É preciso pensar a política como síntese, a democracia como síntese. Política é concerto ou acordo para a vida coletiva, tendo o Estado como “concertador”, como mediador da sociedade civil.
Na verdade, todo aquele que atua na área educacional precisa trazer o tema da política para o espaço escolar. O que não se deve é partidarizar seu estudo, porque isso bloquearia o tratamento da política como bem comum. A política partidária é apenas uma vertente do tema, mas não é a única nem a melhor. Eu faço política escrevendo, dando aula; faço política no meu prédio, no meu bairro, na convivência com minha família; no modo como me relaciono com as pessoas com quem trabalho e assim por diante.
A melhor posição para os intelectuais públicos não é a de iluminista, farol ou pontífice, mas de pessoas que, pedagogicamente, têm a tarefa de contribuir para a construção das referências. Sendo assim:
Características do liberal autêntico ou
do liberalismo verdadeiro: essa é a essência do liberalismo, que é
muito respeitável, embora infelizmente a maior parte dos liberais não tenha
essa compreensão.
1.
Cada pessoa deve ser o mais livre
possível para florescer em sua atividade responsável;
2.
O importante é que todos tenhamos o mesmo
ponto de partida;
3.
Se uma pessoa tiver uma deficiência que
dificulte sua vida, ela é compensada – seja um problema de visão ou de
movimento, seja o fato de ter tido uma formação educacional insuficiente;
4.
Até mesmo uma política de cotas e a ação
afirmativa são aceitáveis;
5. Contudo, segundo essa lógica, se é justo propiciar a todos que tenham condições similares no ponto de partida, não é preciso garantir que o ponto de chegada de todos seja o mesmo; isso dependerá do uso que cada um fizer de sua liberdade.
Características do socialismo: há uma
essência socialista.
1.
Que o Estado intervenha para assegurar
certos equilíbrios sociais, os laços sociais;
2. A essência socialista é a solidariedade: em vez de apostar em cada um, entender que a maior parte das ações deva ser coletiva e deva reforçar os laços entre nós.
Enfim, escolher
entre essas duas posições é vital na democracia. É bem diferente de votar num
candidato porque seu adversário seria corrupto ou desonesto. Nossa atual
discussão política demoniza o adversário – e, com isso, ele fica pobre. Para
contestar o outro, investigo se ele teve uma conduta corrupta, antiética ou
imoral. Seguramente, política não é isso.
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