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“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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segunda-feira, 10 de julho de 2023

Dinâmicas demográficas do Censo 2022.

 

A dinâmica demográfica está contra a esquerda. O governo precisa promover a coesão da sociedade nacional, atenuando desigualdades regionais. Afinal, o voto que migra de lugar, costuma migrar também de ideologia.   

Persistem no Brasil dilemas entranhados – um país dinâmico, que atrai migrantes, e outros (no plural) demograficamente estagnados. A tendência é a redução da natalidade, taxas maiores de jovens e idosos, diminuição do “bônus demográfico” ou encolhimento da população adulta. As médias nacionais, porém, ocultam profundas desigualdades entre os estados.

Há um núcleo dinâmico no Sudeste/Sul, constituído por estados com taxas de crescimento demográfico superiores à média nacional: São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina. São polos de atração de migrantes. O Rio Grande do Sul, estado com maior proporção de idosos do país, continua a fornecer migrantes que se deslocam para Centro-Oeste e Amazônia. Na Região Norte, Amazonas, Acre, Tocantins, Roraima e Amapá crescem mais que a média nacional, enquanto ocorre o oposto com Pará e Rondônia (que se converteram em zonas de repulsão populacional, um sinal da falência de um modelo de desenvolvimento predatório assentado na devastação ambiental).

Já os estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro apresentam expansão inferior à média nacional, o que indica repulsão populacional. O norte de Minas reproduz, insistentemente, as tendências históricas de repulsão da Região Nordeste. A “marcha para Oeste” ainda não se concluiu. Todos os estados do Centro-Oeste apresentam crescimento populacional expressivo, atraindo migrantes.

O Nordeste inteiro exibe taxas de crescimento inferiores à média nacional, persistindo como principal zona de repulsão populacional do país. Bahia, Pernambuco, Alagoas e o amazônico Maranhão estão entre os estados com menor expansão demográfica do país.

Enfim, no turno final de 2022, de modo geral, Bolsonaro triunfou nos estados que atraem migrantes, enquanto Lula venceu nos estados de repulsão demográfica. O antipetismo predomina nos estados de economia dinâmica, que geram mais empregos e melhores níveis de vida. O lulismo predomina nos estados mais dependentes de repasses federais, aposentadorias e programas de transferência de renda. De um lado, o cenário econômico e demográfico é propício ao enraizamento de uma funda e perigosa divisão política. De outro, a concentração de bases eleitorais em estados com população em declínio relativo é uma sombra agourenta que paira sobre a esquerda.

 

NOTA: A diminuição do “bônus demográfico” ou o encolhimento da população adulta, somada com a baixa adesão dos jovens ao mercado e o lento, mas contínuo, envelhecimento da população estão transformando o mercado de trabalho brasileiro e trazendo novos desafios ao avanço da produtividade, tanto no setor público quanto no privado. Mas, educação ruim atrapalha. A idade média dos trabalhadores ocupados está em 39,3 anos. E esse envelhecimento deve se intensificar nos próximos anos, rem razão do lento aumento da população. Para os empresários, “isso é péssimo para a economia”. Como parte desse cenário, há a migração para fora do Brasil, fruto das demandas na área de tecnologia. O crescimento da economia fica, assim, mais dependente do aumento da produtividade (que será pressionada a se elevar) – algo difícil de alcançar sem melhoria na educação. Enquanto isso, empresas vão buscando trabalhadores maiores de 50 anos. Porém, nesse novo cenário de maior contratação de pessoas mais velhas, surge um inédito desafio: abrigar juntas, na empresa, quatro gerações de trabalhadores.

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