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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Marx e Cristo.

 A maior fonte para todas as coisas juntas que me ajudaram, são e foram, meus relacionamentos com as pessoas. O amor das pessoas.  

O povo me enviou a Marx. As pessoas nunca me disseram: “Neilton, por favor, por que você não lê Marx?” Não. As pessoas nunca me disseram isso, mas sua realidade me dizia isso. A miséria da realidade. A opressão terrível, a exploração. Até a posição religiosa mágica das pessoas, entendendo a miséria como um tipo de teste que Deus lhes impunha para saber se continuavam a ser seus bons filhos – até isso me enviava a Marx. Isso é, eu tive que ir correndo até Marx. Daí eu comecei a ler Marx e a ler sobre Marx e quanto mais o fazia mais me convencia de que nós realmente teríamos que mudar as estruturas da realidade, que deveríamos comprometer-nos totalmente com um processo global de transformação. 

Porém, minhas “reuniões” com Marx nunca me sugeriram que parasse de ter reuniões com Cristo. Eu nunca disse a Marx: “Olha, Marx, realmente, Cristo era uma criança. Cristo era ingênuo”. Por outro lado, também eu nunca disse a Cristo: “Olha, Marx foi um homem materialista e terrível”. Sempre falei de ambos de uma maneira carinhosa. Não sou um homem religioso. Mas sou um homem de fé! Aprendi muito com Marx, mas nunca aceitei ser ensinado por Marx sem fazer também sérias perguntas. Enfim, é preciso ter pensamento crítico. O pensamento não pode ser fechado, colocado dentro de alguma coisa. Não pode ser imobilizado; fazer isso seria ser terrivelmente contraditório com relação àquilo que penso e faço.

O ponto comum em ambos, no fundo no fundo, é amar as pessoas. Amar os trabalhadores. Eu não tenho qualquer outra saída a não ser amar as pessoas – isso é, amar as pessoas, acreditar nas pessoas, mas não de uma forma ingênua. Não sei muitas coisas, mas é necessário acreditar nas pessoas. É necessário rir com elas, porque se você não fizer isso, não poderemos aprender com as pessoas e, ao não aprender com as pessoas, tampouco posso ensiná-las. O que posso fazer? Fui professor e sou um coordenador pedagógico escolar. Minha vida está ligada à escola. Educo e coordeno pessoas. Enquanto o fizer, sigo com fé, em Marx e em Deus.

Poeminha:

 

“Vá até as pessoas.

Aprenda com elas.

Viva com elas.

Ame-as.

Comece com aquilo que elas sabem.

Construa com aquilo que elas têm.

Mas o melhor líder, quanto o trabalho estiver pronto,

quando a tarefa estiver cumprida,

as pessoas todas dirão,

nós fizemos isso sozinhas”.

(Lao Tzu, 604 a.C.)

Enfim, é com diferenças que nos fazemos melhores!

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