A USP (Universidade de São Paulo) é a melhor universidade da América Latina, mas a 85ª melhor do mundo. De olho nas 50 maiores academias do planeta, a universidade discute mudanças na grade curricular para aproximar alunos do mercado de trabalho e chegar mais perto do topo das 50 melhores.
·
A classificação das Universidades levou em conta os seguintes
critérios:
-
Reputação acadêmica;
-
Reputação do empregador;
- Proporção
de alunos do corpo docente;
-
Citações por faculdade;
-
Proporção de docentes internacionais;
-
Proporção de estudantes internacionais;
- Rede
internacional de pesquisa;
-
Resultados de emprego;
-
Sustentabilidade.
Com menos tempo dentro de sala de aula e mais fora, isto é, além do conhecimento teórico, ir para a prática, com atividades de extensão, o reitor da USP, Carlos Gilberto Carloti, deseja mudar a cara das graduações e preparar os mais de 60 mil alunos nelas matriculados com novas habilidades para esse mercado de trabalho desconhecido. Além desses, há quase 30 mil alunos na pós-graduação e outros 184 mil em atividades de cultura e extensão. No passado os rankings eram muito concentrados na produção científica, o que naturalmente privilegia as universidades americanas e europeias. Porém, ultimamente, outros quesitos ganharam grande peso. Para Carlotti, a preocupação em diminuir a distância entre a formação universitária e a entrada no mercado garantirá, também, boas avaliações em rankings no futuro, pois empregabilidade e sustentabilidade pesaram na boa posição internacional (para além de números de publicação e pesquisa). Serão novas formas de ensino ativo, com reformas de sala de aula e biblioteca.
Outras estratégias da USP para chegar no Top das 50 melhores:
·
Atrair
centros internacionais ao campus da capital paulista. É o caso do Instituto
Pasteur, da França, e do ICGEB, ligado à Organização das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Industrial (Unido);
·
O
orçamento turbinado também é outro fator. A USP tem o maior orçamento entre as
grandes universidades do país. Graças a uma lei estadual que concede 9,75% da
arrecadação da cota-parte do ICMS do estado mais rico do Brasil às três
universidades paulistas (o que garante uma regularidade financeira e um
previsibilidade orçamentária que nenhuma outra universidade brasileira tem), a
USP leva cerca de R$ 7,5 bilhões anuais do tesouro estadual, a Unesp e a
Unicamp ficam com R$ 3,7 bilhões para cada uma;
· Aproximando alunos do mercado de trabalho, isto é, ensino e vida.
É muito difícil que outras universidades reproduzam a mesma situação. Há federais com áreas fortes de pesquisa, como UFRJ, UFMG, UFRS, mas que ainda estão distantes do modelo da USP que, além do financiamento, tem mais flexibilidade no uso de recursos. As federais acabam muito engessadas: o dinheiro que recebem é quase integralmente para pagar salários, sem muitas possibilidades de contratação.
Tudo isso é um estímulo e uma cobrança, de que precisamos ter novos planos, pois se seguirmos fazendo as mesmas coisas, não vamos seguir avançando. A sociedade muda, o ensino muda, e queremos estar na vanguarda. A melhoria no ranking é consequência.
Enfim, no governo anterior de Jair Bolsonaro, vimos o que aconteceu com essas universidades, quando sofreram com falta de verba até para pagar limpeza, segurança, luz. Com Lula, os tempos são outros!
FONTE: QS World University Ranking 2024.
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