“Estamos sendo sufocados por más notícias: guerras, devastação ambiental, miséria e fome. As boas é que sabemos quais são os problemas, sabemos como resolvê-los e temos recursos para isso. Depende da vontade da elite global, dos ricos, das grandes empresas e também da política dos governos, na qual todos interferem. A sociedade civil precisa ter e exigir essa vontade política!”.
É preciso enfrentar as grandes questões da humanidade, problemas enormes, crescentes e ameaçadores: a mudança climática, a governança global, a pobreza e as desigualdades. 18% da população mundial vive na pobreza, as desigualdades são abissais e seguem avançando, o planeta continua se aquecendo, e a governança global atual não está conseguindo evitar as guerras, as questões sociais e a degradação ambiental.
Propostas:
·
Taxar
despesas militares poderia viabilizar fundo de combate a pobreza e as
desigualdades. Poderia se criar um fundo
administrativo por governos e organizações da sociedade civil, e
operacionalizado pela ONU, com recursos provenientes de uma taxação anual sobre
as despesas militares de cada país. Aliás, essas despesas chegaram a US$ 2,2
trilhões em 2023! Uma taxação de 20% renderia o considerável valor de US$ 440
bilhões anuais. Se há recursos para gastos militares, certamente deveria haver
para diminuir a pobreza e as desigualdades. Isso explica porque EUA e Europa
assistem calados à tragédia evitável na Palestina, que está sendo produzida com
suas armas, seu dinheiro e seu apoio incondicional;
·
Reformar
a governança global deveria ser reformar a ONU. O passo é a reforma da sua atual Carta,
visando assegurar seus objetivos originais. Afinal, a atual Carta da ONU
inviabiliza a organização de cumprir seu papel. Pela Carta, qualquer decisão
importante tem que passar pelo Conselho de Segurança, onde apenas 5 países
(EUA, Inglaterra, Rússia, China e França) têm assento permanente, e cada um deles
pode vetar qualquer decisão que não lhe agrade. Afinal, nenhum deles quer
perder poder. Assim, reformar a governança global deveria ser reformar a ONU.
Como fazer isso? Convocando uma “Conferência Geral dos Membros das Nações
Unidas” destinada a rever a presente Carta pela maioria dos membros da
Assembleia Geral e por 7 membros quaisquer do Conselho de Segurança. Como o
Conselho de Segurança tem 15 membros, não seria necessário o voto de nenhum
integrante permanente. O objetivo da reforma é focar na meta original da ONU,
criada em 1945, que foi se desvirtuando no caminho: “manter a paz e a segurança internacional, desenvolver relações
amistosas entre as nações, conseguir uma cooperação internacional para resolver
os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural e
humanitário”.
· Uma agenda para o G20. O Grupo dos Vinte (G20), principal fórum de cooperação econômica internacional, é composto por 19 países e 2 órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia. O Brasil sediará as discussões ao longo deste ano. Os membros do G20 representam cerca de 85% do PIB mundial, mais de 75% do comércio e cerca de 2/3 da população do planeta. Trata-se de um grupo muito poderoso – que deveria ter uma responsabilidade correspondente ao seu poder, como fazer o que é proposto acima – taxar despesas militares e reformar o Conselho de Segurança da ONU.
O
problema não é com quantos anos temos, mas quantos anos têm as nossas ideias. Ódio
e vingança estão entre as ideias mais antigas. Não podemos liderar com ideias
que nos levam para trás. Enfim, a Liberdade e a Democracia estão sob ataques
nos EUA e no Mundo, dentro e fora de casa.
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