirmações sobre o belo são
igualmente subjetivas.
·
Filosofia do
direito:
apresenta os métodos que a lei usa para oferecer critérios objetivos para
determinar o bem e o mal.
·
Prática da
enfermagem:
trata da questão de saber como lidar com afirmações subjetivas dos doentes e
com instruções vagas dos médicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário