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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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domingo, 7 de maio de 2023

Discord: o lado sombrio do ambiente digital.

·       Vídeos repugnantes. Quando as redes sociais viram espaços perfeitos para a propagação de ódio, violência e crueldade. Discord reúne cerca de 3 milhões de usuários no Brasil (aplicativo de mensagens, foi concebido com facilidade para reunir usuários anônimos com interesses comuns e arregimentá-los para o crime) = rede utilizada por adolescentes e jovens no Brasil (universo dos games). A estrutura do Discord facilita a interação em grandes grupos.

·       Muita gente faz uso positivo, na pandemia, por exemplo, foi bastante usado por professores em aulas. A plataforma proíbe manifestações de ódio e violência, mas muitos usuários ignoram as regras livremente.

·       Cenas e conteúdos de incentivo à violência extrema e ao ódio. Crimes. Cenas repugnantes de automutilação, crueldade com animais e crimes, pornografia, ideias racistas, homofóbicas, misóginas e neonazistas. A urgência de responsabilizar as plataformas digitais. Atrocidades veiculadas em plataformas digitais. PL das Fake News (regulamentação que só alcança plataformas com mais de 10 milhões de usuários). Demanda urgência: A) os ataques golpistas do 8 de janeiro; B) massacres em escolas. Conteúdos extremistas foram fundamentais para os criminosos. Radicalização on-line. Não pode haver liberdade para disseminar e estimular desinformação, preconceito, ódio e violência. Por questões comerciais, sob o manto hisócrita da proteção à liberdade de expressão, elas fizeram vista grossa para a maior parte dos crimes de que são cúmplices. Espera-se que demonstrem maior responsabilidade. Tornar as plataformas digitais corresponsáveis pelos efeitos do que veiculam. Um “dever de cuidado” com o ambiente digital. Atuar de forma preventiva para evitar a disseminação de conteúdos ilegais. Crimes cometidos por intermédio da Internet. Não se pode permitir que adolescentes e jovens sejam aliciados para participar de rituais de crueldade, violência e intolerância. Quando o ambiente de intimidade e segurança se torna uma zona de perigo/risco. Menores de idade estão sendo expostos a conteúdos perturbadores. São vídeos e conversas que estimulam a automutilação, todo tipo de crueldade contra animais, pedofilia. Tudo a partir de desafios criados por criminosos. A falta de monitoramento e a falta de fiscalização abrem caminho para a violência e pode se transformar num pesadelo para pais e filhos dentro de casa. Adolescentes promovem e enfrentam dentro das próprias casas. Vítimas e agressores. Manipulados e manipuladores são menores de idade, que transformam o espaço aparentemente seguro em palco de cenas de violência extrema. As redes são um convite permanente aos encontros – alunos aprendem, cientistas colaboram, amizades surgem e casais se formam. Mas, identificar e denunciar crimes. Servidores são comunidades do Discord, totalmente fechadas. Tira-se uma foto com o nome do servidor para ser aceito entre os membros. O Discord permite que as pessoas se comuniquem em transmissões ao vivo dentro da plataforma, onde tudo pode acontecer. E, ao menos que alguém grave fora da plataforma, nada fica registrado. Surgem fotos e vídeos de pessoas ferindo o próprio corpo. Divertimento cruel: incentivar e assistir alguém a praticar violência contra si e contra animais. Pessoas assistindo, incentivando, gostando. As garotas são as vítimas mais frequentes. São conseguidos dados comprometedores da vítima, como fotos de nudez, nome real e contatos da família. É como se o quarto se tornasse um palco, com todos o holofotes voltados para a vítima, que passa a ser chantageada a cumprir desafios. Sessões de tortura psicológica. Os agressores se tornam protegidos pelo anonimato, e se tornam cada vez mais cruéis. Grupos que desfrutam de diferentes tipos de crueldade. É sádico, uma crueldade recreativa. Eles conseguem dados pessoais das vítimas e as fazem jogar o jogo deles.

·       O adolescente está passando por um processo de amadurecimento do córtex frontal, região do cérebro responsável pelas tomadas de decisão, pela capacidade de controlar o meu comportamento, ter noção de causa e consequência. Existe a necessidade muito grande de fazer parte de um grupo, para se sentirem populares, fortes, dentro de uma comunidade. Eles se sentem pertencentes porque passam a odiar as mesmas coisas. Câmera de Eco: você é o cara porque você odeia, você é contra o sistema. Esse ódio é reforçado e isso é valorizado lá dentro. Estando nesses grupos eu me desresponsabilizo, como se estivesse anônima ali. A violência causada não é inteiramente da minha responsabilidade. Os smartphones afetaram a adolescência. Descobrimos o fogo, mexe com ele e brinca que é maravilhoso, mas tem que saber manobrar (ensinar) para não se queimar. O problema é que estamos dando o fogo para eles sem mediação e instrução, e estamos vendo os resultados. Violência, crueldade e sadismo. “Ela foi chantageada quando imagens íntimas foram compartilhadas e a fez sofrer um colapso de saúde mental depois disso”. Nem dentro das próprias casas os filhos estão salvos de abusos. Os pais precisam dar um basta. O que esses produtos estão fazendo com as crianças? É preciso responsabilizar as empresas. Há também incentivos a ataques a escolas. “Para enfrentar essa ameaça, o Ministério da Justiça criou a Operação Escola Segura, com sistema de monitoramento das redes sociais, e uma portaria visando responsabilizar plataformas digitais por conteúdos que façam apologia a violência nas escolas”. Você, pai ou mãe, que deu o celular ao filho e não o monitora, acha que ele está lá no quarto jogando, mas pode estar mais em risco do que se estivesse numa festa com os colegas.

·       Hoje, pela Lei, o Marco Civil da Internet, as Plataformas não são responsabilizadas pelo que é divulgado nelas, e são obrigadas a retirar um conteúdo do ar, apenas sob ordem judicial. Mas, o debate sobre a regulamentação tem crescido no mundo todo. Empresas que oferecem produtos e serviços, e lucram com eles, precisam lidar com as consequências deles.

·       A liberdade de expressão não autoriza ninguém a fazer apologia de crimes, divulgar conteúdos ilícitos. Admirado e respeitado, com uma certa ascensão sobre os demais. Escravas virtuais: tinha que rezar e adorar ele todos os dias.

·       “Nós, como adultos, andamos pelas ruas todos os dias e a gente sabe que vai existir criminalidade, riscos. Mas, a gente não expõe o filho da gente a essas coisas. E nas redes sociais isso está acontecendo, à distância de um clique. É como se simplesmente a gente deixasse uma criança ou adolescente solto no meio da rua, de madrugada, no bairro mais perigoso de sua cidade”. Não existe uma forma simples de impedir que crianças e adolescentes se tornem prisioneiros das situações que encontram ao navegar pela Internet. É um desafio para toda a sociedade brasileira, que milhares de quartos comuns voltem a ser espaços de segurança.








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