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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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domingo, 12 de maio de 2024

Pensamento Crítico (Parte I).

 Afirmações e Argumentos.

O argumento é uma tentativa de persuadir alguém, usando uma linguagem, de que uma afirmação é verdadeira. Assim, as únicas partes da linguagem que devemos permitir num argumento são as que são verdadeiras ou falsas: as afirmações. Logo, não constitui um argumento ameaças, ordens, perguntas, súplicas, instruções, explicações, conselhos, fábulas, exemplos, marketing, publicidade, linguagem corporal, imprecisões, indeterminações, posições morais, os horóscopos, os termos populares, gostos, frases ambíguas e descrições.

O objetivo de um argumento é persuadir-nos da verdade de uma afirmação – a conclusão. À conclusão chama-se às vezes “o objetivo do argumento” ou a questão em discussão.

É um campo nobre de estudos e dedicação, que prometem bons frutos: aguçar a capacidade argumentativa, alcançar uma melhor compreensão, evitar ser enganado, apresentar bons argumentos às pessoas com quem convive e com quem trabalha e que precisa persuadir, ser capaz de tomar melhores decisões.

Enfim, para saber fazer é preciso: método, instrumentos argumentativos, objetivos, propósitos.


NOTA*

·       “Todos os professores, independentemente das suas áreas, (...) perceberão que o ensino crítico da sua própria disciplina é não só mais atraente para os seus estudantes, como mais próximo do que realmente acontecerá no dia a dia dos futuros profissionais. Eles vão ter de tomar decisões, construir hipóteses, apresentar argumentos – e não aplicar acriticamente as “receitas” dos manuais para fazer testes e exames. Em vez de se convidar o aluno a decorar uma definição que mal compreende, o ensino crítico da disciplina convida-o a perceber por que razão as coisas são como são e a saber aplicar os seus conhecimentos” (p. XVI). Os professores promovem o ensino crítico da sua própria disciplina? Quais os benefícios disso? 1) a matéria fica mais atraente para os estudantes; 2) o conteúdo fica mais próximo do que realmente acontecerá no dia a dia dos futuros profissionais; 3) os alunos terão que tomar decisões, construir hipóteses, apresentar argumentos; 4) os alunos não se limitam a aplicar acriticamente as “receitas” dos manuais para fazer testes e exames ou simplesmente decorar uma definição que mal compreende; 5) o aluno é convidado a perceber por que razão as coisas são como são e a saber aplicar os seus conhecimentos; 6) o estudo do pensamento crítico serve como ajuda inestimável para a redação, tão valorizada nos grandes vestibulares e nos concursos importantes, pois muitas vezes a clareza argumentativa tem igual ou maior valor que o próprio estilo; 7) tendemos a ensinar apenas as coisas certas, mas precisamos ensinar também as coisas erradas com o propósito de evitá-las, isto é, analisar formas erradas de persuasão, formas que queremos evitar A) seja porque usam as emoções de maneira ilegítima, B) ou porque se baseiam no engano. A corrente negacionista usa essa estratégia: parte das coisas certas para emplacar as erradas, usando o conhecimento para sermos maus advogados, maus políticos, maus jornalistas, maus filósofos ou maus argumentadores – do mesmo modo que podemos usar a física para matar inocentes com bombas atômicas, ou a publicidade para convencer as pessoas a comprar produtos inadequados ou a votar em políticos pelas piores razões; 8) Por fim, compreender as bases da argumentação correta e do pensamento límpido nos possibilita aproximar da verdade e da justiça, e compreendermos que só quem é realmente incapaz de argumentar bem pode acreditar que maus argumentos produziriam bons resultados. E tem mais: a argumentação pode ser bem-humorada, por exemplo, podemos usar quadrinhos porque os bons reforçam e relacionam ideias de forma não verbal, e também podem vim carregados de contra argumentação. O estudo do pensamento crítico é uma ótima introdução ao estudo da lógica, e pode servir como uma primeira aproximação à filosofia (ou o afastamento dela). A análise dos argumentos não é somente entre válidos e inválidos, mas também os que não são válidos numa escala que vai de “forte” a “fraco”. Enfim, contribuir pela melhoria da argumentação implica optar pelos argumentos válidos ou fortes, e saber produzir e reconhecer os bons argumentos, o âmago do pensamento crítico. Afinal, só os bons argumentos oferecem conclusões verdadeiras. E a diferença entre a verdade e a falsidade é muitas vezes a diferença entre a clareza e a superstição, entre o preconceito e a justiça social, entre ser enganado e tomar decisões acertadas. 

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