As escolas são o principal alvo da tirania. O que vemos é a tentativa de militarização de um lado e a privatização do outro. Afinal, esse sempre foi o propósito da Ditadura – fortalecer o autoritarismo do Mercado.
Opinião do Globo que flerta com a extrema-direita defende a terceirização dos estabelecimentos de ensino alegando que isso pode melhorar a gestão escolar em SP, que licitou a prestação de serviços para 33 novas escolas de ensino médio e fundamental II (num estado que tem mais de 5 mil) – amostragem que serviria de parâmetro para o governo avaliar a relação de custo e benefício. Eles alegam que isso não significa ‘privatização’ do ensino e aumentaria a eficiência administrativa, sendo mais eficientes os gastos com as escolas.
Também afirmam que as empresas privadas apenas construirão as instalações, cuidarão da manutenção e conservação das escolas, sem nenhum contato com a área pedagógica das novas unidades. Esses prestadores de serviços assinariam contratos de concessão com duração de 25 anos, prometendo custo mais baixo e resultados melhores que nas escolas sob gestão exclusiva da Secretaria de Educação. A concessão passaria para o setor privado tarefas como limpeza, vigilância, portaria, alimentação ou jardinagem.
Nos EUA, esse sistema é chamado de “escolas charter”, isto é, estabelecimentos de gestão privada são sustentados pelo dinheiro público. Apostar num modelo de abertura do ensino básico público para empresas privadas é ambíguo. Apesar de exemplos eventuais de sucesso, elas têm impacto muito baixo sobre o aprendizado. É a iniciativa privada tentando a qualquer custo se apossar do espaço público, sob o pretexto de camaradagem a governos e sociedade civil.
Enfim,
uma verdadeira armadilha de mercado. Começa assim, alegando que se limita a uma
iniciativa restrita apenas à prestação de serviços e depois termina por levar a
área pedagógica, hoje já bem consumida pelo mercado das editoras em confronto
com o PNLD. Aliás, tem sido a bandeira da Editora Moderna, que supostamente
acredita “na escola pública e na melhoria da qualidade do ensino”, seja
lucrando pela transmissão de novas ferramentas pedagógicas, seja pelo
treinamento de professores. Depois de adentrar, levarão também os direitos dos
professores e a rotina dos estudantes, substituídos pelas tecnologias do Ensino
Remoto, como pretendeu na pandemia. Resistir!
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