Em “Vidas Paralelas”, o historiador grego Plutarco relata que o rei armênio Tigranes, ao receber a mensagem de que seu inimigo estava se aproximando, ficou tão irritado que mandou cortar a cabeça do mensageiro. Daí a expressão “Matem o mensageiro!”, que descreve o ato de culpar o portador de notícias indesejadas. Atualmente, essa expressão remete a duas visões sobre a imprensa.
Uma visão a interpreta como ataques à imprensa quando ela divulga informações desagradáveis sobre pessoas e temas com os quais o leitor tem afinidade. Esse modo de lidar com o jornalismo parece ser seguido pelo STF. A corte decidiu que jornais podem ser responsabilizados por injúria, difamação ou calúnia proferida por um entrevistado.
Outra visão acha que jornais não podem ser culpados por falas do entrevistado, desde que não emitam opinião. O entendimento pela responsabilização sugeriria o agasalho de censura prévia a veículos de comunicação. Assim, a decisão do STF poderia gerar o “efeito inibidor”, desencorajando o exercício legítimo de direitos pela ameaça de sanção legal, afetando o papel de vigia do poder público conferido à imprensa, um dos pilares das democracias modernas.
Enfim, a mídia pode tudo?
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