A oportunidade precede o desempenho.
Brasileiro entre os 10% mais pobres da população de países emergentes teria de viver 09 gerações ou 180 anos para chegar à Classe Média, considerando as atuais condições de renda, educação, trabalho e saúde. Mobilidade social no Brasil é uma das mais restritas do mundo (Dados: OCDE). O país só perde para a Colômbia (11 gerações)!
Os números mostram o quanto a mobilidade social é desejável e necessária para não vivermos em uma sociedade praticamente de castas. Enquanto uma Classe A tem renda média familiar mensal de R$ 21,8 mil, as Classes D/E estão em R$ 900.
Um elevador social quebrado? Como promover a mobilidade social?
Como se pode falar em igualdade de oportunidades se 48% da população não conta com saneamento básico? O que se vê no Brasil é um Estado que promove a desigualdade.
É por isso que a tal da meritocracia é extremamente questionável. Primeiro é preciso corrigir a desigualdade de oportunidades, que leva à desigualdade de renda. Só depois eu posso avaliar a desigualdade de desempenho, de um indivíduo para o outro. Considere um exemplo de ex-morador de rua que se torna empresário. Dever ser aplaudido, ele é um vencedor. Mas quantos tentam e não conseguem? Quantos sofrem todos os dias para tentar conseguir o básico – alimentação, moradia, saúde, educação? Enfim, não é uma questão de meritocracia!
Como favorecer a mobilidade social?
A
principal política pública para favorecer a mobilidade social é a educação, a
capacitação do indivíduo, que muitas vezes migra do trabalho braçal para o
intelectual. A função do Estado é reduzir a desigualdade de oportunidades, o
que se consegue mais rápido por meio de uma política fiscal equilibrada: taxar
mais os mais ricos e menos os mais pobres. Só assim é possível realocar
recursos de forma eficiente para reduzir os desníveis sociais.
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