Com o avanço das fontes eólica e solar nos últimos anos, o país vai ter o verão mais renovável de todos!
Veja no gráfico que:
Interpretação básica do
gráfico.
·
Hidrelétricas,
eólicas e solares responderam por 91%, na média, da energia elétrica
distribuída entre janeiro e junho deste ano (e esse patamar será mantido no 2º
semestre, mesmo com a perspectiva de consumo maior, porque a previsão é de mais
energia a partir do sol e do vento);
·
De
janeiro a junho, a energia eólica representou 11,9% do total distribuído. E ela
deverá avançar para 18% no segundo semestre;
· No caso da energia solar, o percentual passaria dos 3,3% registrados no primeiro semestre para 6,5% no segundo semestre;
· O cenário que se desenha adiante é de uma participação ainda maior da energia gerada a partir do vento e do sol. As duas fontes somam 93,5% de todos os projetos que vão entrar em operação até 2029;
· De janeiro a junho deste ano, o consumo já foi maior do que no mesmo período do ano passado.
Interpretação crítica do
gráfico.
·
O
avanço das energias eólica e solar, chamadas de fontes intermitentes porque podem
ter variações a depender do vento e do sol, é positivo por causa da
diversificação da matriz energética brasileira, pelo aspecto ambiental, pelo
custo menor para o consumidor e pela complementação a uma fonte que depende do
regime de chuvas, mas também exigirá mudanças na gestão do setor elétrico (o
que é um desafio que exige ter um sistema de back-up mais robusto e isso se dá
com investimento em reforço de linhas de transmissão e em softwares, de forma
que o tempo de resposta de outras fontes seja mais rápido).
·
O
setor elétrico brasileiro precisa receber reforço e modernização. A forma de
operar o sistema precisa adaptar à nova realidade, pois as novas fontes
renováveis são variáveis (intermitentes ou que dependem da oscilação do vendo e
do sol) e exigem flexibilidade, confiabilidade, operação e integração mais
eficiente entre as fontes. Ou seja, as outras fontes precisam estar disponíveis
instantaneamente e serem capazes de se desligarem de acordo com a demanda.
Enfim, é necessário investir para haver um reforço e segurança nas linhas de
transmissão para a entrada de mais energia eólica e solar.
· Por trás dos dados desse gráfico também existe uma notícia boa: nosso próximo verão será verde, ou seja, nós consumidores já deveremos sentir um alívio no bolso com a presença de mais fontes renováveis na geração de energia. As contas de energia ficarão mais baratas porque a previsão é ade que o país tenha bandeira verde até 2025. Assim, não deve haver taxa extra na conta no período de maior consumo;
· A previsão de oferta e consumo ficou mais complexa com o avanço das renováveis em razão de distorções regulatórias e subsídios. O mais importante para aumentar a confiabilidade do sistema é restabelecer a boa governança do setor elétrico. E isso não se consegue jogando o setor nas mãos da iniciativa privada. O Congresso precisa ter responsabilidade em direcionar a questão, colocando o Estado como bom gestor das instituições do setor. Órgãos técnicos, como Aneel e ONS precisam ser regulados e acompanhados para pautar decisões com olhar de longo prazo, visando a confiabilidade do sistema e a acessibilidade das tarifas. Afinal, cabe ao Congresso formular políticas públicas e regular questões que beneficiem a população (e não ficar refém da ambição lucrativa do setor privado).
Enfim, o país registrou neste ano o
maior apagão desde 2009, com impacto em 25 estados e no DF. O problema começou
em uma linha de transmissão no Ceará, mas ainda não foi totalmente explicado. O
aumento de energia eólica teria reduzido a segurança do sistema? Seja o que
for, a fonte não é problema, mas solução. Por isso que é preciso investir mais
para se adaptar a essa nova composição da matriz elétrica, não sé em
tecnologia, como em transmissão!
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