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Faltam recursos
financeiros, humanos, infraestutura e, em alguns casos, há até conflitos
fundiários. Apenas 15% das áreas protegidas do Brasil contam com
gestão adequada.
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O Brasil tem belezas
naturais incríveis. Florestas, montanhas, cachoeiras,
cavernas, praias. Para proteger essas
áreas e permitir que os brasileiros contemplem a natureza, há uma
grande rede de unidades de conservação (UC). No entanto, segundo uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU),
essas áreas não estão protegidas da forma adequada. O TCU analisou o atual
estado da gestão das áreas protegidas no Brasil no ano passado, e comparou com
os dados de outros 11 países da América Latina. O trabalho
identificou fragilidade na fiscalização ambiental, dificuldades na promoção do
turismo nos parques e baixa articulação entre governo e sociedade civil.
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O estudo identificou
que o Brasil cumprirá apenas parcialmente as metas de
proteção do meio ambiente assumida em reunião das Nações Unidas em 2010,
conhecidas como Metas de Aichi (Aichi é uma província
do Japão onde fica Nagoya, cidade em que o protocolo foi assinado). Nesse documento, os países signatários se
comprometeram a proteger 17% do território terrestre e 10% do território
marinho até 2020. O Brasil vai cumprir
a meta para área terrestre, mas não para as áreas marinhas. "No
caso brasileiro, em que pese o país estar confortável em relação à meta de
áreas protegidas terrestres (17,2% da área continental está protegido), o mesmo
não se pode afirmar quanto ao percentual de áreas marinhas (1,5% da área
marinha brasileira está protegida)", diz o relatório do TCU.
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Segundo a auditoria,
o governo tem planos para expandir a proteção das áreas marinhas, criando novas
unidades de conservação e santuários no litoral brasileiro. Ainda assim, se
todos os projetos forem cumpridos, o país terá apenas 5% de seu litoral
protegido em 2020 e, portanto, não cumprirá a meta de 10%.
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O Brasil está até
mesmo abaixo da média da América Latina. Nossos parques estão com problemas em
monitoramento da biodiversidade, articulação, plano de manejo, recursos
financeiros e uso público (ecoturismo).
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O turismo nas áreas
protegidas brasileiras é um dos pontos que mais decepcionam. As riquezas
naturais brasileiras poderiam gerar renda e recursos para proteger a natureza,
além de ser importante fonte de educação ambiental e lazer. Mas isso não acontece nos Parques Nacionais, a principal categoria de
área protegida onde se pode ter ecoturismo. Mais da metade (52%) dos parques sequer
está aberta para visitação. 85% dos parques não
têm infraestrutura suficiente para atender o público, e 91% não têm funcionários o suficiente
para cuidar das atividades turísticas. "Tais fatos contribuem para que o
Brasil, considerado pelo Fórum Econômico Mundial como a maior potência
turística do planeta em recursos naturais, ocupe apenas o 52º lugar em
competitividade de turismo quando contabilizados outros fatores como a
estrutura disponível nessas áreas", diz o texto.
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Apesar dos
problemas, o relatório também identificou pontos positivos nas unidades de
conservação brasileiras. Segundo o TCU, as UCs realmente ajudaram a proteger
espécies ameaçadas. Os animais que estão com o habitat protegido por um parque,
por exemplo, correm menos risco do que as que estão fora. No total, a auditoria
avaliou a situação de 453 áreas protegidas. Foram 107 unidades de conservação
federal e 140 estaduais na Amazônia, em 2013, e 206 unidades de conservação
federais nos demais biomas em 2014.
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