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Vídeos repugnantes. Quando as redes sociais viram espaços perfeitos
para a propagação de ódio, violência e crueldade. Discord reúne
cerca de 3 milhões de usuários no Brasil (aplicativo de mensagens, foi
concebido com facilidade para reunir usuários anônimos com interesses comuns e arregimentá-los
para o crime) = rede utilizada por adolescentes e jovens no Brasil (universo
dos games). A estrutura do Discord facilita a interação em grandes grupos.
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Muita
gente faz uso positivo, na pandemia, por exemplo, foi bastante usado por
professores em aulas. A plataforma proíbe manifestações de ódio e violência,
mas muitos usuários ignoram as regras livremente.
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Cenas
e conteúdos de incentivo à violência extrema e ao ódio. Crimes. Cenas
repugnantes de automutilação, crueldade com
animais e crimes, pornografia, ideias racistas, homofóbicas, misóginas e
neonazistas. A urgência de responsabilizar as plataformas digitais. Atrocidades
veiculadas em plataformas digitais. PL das Fake News (regulamentação que só
alcança plataformas com mais de 10 milhões de usuários). Demanda urgência: A)
os ataques golpistas do 8 de janeiro; B) massacres em escolas. Conteúdos
extremistas foram fundamentais para os criminosos. Radicalização on-line. Não pode haver liberdade para disseminar e estimular
desinformação, preconceito, ódio e violência. Por questões comerciais, sob o
manto hisócrita da proteção à liberdade de expressão, elas fizeram vista grossa
para a maior parte dos crimes de que são cúmplices. Espera-se que demonstrem
maior responsabilidade. Tornar as plataformas digitais corresponsáveis pelos
efeitos do que veiculam. Um “dever de cuidado” com o ambiente digital. Atuar de
forma preventiva para evitar a disseminação de conteúdos ilegais. Crimes
cometidos por intermédio da Internet. Não se pode
permitir que adolescentes e jovens sejam aliciados para participar de rituais
de crueldade, violência e intolerância. Quando o ambiente de intimidade
e segurança se torna uma zona de perigo/risco. Menores de idade estão sendo
expostos a conteúdos perturbadores. São vídeos e conversas que estimulam a
automutilação, todo tipo de crueldade contra animais, pedofilia. Tudo a partir
de desafios criados por criminosos. A falta de monitoramento e a falta de
fiscalização abrem caminho para a violência e pode se transformar num pesadelo
para pais e filhos dentro de casa. Adolescentes promovem e enfrentam dentro das
próprias casas. Vítimas e agressores. Manipulados e manipuladores são menores
de idade, que transformam o espaço aparentemente seguro em palco de cenas de
violência extrema. As redes são um convite permanente aos encontros – alunos aprendem,
cientistas colaboram, amizades surgem e casais se formam. Mas, identificar e
denunciar crimes. Servidores são comunidades do Discord, totalmente fechadas.
Tira-se uma foto com o nome do servidor para ser aceito entre os membros. O
Discord permite que as pessoas se comuniquem em transmissões ao vivo dentro da
plataforma, onde tudo pode acontecer. E, ao menos que alguém grave fora da plataforma,
nada fica registrado. Surgem fotos e vídeos de pessoas ferindo o próprio corpo.
Divertimento cruel: incentivar e assistir alguém a praticar violência contra si
e contra animais. Pessoas assistindo, incentivando, gostando. As garotas são as
vítimas mais frequentes. São conseguidos dados comprometedores da vítima, como
fotos de nudez, nome real e contatos da família. É como
se o quarto se tornasse um palco, com todos o holofotes voltados para a vítima,
que passa a ser chantageada a cumprir desafios. Sessões de tortura psicológica.
Os agressores se tornam protegidos pelo anonimato, e se tornam cada vez mais
cruéis. Grupos que desfrutam de diferentes tipos de crueldade. É sádico, uma
crueldade recreativa. Eles conseguem dados pessoais das vítimas e as
fazem jogar o jogo deles.
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O
adolescente está passando por um processo de amadurecimento do córtex frontal,
região do cérebro responsável pelas tomadas de decisão, pela capacidade de
controlar o meu comportamento, ter noção de causa e consequência. Existe a
necessidade muito grande de fazer parte de um grupo, para se sentirem
populares, fortes, dentro de uma comunidade. Eles se sentem pertencentes porque
passam a odiar as mesmas coisas. Câmera de Eco: você é o cara porque você
odeia, você é contra o sistema. Esse ódio é reforçado e isso é valorizado lá
dentro. Estando nesses grupos eu me desresponsabilizo, como se estivesse
anônima ali. A violência causada não é inteiramente da minha responsabilidade.
Os smartphones afetaram a adolescência. Descobrimos o fogo, mexe com ele e
brinca que é maravilhoso, mas tem que saber manobrar (ensinar) para não se
queimar. O problema é que estamos dando o fogo para eles sem mediação e
instrução, e estamos vendo os resultados. Violência, crueldade e sadismo. “Ela
foi chantageada quando imagens íntimas foram compartilhadas e a fez sofrer um
colapso de saúde mental depois disso”. Nem dentro das próprias casas os filhos
estão salvos de abusos. Os pais precisam dar um basta. O que esses produtos
estão fazendo com as crianças? É preciso responsabilizar as empresas. Há também
incentivos a ataques a escolas. “Para enfrentar essa
ameaça, o Ministério da Justiça criou a Operação Escola Segura, com sistema de
monitoramento das redes sociais, e uma portaria visando responsabilizar
plataformas digitais por conteúdos que façam apologia a violência nas escolas”.
Você, pai ou mãe, que deu o celular ao filho e não o monitora, acha que ele
está lá no quarto jogando, mas pode estar mais em risco do que se estivesse
numa festa com os colegas.
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Hoje,
pela Lei, o Marco Civil da Internet, as Plataformas não são responsabilizadas
pelo que é divulgado nelas, e são obrigadas a retirar um conteúdo do ar, apenas
sob ordem judicial. Mas, o debate sobre a regulamentação tem crescido no mundo
todo. Empresas que oferecem produtos e serviços, e lucram com eles, precisam
lidar com as consequências deles.
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A
liberdade de expressão não autoriza ninguém a fazer apologia de crimes,
divulgar conteúdos ilícitos. Admirado e respeitado, com uma certa ascensão
sobre os demais. Escravas virtuais: tinha que rezar e adorar ele todos os dias.
· “Nós, como adultos, andamos pelas ruas todos os dias e a gente sabe que vai existir criminalidade, riscos. Mas, a gente não expõe o filho da gente a essas coisas. E nas redes sociais isso está acontecendo, à distância de um clique. É como se simplesmente a gente deixasse uma criança ou adolescente solto no meio da rua, de madrugada, no bairro mais perigoso de sua cidade”. Não existe uma forma simples de impedir que crianças e adolescentes se tornem prisioneiros das situações que encontram ao navegar pela Internet. É um desafio para toda a sociedade brasileira, que milhares de quartos comuns voltem a ser espaços de segurança.
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