Os planos para o país só são compartilhados com os instruídos
(Mozi)!?
(As qualidades e as habilidades para os altos escalões resultam da aptidão e dos estudos, não importando o passado da pessoa).
· Com foco na meritocracia, a
ideologia predominante passa a ser o Moísmo (“elevar os aptos”).
- Vimos que nos séculos VIII e III a.C, pensadores começaram a
aplicar suas ideias de filosofia moral às práticas comuns da organização social
e política.
- Já no século o IV a.C. as ideias autoritárias de Shang Yang e
Han Fei Tzu são adotadas no estado de Qin como a doutrina do legalismo.
- Em 372-289 a.C. o filósofo Mêncio defende o resgate do
confuncionismo. No século VI a.C. o filósofo chinês Laozi defende o taoísmo
(agir de acordo com o caminho, tao);
- No século V a.C o Confúcio propôs um sistema de governo baseado nos valores tradicionais ou hierarquia baseada nas relações da família tradicional, reforçados por cerimônias e rituais e mantidos por uma classe de eruditos (uma classe administrativa para ajudar e aconselhar o governante). Mozi vai retomar essas ideias. No século passado, XX, as ideias de Mozi influenciam tanto a república de Sun Yat-Sem quanto a comunista República Popular da China.
Reciclagem do passado e inovação:
·
Tanto
Confúcio quanto Mozi acreditavam que o bem-estar do Estado se baseava na
competência e na confiança da classe burocrática, mas eles divergiam quanto ao
método pelo qual os administradores deveriam ser escolhidos;
·
Para
Mozi, Confúcio se apegou muito às convenções das famílias nobres, as quais não
produzem, necessariamente, a virtude e a habilidade essenciais para uma
burocrata de sucesso. Mozi achava que as qualidades e as habilidades para os
altos escalões resultavam da aptidão e dos estudos, não importando o passado da
pessoa;
· O alicerce do pensamento político moísta é “elevar os aptos” (ideia meritocrática). E havia outros aspectos da filosofia moral de Mozi: 1) bondade inerente das pessoas; 2) o dever de viver numa atmosfera de “amor universal”; 3) lidar com a tendência humana de agir em interesse próprio (frequente em situações de conflito, as quais surgiam não da falta de moralidade, mas das diferentes ideias do que seria uma moralidade correta).
Assim, a tarefa dos líderes políticos é unir o povo com um código moral coerente que fosse mantido por um sistema de governo forte e ético. Esse código seria baseado no que fosse necessário para o bem maior da sociedade, e formulá-lo exigia conhecimento e sabedoria que eram disponíveis apenas aos instruídos.
·
Para
Mozi, os trabalhadores habilidosos como os carpinteiros, podiam – com treino e
aptidão – tornar-se administradores do governo.
·
A
preferência de Mozi por uma classe ministerial escolhida baseada no mérito e na
habilidade advinha de sua própria experiência de ter ascendido, a partir de um
começo humilde, aos altos escalões, por meio de seu trabalho (e via o potencial
para o nepotismo e o fisiologismo sempre que a nobreza escolhia os ministros).
·
Também
acreditava que o governo precisava ser conduzido de tal modo que cultivasse a
prosperidade do Estado para o bem-estar do povo em geral.
· Apesar de Mozi ter atraído um grande número de seguidores, era considerado um idealista, e o moísmo não foi adotado pelos governantes chineses de seu tempo.
Enfim, aspectos do pensamento político de Mozi foram incorporados em sistemas políticos posteriores. No século passado (XX), suas noções sobre igualdade de oportunidades foram redescobertas pelos líderes chineses Sun Yat-Sem e Mao Tsé-tung.
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