É preciso despertar nas pessoas o interesse pela política do cotidiano e maturar novas formas de organização social e política. Entender que o mundo da política é o mundo da cidadania. Engajamento. Logo, não só não é um bom sinal como também não é interessante uma alta taxa de abstenção eleitoral. É muito perigoso dizer que a política não significa coisa alguma. Isso é um passo para a idiotice.
Nessa árdua tarefa, o humor também é uma coisa séria. Com competência, se meter em tudo que a vida pública requer de gente honrada.
Porém, a tarefa não é nada fácil porque estamos enfiados numa crise mais definitiva da própria dinâmica de fazer política: desencanto, desalento, esgotamento... As pessoas estão tomadas por uma exaustão da participação política pública. E isso não é por acaso, pois diversas formas de controle ganharam terreno.
O que temos no horizonte? Ora, pode ser uma meta ou um impedimento. Quando é um impedimento é um horizonte adversário, no qual preciso ser protagonista porque tenho um antagonista. O adversário é alguém importante porque ele desperta em nós o nosso instinto de defesa e também a nossa pulsão vital. Até a opressão pode ser combustível.
Será que o indivíduo só se sente mais animado para lutar pela liberdade quando vive sob a opressão, enfrentando dificuldades para realizar o que quer, do que quando está à vontade, do que quando encontra as coisas já prontas?
Por uma consciência de que somos nós próprios quem escolhemos o Governo, e de que somos também nós quem pagamos as despesas públicas. Isso é decisivo! Precisamos ter o sentimento de responsabilidade pelo governo que elegemos.
Como adquirimos ou fazemos circular insumos (no caso, conhecimento) que gerem produtos (no caso, ação) que sejam positivos? De que maneira meu voto, minha militância ou minha presença em assembleias resultem em algo que seja positivo? De que modo o fato de eu adquirir mais conhecimentos – lendo Freud, estudando Reich, Max Weber ou outros autores – contribui para tornar mais rica a vida das pessoas? O conhecimento e a formação são importantíssimos, ao passo que o diploma não o é necessariamente. Ver mais o que a pessoa sabe e menos onde aprendeu. O que importa é só que ela saiba fazer? É fabuloso que o conhecimento permita que cada um faça uma sintonia mais fina da sua vida e saiba qual é seu lugar...
Enfim, vida boa é sinônimo de instituições justas. Afinal, o inferno está cheio de boas intenções. Precisamos mirar na felicidade como um ideal de vida (não apenas restrita ao consumo ou à propriedade material). A felicidade como meta política.
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